Indústria dos milagres na Fórmula 1
O Vaticano arranja milagres em qualquer recanto, a indústria dos santos e beatos anda em reboliço e até pela televisão eles acontecem, afinal deus e empregados gostam das velocidades, os mandamentos para os condutores católicos entram em contradição, afinal todos podem acelerar à vontade, milagres não faltam.
Kubica, piloto de Fórmula 1, sofreu aparatoso acidente no Canadá, sobreviveu, é milagre. João Paulo II precisa de beatificação, e toca a fazer trabalho que senão o altar da beatice escorrega. Papeladas às resmas, milagres surgem em catadupa, toca a encaminhar responsabilidades aos que estão em fila de espera, ámen.
As fibras de carbono, duas vezes mais resistentes que o aço, supostamente serviriam para salvar a vida de muitos pilotos em acidentes aparatosos, mas são afinal dispensáveis, os aspirantes a divinizações fazem o trabalho, milagre aqui e ali e mais vale fazer carros em esferovite que fica mais barato.
De relance podemos dizer que as 12 camadas de fibras de carbono, combinadas com alumínios e posteriormente enrijecidas em fornos são dispensáveis, assim como todas as tecnologias e desenvolvimentos feitos na segurança passiva dos pilotos, podem despedir esses gajos todos que o João Paulo II trata disso.
Interessante referir a exemplo, que em 1994, os pilotos de Fórmula 1 Senna e Ratzenberger morreram em acidentes em San Marino, altura em que João Paulo II era papa, parece que nessa altura não se predispunha aos milagres, e para além disso os santinhos e beatinhos estavam em greve geral, situação essa a mais recorrente.
Não se esperam milagres relativamente à SIDA, parece que é um castigo justo de um ser superior, valha-nos a adrenalina da velocidade, o João Paulo II salva-nos. Quem sabe este milagre não faça com que o airbag e outras coisas inúteis à segurança passiva sejam tidas como pecados? Com uns terços e autocolantes cristãos as estradas podem ser um sonho tornado realidade, carrinhos de choque como nas feiras populares!
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