18 de Maio, 2007 Carlos Esperança
A missa em latim
Partindo da premissa de que o analfabetismo favorecia a fé, o Papa terá concluído que a língua morta é ideal para estupefazer os crédulos e evitar perguntas sobre as mentiras da sua Igreja.
Quanto menos se conhecerem as mentiras da Igreja mais se acredita no martírio de Deus e na virtude dos padres. O Vaticano não esconde o pretendido regresso ao Concílio de Trento e Vaticano I. O Concílio Vaticano II foi o Diabo que apareceu à ICAR. É com o mistério e os segredos revelados por virgens que poisam nas azinheiras ou mergulham em grutas que se mantém florescente o negócio.
Cristo, morto há dois mil anos, não sabia latim mas fizeram desaparecer o cadáver para criar o mistério e ampliar a pantomina. O latim veio depois e foi imposto como língua sagrada mas, sem latim e sem Inquisição, não houve fé que resistisse ao Iluminismo e ao livre-pensamento.
Mais tarde impor-se-ia uma cópia grosseira do cristianismo – o Islão – adoptando o árabe como língua sagrada e usando decapitações, vergastadas e lapidações, como suplementos evangelizadores. Os resultados estão à vista – crentes cada vez mais rudes, violentos e convictos.
B16 segue-lhes o exemplo. Por ora regressa ao latim, as fogueiras virão depois. Um bom inquisidor faz mais pela fé do que as orações, os sacramentos e as homilias.