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Mês: Junho 2007

4 de Junho, 2007 Carlos Esperança

Bento XVI excomungado

Numa capitulação perante os seguidores do Marcel Lefebvre, arcebispo tão reaccionário que até JP2 achou excessivo e o excomungou, B16 vai autorizar o regresso às missas em latim.

É o júbilo da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, intransigente defensora da tradição e da liturgia tridentinas, o que lhe valeu ao arcebispo dissidente a excomunhão em 30 de Junho de 1988 depois de ter sagrado quatro bispos sem passar cavaco ao Vaticano.

Agora é o regresso ao latim, depois a reabilitação do defunto arcebispo Lefebvre, quiçá com dois milagres às costas para obter a canonização.

Só faltam as fogueiras do Santo Ofício para que B16 se sinta um verdadeiro inquisidor ao serviço do Divino Impostor.

4 de Junho, 2007 Carlos Esperança

Deus é bom

E o Islão é tolerante.

4 de Junho, 2007 Ricardo Alves

Notícias (4/6/2007)

  1. Políticos suíços têm defendido abertamente que se proíba a construção de minaretes. Este ataque à liberdade de culto, que dificilmente terá paralelo em algo que se passe em qualquer outro país da União Europeia, é selectivo: nada foi dito sobre a construção de igrejas ou sinagogas. No Irão, os casamentos temporários estão em alta (o islão xíita permite que um casal se case por algumas horas ou alguns dias, o que entusiasma alguns jovens a casarem-se temporariamente para passarem fins-de-semana no mar Cáspio). E na Malásia, uma mulher viu negado num tribunal do Estado o seu direito a abandonar o Islão, apesar de se ter convertido ao cristianismo (na minha ingenuidade, pensava que mudar de religião é um direito fundamental de qualquer ser humano).
  2. A Tailândia decidiu não adoptar o budismo enquanto religião oficial de Estado. A iniciativa poderia ter agravado um conflito entre budistas e muçulmanos, nas províncias do sul, onde já morreram cerca de 2 000 pessoas. No México, a ICAR insiste em intervir politicamente na questão do aborto. E em Malta, a presença do Presidente e do Primeiro Ministro numa canonização é severamente criticada.
  3. A seita judaica ultra-ortodoxa Gerrer Hasidic pretende proibir os computadores, que considera serem «obra de Satã». Um outro rabi avançou com a proposta de uma «internet kosher».
  4. Teodoro de Faria, que foi recentemente substituído na diocese do Funchal da ICAR, atribuiu a condenação judicial do seu secretário, o sacerdote católico Frederico Cunha, a «um acto de vingança» presumivelmente orquestrado por «diversos lugares de diversão nocturna inteiramente repreensíveis» contra os quais se teria pronunciado. Recorde-se que o padre católico Frederico Cunha foi condenado, em 1993, por crimes de abuso sexual de menor e homicídio, tendo cumprido pena de prisão até à primeira saída precária, momento em que fugiu para o Brasil. No julgamento, provou-se também que o sacerdote Frederico usava a casa de paróquia para abusar sexualmente de menores.
4 de Junho, 2007 jvasco

Ateísmo na Blogosfera

  1. «Mas, para lá de permitir semelhantes exercícios desconstrucionistas, o livro de Tipler é fundamentalmente desonesto. Ele afirma que o nascimento de Jesus a partir da Virgem Maria se deu essencialmente por geração espontânea, sendo Jesus portanto homozigótico XX, sendo parte de um dos cromossomas X inactivado para funcionar como Y. A prova está na análise de DNA ao sangue deixada por Jesus no Sudário de Turim – que, infelizmente para Tipler, há muito se sabe ter sido forjado no século XIV. Não contém sangue: contém tintas.

    Andar sobre o mar? Ressuscitar dos mortos? Simples. Bastou esperar 21 séculos para percebermos. Segundo Tipler, as partículas dos átomos do corpo de Jesus decaíram espontaneamente em neutrinos e antineutrinos. Para andar sobre as águas, estes proporcionaram uma espécie de “almofada” de partículas sobre a qual a caminhada teve lugar. Para a Ressurreição, o processo essencialmente inverteu-se: as partículas, ao terceiro dia, “des-decaíram” e voltaram a formar o corpo de Jesus.

    Tão simples quanto isto. Mas quando eu parto um copo, os cacos não se voltam a unir, pois não? É uma chatice, chamada Segunda lei da termodinâmica. Para Jesus é pior: o decaimento do protão conduz a uma diferença de cerca de 100 ordens de grandeza! Impossível, não? Não para Tipler: ele usa uma versão grotesca do princípio antrópico que afirma que, se estamos aqui, é porque aconteceu. Curiosamente, esse princípio é aplicável não apenas ao Deus cristão, mas a qualquer Deus, ou mesmo a qualquer crença.»E ao terceiro livro passou-se: a pseudociência do ano», no De Rerum Natura)

  2. «Pessoalmente, e como já referi, só subscrevo o CRAP (Princípio Antrópico Completamente Ridículo), e concordo com Neil deGrasse Tyson, director do Hayden Planetarium do American Museum of Natural History em New York, quando este diz que livros como os de Tipler são fruto de homens brilhantes que aproveitam o filão «Deus» para encher as respectivas contas bancárias.»O que é o princípio antrópico?», no De Rerum Natura)
  3. «Atualmente como ateu eu acredito na inexistência de Deus assim como acredito na inexistência de muitas outras coisas que poderiam ser imaginadas. O clássico exemplo do “dragão invisível na garagem” do livro “O mundo assombrado pelos demônios” de Carl Sagan aborda muito bem este assunto. Ser agnóstico pode corresponder tanto à incerteza da existência de Deus como da incerteza da existência de algum “dragão invisível na garagem”. O ser humano racional deve procurar por indícios e provas sobre qualquer assunto pelo qual deseja esclarescer, por mais polêmico que seja. Não é incoerente afirmar que algo não existe enquanto não houver evidências que reforçe a crença de sua existência. Por acaso seria incoerente afirmar que duendes não existem? Alguma pessoa teria a “sensatez” de dizer que “a existência de duendes é algo ainda incerto”? Renunciar à certeza da inexistência de Deus pode ser comparado à renúncia de diversas outras certezas.»Ceticismo em debate: agnosticismo x ateísmo», no Narkus)
4 de Junho, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Genocídios de Sábado

O deus bíblico é um personagem fictício de exponenciações sádicas inconcebíveis perante qualquer Ser Humano digno da nomenclatura, é uma alucinação emergida entre psicóticos e exterminadores, reles mentes ensandecidas por entulhos de brutalidade insana e demencial em que todo e qualquer contexto é válido para a barbárie.

Uns e outros dirão que nas páginas de um livro denominado Bíblia se encontram as palavras de um ser superior, um deus. Nesse livro dizem encontrar moral e normas de conduta, uma relação de marionetas perante os desígnios desses escritos, subservientes dessas convicções e acções. Segundo alguns, os escritos desse livro serão uma vontade e uma legislação de tudo, as amarras cuja existência acham imperiosa em todos, seja uma neurose de grupo dadas as circunstâncias.

Mal existe logo nas insinuações, lunatismos seriam apenas uma piada caso se prendessem a um livro do Tio Patinhas, seria já muito avanço moral para os dias que correm, positivo se daqui a uns tempos se se debater se o Tio Patinhas é melhor ou pior que o Rei Leão, se a Branca de Neve era virgem, se os anões seriam homossexuais, conversas para todos os gostos e não introduziriam violência nos desvarios.

Existem demasiadas pessoas a venerar a Bíblia, e poucos a lê-la, muitos a possuem como peça de mobiliário ou adorno predilecto para uma estante empoeirada, outros muitas mentiras dizem de mão pousada no livro em tribunais, mais verídicos seriam se lessem sobre moralidade em autores como Kropotkine a exemplo, nem necessidade de tribunais poderia surgir, nunca sem que antes as pessoas lessem os livros que defendem. Falar do que se sabe seria um bom começo, deixar os outros falar do que sabem uma melhor continuidade.

A Bíblia é um dejecto. Imoralidade de proporções hediondas, sanguinarismos e atrocidades maquiavélicas apinham-se em doses tóxicas e mesmo letais, que o digam os Incas e os Maias, não dirão nada pois claro, selvajarias de bíblias na mão tão reincidentes como nauseabundas. Associada à violência vem a loucura, a estupidez, idiotice atrás de idiotice, incontáveis. Das maiores putrefacções mentais vem a morte ao Sábado, dia de descanso, sem descanso morte. Simples, eficaz, objectivo, e acima de tudo, repugnante.

Um dos 10 mandamentos desse deus é lido em Êxodo 20:9-10 “Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do senhor teu deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.“. Repetição em Êxodo 35:2 “Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, o sábado do repouso ao senhor; todo aquele que nele fizer qualquer trabalho morrerá.“.

Uma dedução possível seria a de perda de validade, um iogurte fora de prazo bolorento que se atira para o caixote do lixo, mas tal é ilusório, o senhor doidivanas quer eternidade, Isaías 40:8 “Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso deus subsiste eternamente.“, ou seja, as leis não caducam com o aparecimento das democracias. Para além disso são perfeitas, sem falhas, Salmos 19:7 “A lei do senhor é perfeita (…)”.

Melhor só mesmo a lei em prática, Números 15:32-36 “Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, encontraram um homem a apanhar lenha no dia de sábado. E os que o acharam a apanhar lenha o trouxeram a Moisés e a Arão, e a toda a congregação. E o puseram em guarda; porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer. Disse, pois, o senhor a Moisés: Certamente morrerá aquele homem; toda a congregação o apedrejará fora do arraial. Então toda a congregação o tirou para fora do arraial, e o apedrejaram, e morreu, como o senhor ordenara a Moisés.“.

Este personagem fictício de nome deus é completamente chanfrado.

Também publicado em LiVerdades.

3 de Junho, 2007 Carlos Esperança

Considerações sobre a violência

É evidente que a maldade ou a bondade humanas não são um exclusivo da religião que se professa ou da sua ausência.

Alguns crentes, cheios de hóstias e missas, evocam déspotas que cometeram crimes hediondos sem irem à missa. Referem um antigo seminarista e psicopata (Estaline) e, numa atitude concertada, Hitler, cujas tropas usavam na farda «Deus está connosco» o que, a bem dizer, se existisse, era bem capaz. Assim, só Pio XII foi cúmplice.

Os crimes colectivos são típicos de sistemas totalitários. O saque, a escravatura, o assassínio e a violação, por exemplo, foram direitos consagrados em épocas onde os direitos humanos não existiam e a piedade era desconhecida. Mas era grande a fé.

Hoje, são os nacionalismos e as religiões que cometem os crimes mais execráveis, às vezes de mãos dadas. Ontem foram monarquias absolutas, impérios, evangelizadores e outros biltres que quiseram converter o mundo à mesma fé e ao mesmo chefe.

É curioso que os mais execráveis sistemas totalitários se aproximaram do paradigma religioso e o chefe de um demiurgo.

Acontece que os livros sagrados conseguem ser mais perigosos e duradouros do que os panfletos violentos de «iluminados» déspotas. «A minha luta» de Hitler é um livro que foi o suporte teórico de crimes terríveis, mas é fácil demonstrar que era a obra de um demente. Vários ditadores fascistas e comunistas cometeram as maiores atrocidades baseados em valores que a civilização deitou para o caixote do lixo.

Mas que fazer da Tora, Bíblia e Corão, com milhões de pessoas que ainda pensam que foi Deus que os ditou, geralmente a pessoas pouco recomendáveis, primárias, rudes e violentas? Como transformar esses repositórios de ódio, xenofobia e misoginia em meros documentos literários sem a crueldade e demência que são atribuídos a Deus?

A resposta cabe aos crentes. Aos ateus cabe a luta pela liberdade religiosa, sem permitir que uma religião destrua outra e aniquile os que se horrorizam com os crimes da fé.