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Mês: Junho 2007

13 de Junho, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Serpentes flamejantes e os plágios

O cristianismo não tem qualquer resquício de criatividade nas suas mitologias, é uma mente vácua de imaginação preenchida com os mitos de outros povos e civilizações. Para além da palavra plágio ganhar contornos transcendentes, uma das poucas transcendências que o cristianismo consegue, acrescenta-lhes a entediante ficção das mortes à parva, a exemplo uns milhares de mortos por adorarem um bezerro em ouro, assim se lê pelas folhas bíblicas em Êxodo 32. O carrasqueiro divino que diz mandar em tudo e em todos prefere bezerros em rituais de sacrifício e cheirinho a carne estorricada, após degolações e estripações, sangue e churrascadas idiotas, fosse eu bezerro mandava-lhe tal coice nos testículos que lhe sairiam pela boca.

Uma das mais interessantes personagens das fábulas bíblicas é a serpente flamejante, voam em chamas e picam as pessoas, uns animaizinhos muito irrequietos que gostam de dar nas vistas, mais ainda de umas trincas nas nádegas dos infiéis marotos que usam o dedo do meio esticado, os outros recolhidos, para cumprimentar o senhor, o deus, o que tem a mania dos genocídios aos sábados e palhaçadas estúpidas que nem gargalhadas arrancam.

O estúpido livro chamado Bíblia entedia demasiado, receita como ansiolítico era de caixão à cova, umas leituras e os bocejos não param. “Então o senhor mandou entre o povo serpentes ardentes, que picaram o povo; e morreu muita gente em Israel.” se lê em Números 21:6. A parte de morrer gente é normal, tédio e mais tédio, vira o disco e toca o mesmo, por aí até ler a lista telefónica seria mais apetecível, mas aquelas serpentes… Parecia que no meio do lixo se extraia alguma coisa minimamente engraçada, criativa, pelo menos as pessoas não são mortas à pedrada ou queimadas, levam picadelas de serpentes flamejantes. Precisa de ser mais trabalhado este conceito, mas não seria um mau começo.

As serpentes flamejantes existem obviamente, a Bíblia não falha, mas existem muito antes da Bíblia, ou seja, mais um plágio. Pobres escritores que para além do tédio dos seus escritos, acrescentam coisas inovadoras… que já existiam há milhares de anos. Com livros assim é fácil estupidificar as pessoas, levá-las à ridicularidade do pensamento inexistente, da criatividade que transborda de ar e vento, contacto demasiado com a mitologia cristã e o seu livro estúpido as leva ao vácuo.

Serpentes flamejantes foram criadas pelos Egípcios, segundo a sua mitologia pela deusa Ísis, que as usou para conquistar o trono do Egipto, governado a partir dai pelo seu marido, também um deus, Osíris. As serpentes denominavam-se Uraeus, e falámos de coisas de há 5000 anos atrás, antes das catástrofes intelectuais, e não somente, cristãs. Comparando mitologias, é fácil perceber que o Antigo Egipto leva um 20 na escala de 0 a 20, e o cristianismo leva um 0, por copiar, e acima de tudo por copiar mal.

Também publicado em LiVerdades

13 de Junho, 2007 Carlos Esperança

Exploração do trabalho infantil

A pobreza está na origem da violência e crueldade que grassam pelo mundo. Não é a única desgraça mas é uma das mais terríveis e de efeitos mais devastadores.

A exploração de crianças é um reflexo dessa pobreza que começa na carência de água potável, alimentos e escolaridade e termina na exploração da mão-de-obra, na venda e escravatura de crianças. Não lhes faltam templos mas mingua a comida e as escolas.

Os países ricos devem alguma da sua prosperidade aos despojos desta tragédia, à manutenção de uma infâmia paga com sangue de crianças que não têm lágrimas.

A abastança em que vivemos, excluídas as bolsas de pobreza interna – reflexo local da injustiça mais vasta a nível planetário -, permite-nos viver muito e bem no mundo onde se morre depressa e mal, para maior glória divina.

A globalização abriu mercados a sociedades fechadas, mergulhadas em imensa pobreza e na opressão de déspota violentos. O acesso à sobrevivência de milhões de pessoas põe em risco alguns privilégios das sociedades ricas enquanto as empresas aumentam lucros e os trabalhadores vêem perigar o bem-estar e os postos de trabalho.

Quero ser optimista quanto ao futuro e pensar que o altruísmo seja globalizado porque, se não aceito as grandes desigualdades entre cidadãos de um mesmo país, também não devo tolerar as tremendas diferenças que separam os países ricos dos países pobres.

Enquanto nós queremos trabalhar cada vez menos e ganhar cada vez mais, há quem se contente em não morrer. Não é justo o mundo em que 218 milhões de crianças entre os 5 e os 17 anos trabalham e em que 126 milhões destas crianças têm trabalhos perigosos.

Enquanto não houver justiça à escala mundial a ameaça paira sobre a paz e o bem-estar. E não é com a fé em Deus que as injustiças são corrigidas. Pelo contrário, a exploração e a resignação aumentam com o logro de Deus.

12 de Junho, 2007 Carlos Esperança

Bento XVI, o último ditador europeu

B16 é uma excrescência dos sistemas totalitários e dirige a única teocracia europeia. O último ditador vitalício da Europa democrática insiste na cruzada obscurantista com a promessa de uma assoalhada no Paraíso.

No recalcamento celibatário chama «profanação» à exaltação do corpo e à sexualidade. Esquece que a ICAR exumou cadáveres para os queimar, tal era a vocação pirómana e a demência do ódio às heresias.

Para o Papa actual o «nu» é a encarnação do Diabo e o cio a arma de que este se serve para estorvar os negócios divinos. O conúbio de B16 com a Fraternidade Sacerdotal S. Pio X transformou o antro reaccionário – o Vaticano – na central de intoxicação mística ao serviço do anacronismo da fé e da liturgia tridentina a que sacode o pó e o bolor.

B16 zurze os órgãos de comunicação social porque «ridicularizam a santidade do casamento e a virgindade antes do matrimónio», mas não são os jornais e a televisão que são contra a virgindade, são as hormonas e o sortilégio do amor.

Quanto ao casamento, se é assim tão santo, por que motivo o proíbe aos padres e às freiras e ele próprio renunciou a tal santidade?

A necessidade de reprodução e a legítima aspiração ao prazer levam os crentes a trocar os rituais da religião pela liturgia dos afectos e a procurar o Céu no êxtase do amor.

O Papa é um primata com tiara em rota de colisão com a modernidade, um dinossauro que pretende extinguir a humanidade através da abstinência sexual. A castidade é a bomba atómica que o velho ditador sonhou para extinguir a vida.

12 de Junho, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Jerry Falwell foi para o Paraíso?

Morreu um dos mais repugnantes teocratas americanos, Jerry Falwell, peça gigante do imperialismo de Bush. Fundou uma seita fanática denominada Thomas Rode, fundou a pseudo-universidade Liberty, de onde são extraidos vários funcionários para a Casa Branca, e por fim fundou a Moral Majority, associação de ligação entre Estado e religião. Entre muitas das suas neuroses, culpava o movimento feminista, os homossexuais, os “abortistas” e os não-cristãos pelo 11 de Setembro. Das muitas barbaridades proferidas por este terrorista cristão, aqui ficam breves citações.

“Um estudante perguntou-me se o salvador poderia salvar Bin Laden. Claro que sim, sabemos que o sangue de Cristo o pode salvar, e depois deve ser executado.”

“Espero viver o suficiente para dentro de alguns anos ver que não existem escolas públicas nos E.U.A.. As Igrejas vão conquistá-las e os cristãos vão geri-las. Que lindo dia será!”

“A S.I.D.A. não é o castigo de deus para os homossexuais, é o castigo para a sociedade que tolera homossexuais.”

“A ideia de que a religião e a política devem estar separadas é uma invenção do diabo para que os cristãos não possam governar o seu próprio país.”

“Se queremos salvar os E.U.A. e evangelizar o mundo não podemos acomodar filosofias secularistas que são completamente opostas à verdade cristã.”

“Não existe separação entre Igreja e Estado.”

“A Bíblia é a palavra de deus, e é completamente infalível, não contém qualquer erro em qualquer assunto, seja fé e a sua prática, assim como na Geografia, História, Ciência, etc.”

“Nós lutamos contra o Humanismo, contra o Liberalismo, lutámos contra todos esses sistemas de Satanás que destroem a nossa nação, a nossa batalha é contra o próprio Satanás.”

Embora possa parecer que o terrorismo evangélico americano sofreu pesada baixa, a verdade é que não existe nada a temer, os seus filhos já tomaram conta dos negócios e seguirão as pisadas do pai. Felizmente existem muitos guerrilheiros intelectuais pelas terras dominadas pelo mau cinema de Hollywood, hambúrgueres de carnes suspeitas, ditaduras informáticas (Microsoft), e muita muita religião e estupidez. Christopher Hitchens é um dos guerrilheiros, ateu, anticlerical, antifascista, anti-monarquia, anti-estupidez, ou seja… uma pessoa. No vídeo seguinte Hitchens demonstra porque é que a religião é ridícula e perigosa, expõe ao ridículo a hipocrisia do pseudo-jornalista entrevistador e denuncia em directo as tentativas contínuas de censura às suas palavras. Livre pensamento faz falta, Orwell e muitos outros merecem o nosso respeito, merecem a continuação das suas lutas pela igualdade Humana, pela liberdade, pela livre expressão, pela sempre esquecida Humanidade.

11 de Junho, 2007 jvasco

Ateísmo na Blogosfera

  1. «Henrique, que mandou coligir o primeiro livro de leis inglês e descentralizou a justiça – dotando os magistrados com poderes de agir em nome da coroa e implementando o julgamento por júri-, determinou igualmente em 1164 que os membros do clero que tivessem cometido crimes de direito comum fossem julgados por tribunais civis e não eclesiásticos.

    Thomas Becket, recusou assinar as constituições de Clarendon, «Constitutions of Clarendon», que cerceavam claramente os privilégios e poder da Igreja e diminuiam a influência de Roma na política inglesa. A diatribe entre Becket e o rei, que o papa Alexandre II tentou diplomatica e infrutiferamente mediar, agravou-se em 1170»Os Contos de Cantuária», no De Rerum Natura)

  2. «Criar a religião também não custa nada. Pega-se num bazaroco facilmente impressionável com um nome sonante, crucifica-se o tipo, deixa-se marinar durante três dias e ressuscita-se a gosto para mostrar a toda a gente que a religião é salvação e mais não sei quê. Como ninguém sequer se lembra que se não fosse a religião, o tipo nem sequer teria sido crucificado para começar, a malta fica impressionada e adere.
    Esta foi a parte fácil, o complicado veio a seguir.»
    A verdadeira razão porque não se pode entrar de chuteiras na igreja.», no KrippArt)
  3. «Não posso culpar o destino porque essa treta não me convence. Se Deus despachou o universo em 7 dias, é porque estava com pressa para bazar. Não é gajo para se pôr a escrever destinos para esta gente toda.
    Ir à igreja rezar também não me cheira. É preciso ser muito optimista para achar que um boneco de madeira de um tipo semi-nu espetado numa cruz tem coisas mais interessantes a dizer sobre os meus problemas que eu.»
    Querer e Não Ter», no KrippArt)
10 de Junho, 2007 Carlos Esperança

O 10 de Junho

O 10 de Junho é um cadáver que se exuma anualmente para as soturnas comemorações oficiais e o desfile de gatos-pingados.

Os EUA exaltam o 4 de Julho, data da declaração da Independência, e fazem desse dia uma festa nacional. Que melhor razão para celebrar o dia do que o nascimento do país, que promulga uma constituição avançada e declara o direito à felicidade?

A França fez da tomada da Bastilha, em 14 de Julho, o símbolo da liberdade, a festa da Revolução que aboliu as velhas monarquias de direito divino e deu origem às modernas democracias governadas por cidadãos que o voto popular escrutina.

O Estado português escolheu, não a independência, não a glória das descobertas, não a liberdade, mas o óbito de um poeta, singular e grande, é certo, mas a morte, nem sequer o nascimento cuja data e local ignora.

Os EUA e a França festejam a liberdade e o povo exulta, Portugal evoca a morte e os portugueses deprimem-se. O dia 10 de Junho era na ditadura o «Dia de Camões, de Portugal e da Raça». Era um dia de nojo, na dupla acepção, com os carrascos a distribuir veneras pelas viúvas, pais e irmãos dos militares mortos na guerra colonial.

Hoje, em democracia, o dia 10 de Junho apenas perdeu a Raça. É o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas. E permanecem as homenagens aos mortos adiados, embrulhados numa venera no palco das vaidades.

Portugal tem uma Revolução para comemorar, um dia que fez a síntese do melhor que herdámos do liberalismo e do 5 de Outubro, uma madrugada que emocionou o Mundo e libertou Portugal da mais longa ditadura do Século XX – o 25 de Abril.

Mas a mórbida evocação dos defuntos é um traço inapagável da nossa identidade.

Portugal prefere o velório à festa, a véspera da perda da independência à alvorada da libertação, a continuidade das cerimónias da ditadura à aurora de todas as liberdades, a missa de aniversário à grandeza épica de Abril.

Portugal prefere viajar de joelhos ao passado a combater de pé pelo futuro.

9 de Junho, 2007 Carlos Esperança

Pior do que ofender a mãe

Pe. Albino José da Silva Carneiro (Foto oficial)
Presidente da Câmara Municipal – PPD/PSD

O presidente da Câmara de Vieira do Minho (padre católico) queixou-se ao Presidente da República por ter sido “humilhado” por Margarida Moreira, a responsável da Direcção-regional de Educação do Norte.
(…)
De acordo com o autarca, Margarida Moreira disse, e repetiu, que o seu lugar é “na Igreja”. O padre queixa-se de uma “postura humilhadora” por parte da responsável.
Comentário: Há locais que não se recomendam a um padre!!!
Adenda: A pretensa ofensa aconteceu em Março de 2006. O padre manteve silêncio durante 15 meses. O que o terá levado, só agora, a quebrar o silêncio?
8 de Junho, 2007 Carlos Esperança

O bispo e a condecoração

Quando amanhã o bispo Manuel Martins estender o pescoço ao laço da venera, não é o cidadão, aliás probo, que é premiado, é o primeiro chefe da delegação do Vaticano na cidade de Setúbal que vai ser condecorado.

Se o Presidente da República decide outorgar a grã cruz da Ordem de Cristo a um bispo católico, cria a obrigação de impor o grande minarete da Ordem de Maomé ao Sheik David Munir e a grã estrela de David da Ordem de Jeová ao rabino da sinagoga de Lisboa, Boaz Pash. E, no mínimo, deve convidar para um chá em Belém o Sr. Edir Macedo, bispo da IURD, com as respectivas esposas.

Se não existem ainda tais veneras é altura de as criar por razões ecuménicas e de não discriminação religiosa, embora fosse melhor, por razões de salubridade, a separação entre o Estado e a Igreja dominadora, como aconselha a laicidade do Estado.

O PR tem o direito de condecorar quem entender, sem perda da consideração e respeito que lhe são devidos, mas discordo da vassalagem da República a qualquer religião ainda que o clérigo, como é o caso, mereça a minha simpatia.

É provável que a condecoração do bispo seja levada em conta no tribunal divino onde os crentes são julgados, motivo que os leva a cuidar da vida eterna.

Mas o Presidente da República não pode confundir a representação pública do Estado, que exerce ao mais alto nível, com a louvável preocupação com o destino da alma que não passa de mero interesse privado.

8 de Junho, 2007 Ricardo Alves

Pensamento religioso: o sentido proibido como modo de funcionar

O verdadeiro símbolo do pensamento religioso é o sinal de sentido proibido. Porquê? Porque o que realmente caracteriza um pensamento genuinamente religioso é a paragem no desenvolvimento normal do raciocínio, o estacar perante uma conclusão incómoda, ou até o voltar para trás com medo daquilo que está à frente.

Muitas pessoas pensam que aquilo que caracteriza o pensamento religioso é dar respostas erradas para algumas das interrogações realmente interessantes do universo. Mas o que caracteriza o pensamento religioso é o assassinar cada uma dessas perguntas com uma proibição. Enquanto o pensamento científico consiste exactamente em aceitar rever as nossas ideias de forma a adaptá-las à realidade verificável ou ao que for logicamente plausível, a religião é o exacto contrário: não rever; não verificar; não aprofundar; não questionar.

Deveríamos definir religião, em sentido lato, como qualquer modo de pensar em que todas as contradições e perguntas interessantes são bloqueadas com um sinal de proibido. Exemplo: «Cristo ressuscitou». O mais relevante seria saber como, mas o pensamento religioso não explica como. Diz que é «dogma» ou «mistério», e passa à frente ignorando tudo o que importaria realmente saber. A origem do universo? Foi «Deus». Enquanto nome que se dá arbitrariamente ao que se quiser, funciona superficialmente. Mas o problema é que explicar algo respondendo «Deus» não é uma resposta. É uma paragem forçada na marcha do raciocínio.

A religião alimenta-se tanto da ignorância sobre as respostas correctas, como do medo das consequências de colocar perguntas ou de dar respostas imprevistas. A proibição reconforta: é mais fácil parar do que andar, resolver a angústia da morte com uma esperança falsa, não estudar e não corrigir as próprias ideias, não mudar de ideias.

Esqueçam as cruzes (com ou sem «Cristo»), os crescentes e as menorás. No fundo, «Deus» é um grandessíssimo sinal de sentido proibido.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]