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Mês: Maio 2007

24 de Maio, 2007 Carlos Esperança

Igrejas – Todas iguais, todas más

As Igrejas não são associações éticas e de solidariedade social, são bandos organizados para a conquista do poder. Actuam junto dos incautos para os convencer da bondade do seu Deus e, no interior do aparelho de Estado, para convencerem os que o dominam das vantagens da colaboração recíproca.

O clero duvida do dogma mas crê na eficácia de o fazer aceitar. As religiões lembraram-se de embirrar com a carne de porco como podiam ter antipatizado com as coxas de rã. Inventaram a hóstia de pão ázimo porque ignoravam o chocolate e as bolachas e porque eram mais baratas. Os sacramentos são a arreata da fé e a confissão a arma de domínio das consciências e da espionagem.

A fragilidade dos crentes é explorada até à exaustão. A morte, a doença e a angústia são o terreno fértil para a sementeira de Deus.

Vejamos o caso da família inglesa McCann e do desaparecimento da filha Madeleine, de quatro anos. A tragédia da criança, o sofrimento dos pais e a ansiedade colectiva, que a comunicação social se encarrega de estimular, deu origem à mais vasta operação de manipulação religiosa dos últimos tempos.

Hoje são as crianças da praia da Luz que se mobilizam para o terço, ontem foram os pais que se deslocaram a Fátima em oração privada, acompanhados de um batalhão de fotógrafos, operadores de câmara e jornalistas. Já lá vão 21 dias de orações, missas e novenas numa operação de proselitismo e encenação religiosa a raiar o obsceno.

Se em vez de uma criança loira, de pais da classe alta, estivessem em causa as crianças da América Latina, onde – segundo B16 – o cristianismo entrou de forma pacífica, nem uma só ave-maria tinha sido gasta. E todos os dias são aí raptadas e vendidas crianças.

Eis a hipocrisia e o oportunismo da ICAR.

24 de Maio, 2007 Helder Sanches

Brief History of Disbelief


Há muito tempo que tentava descobrir esta série da BBC apresentada por Jonathan Miller. A história do ateísmo apresentada de uma forma séria, sem sensacionalismos, com a opinião de vários pensadores da actualidade. Considero esta série, composta por três documentários (aprox. 1 hora cada), indispensável para um entendimento da evolução do ateísmo ao longo dos tempos.

Aproveito para recomendar que explorem o veoh.com. O leitor é muito bom, pode-se fazer o download dos filmes, criar canais, etc.

Estão ainda disponíveis na íntegra, em separado, algumas das entrevistas feitas para esta série, com o título “The Atheism Tapes“.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

23 de Maio, 2007 Carlos Esperança

B16 – Papa medieval

A dimensão das asneiras prova a infalibilidade. O ridículo dos milagres atesta a origem divina. O autoritarismo do Sapatinhos Vermelhos prova que o Espírito Santo disse aos cardeais em quem deviam votar.

Na ICAR o Espírito Santo tem sido abandonado nas orações e no respeito. Deixaram de lhe fazer festas, endossar pedidos e dirigir orações. Até a iconografia sacra o ignora.

A pomba caiu em desgraça. Foi ela que avisou Maria da gravidez indesejada. A Virgem, na sua divina ignorância, acreditava no método das temperaturas e, para preservar a fé, que é um dom do Espírito Santo, este voou até à Terra para a avisar da prenhez.

Mas a Igreja é como as mercearias. Desfazem-se dos monos e lançam no contentor do lixo os géneros avariados. Foi o que aconteceu ao Espírito Santo, sem devotos, preces, aparições ou festas litúrgicas.

Hoje, vale mais uma santinha de Balazar que passa anos sem comer, nem beber e em anúria, factos que o Papa JP2 confirmou, do que o Espírito Santo, apesar da linhagem aristocrática das velhas religiões donde o importaram e dos recados que fazia a Jeová.

Com o andar dos tempos restam os santos autóctones de que a ICAR já fez stock e umas Virgens de origem duvidosa e pouco dadas a milagres, para entreter os crentes e nutrir o clero.

Deus é cada vez mais uma referência exótica com reles cotação na bolsa de valores da superstição. O latim ainda vai alimentar o Vaticano e restituir o brilho às missas.

23 de Maio, 2007 Helder Sanches

A Superioridade Moral

Chateiam-me os crentes que alvitram uma superioridade moral induzida pelos ensinamentos religiosos que professam. Tenho algumas dúvidas que eles de facto acreditem em tal disparate.

A moral é mutável. Não é algo que seja estanque às influências de todos os aspectos que nos rodeiam socialmente. Acontecimentos históricos moldam a moral colectiva, acontecimentos privados moldam a moral individual. Tudo isto, cozinhado com a formação, educação e experiência acumulada, contribui para a aceitação e divulgação de novas regras morais.

A religião é apenas um dos factores que terá, historicamente, contribuído (e mal?) para a moralidade. No entanto, as premissas para a chamada moralidade religiosa são impostas pelo medo dos encargos do pecado e da factura a pagar ao cobrador-mor, o tal ser que espreita os adolescentes quando eles estão no duche. Assim, a moral de origem religiosa não é sincera. É fruto da repressão ideológica hipócrita imposta pela estrutura das organizações religiosas e baseia-se, na maior parte dos casos, em obras de ficção com centenas ou milhares de anos, essas sim, estanques ao evoluir das sociedades.

Sendo a moral o sistema de valores mais relativo que existe, alvitrar tal superioridade é pura demagogia.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

23 de Maio, 2007 fburnay

Boa pergunta

À excelente pergunta «Como pode um Deus omnipotente e cheio de amor permitir o sofrimento humano?», o pastor Tom Honey responde com uma cuidadosa reflexão. Procurando várias respostas, ele parece esquecer-se de uma delas. O ateísmo. Nem seria necessário um ateísmo a 100% – bastaria recusar apenas esse Deus que, paradoxalmente, alguns afirmam ser omnipotente ao mesmo tempo que tem um grande amor pela raça humana. Eu duvido que esse deus exista.

22 de Maio, 2007 Carlos Esperança

Documentário sobre padres pedófilos

Quando o Papa Rätzinger condenou a publicação das caricaturas de Maomé não foi por respeito ao rude pastor de camelos, foi por genuína aversão à liberdade de expressão.

O Index Librorum Prohibitorum do Vaticano foi abolido em 1966 mas persistem a vocação censória, os tiques autoritários e o horror à liberdade. Foi o desprezo da sociedade que fez a ICAR desistir da censura, não foi a conversão à democracia.

O documentário da BBC, «Crimes sexuais e o Vaticano», com o prestígio e rigor de que goza a estação inglesa, está em vias de ser censurado em Itália.

Mario Landolfi, presidente da comissão parlamentar que supervisiona a RAI, pediu ao diretor-geral da emissora, Cláudio Cappon, que não autorize a transmissão.

A liberdade, a apostasia, a blasfémia e a carne de porco são obsessões das religiões do livro. Merecem-lhe um ódio profundo.

22 de Maio, 2007 jvasco

Ateísmo na Blogosfera

  1. «Objectivamente, acho que o tal ser todo poderoso não existe. Não me parece provável que tenha vindo á Terra morrer e ressuscitar para perdoar os nossos pecados. Tudo isso me parece uma grande treta. Mas tudo isso é circunstancial. Calhou o universo ser assim, ter surgido por si próprio e não conter seres divinos, mortos que ressuscitam, e coisas dessas. Mas pouca diferença fazia se fosse de outra forma.

    O fundamento do meu ateísmo é que eu não tenho deuses. Não há nada que eu venere. Mesmo que esse ser existisse não era por ser todo poderoso ou criador do universo que me ia pôr de joelhos a pedir-lhe favores, perdão, ou a louvar o seu nome. Quem vive a minha vida sou eu. Quem é responsável pelos meus actos sou eu. Quem tem que corrigir as asneiras que eu faço sou eu. .»(«É racional ser agnóstico?», no Que Treta!)

  2. «Mal ouviram falar em tudo isto, principalmente do elevado montante que o fundo de auxílio já tinha atingido, os famosos “psíquicos” ingleses Amanda Hart (de St. Albans) e Ben Murphy (de Watford) apanharam imediatamente um avião para o Algarve.

    Ali chegados, não cessam de rondar os pais e as pessoas mais chegadas à família da pequena Madeleine, fazendo-lhes crer que graças aos seus poderes psíquicos e às pistas que têm recebido do “além” estão na posse de preciosas e vitais informações sobre o destino e o paradeiro da criança.».» («Os Abutres», no Random Precision)

  3. «Nesses programas, em directo, atendem telefonemas de pessoas, fragilizadas, com problemas, de saúde, económicos, desemprego, etc. e, convencem-nas de que foram alvos de, mau-olhado, invejas, bruxaria e todo o tipo de maldições.
    Assim atemorizadas, essas pessoas, são aconselhadas a dirigirem-se aos – “Centros de Ajuda Espiritual” «locais de culto, que invadem todo o País, e principais cidades de vários Países», onde outros colaboradores da seita, auto-designados “Homens de Deus”, treinados, «conforme se pode observar, nos vídeos seguintes», usam todos os estratagemas para extorquir dinheiro aos crentes.
    »(«IURD – Embuste e Exploração Universal (Capítulo 1)», no O Calhamaço dos Embustes)
22 de Maio, 2007 Helder Sanches

Compreender e a Pura Indiferença

Admito que há alturas em que me sinto mais incomodado com o agnosticismo que com alguns tipos de crenças. Já aqui escrevi sobre agnosticismo e penso que ficou bem patente a minha posição em relação à indiferença cúmplice dos agnósticos. Entendo mais facilmente, por exemplo, um panteísta que um agnóstico. Recordo-me ainda quando no antigo fórum do ateísmo.net (Diário Ateísta) se discutia a criação de uma associação e se questionava a inclusão ou não de agnósticos. Por mim, nunca fui favorável a essas misturas!

Quando me lembrei de promover este debate interblogues a distinção entre agnósticos e ateus pareceu-me um tema óbvio para dar o pontapé de saída. Esta é a minha participação no debate e gostaria de começar com uma fantasia.

Imaginem que, numa pequena cidade, um grupo considerável de pessoas estava crente que o Sol se extinguiria dentro de duas semanas, a uma quarta-feira, pelas 16h43.

Não existia nenhuma evidência para tal crença mas a convicção de alguns neste delírio era tão convincente que arrastava uma percentagem significativa dos habitantes dessa cidade.

Para além dos crentes, existiam outros dois grupos de pessoas: os que achavam que a ideia era um disparate, uma vez que não havia qualquer suporte cientifico para temer tal catástrofe, e os que achavam que quer fosse verdade ou não era irrelevante uma vez que, em qualquer dos casos, não tinham ao seu alcance qualquer forma de alterar o destino da nossa estrela.

Com a aproximação da data prevista para a extinção do Sol, o grupo crente começa a viver em função dessa fatalidade, tentando impor rituais para contrariar o destino anunciado. Outros, mais radicais, cientes de que qualquer ritual seria uma perda de tempo, tentam gozar os últimos dias isentos de quaisquer regras de convívio social, recorrendo a violações, roubos e homicídios.

Os que achavam que esta ideia do Sol se extinguir não passava de um disparate opunham-se e preveniam contra a loucura e insanidade dos crentes. O outro grupo, limitava-se a observar, expectante, o desenrolar dos acontecimentos.

Esta história demonstra bem a atitude diferente de crentes, agnósticos e ateus em relação à realidade. Enquanto que os ateus se manifestam por considerarem que não existem quaisquer evidências que justifique qualquer crença num qualquer deus ou divindade, os agnósticos procuram o refúgio na ignorância – por entenderem ser impossível uma resposta à questão divina – ou no desinteresse – por acharem que qualquer resposta é insignificante para as suas vidas.

Assim, o que aparentemente poderia parecer a atitude mais racional, não passa, isso sim, de uma forma envergonhada de desistir da procura da verdade ou de uma presunção de que essa mesma verdade seria inconsequente no entendimento do Homem e do mundo. Como é possível pensar que não seria determinante para a humanidade provar a existência ou inexistência de um ou mais deuses?

Ilusoriamente racional, o agnosticismo não passa de um entrave ao conhecimento. Tivesse a humanidade ao longo dos séculos confiado tão pouco na sua capacidade de descobrir e de saber e a roda nunca teria sido inventada. Tivesse a humanidade nos séculos mais recentes achado que determinadas questões não eram importantes e a esperança de vida não teria mais que duplicado nesse período.

Eu entendo que o agnosticismo pode ser muito mais apaziguador, conciliador ou democrático que o ateísmo. Só que a verdade não se define por maiorias! Racionalidade é procurar encontrar a Verdade. Racionalidade é procurar as explicações, justificações e a compreensão do mundo que nos rodeia. Tudo o resto ou é delírio ou pura indiferença.

22 de Maio, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Idiotices Americanas

Idiotice a mais e neurónios em funções a menos entorpecem os U.S.A.. Psicopatas de bata branca querem fazer coexistências impossíveis, crianças a brincar com dinossauros, ovos de dinossauros em arcas devido aos tsunamis de deus, uma fantochada desconexa ridícula fomentada pelas óbvias convicções de fé. O Museu da Criação é a nova esquizofrenolândia, produção intelectual dos mais ignóbeis americanos, apoiados por Bush, um tal de presidente que invade países a pedido de deus.

10 milhões de Euros para o hospital psiquiátrico, invertido, dementes a médicos, saúde firme poderá ser abalada por tanta psicose, quem sabe de lá não sairão as crianças pedindo aos pais um dinossauro de estimação, o cão ou o gato já não os satisfaz, sai um Triceratops para o menino, e já agora um quintal maior e um bom seguro de vida. Ao que parece o Génesis fala de dinossauros, quem sabe das numerações de página se extrai tal fenomenal clarividência, menos de 10 mil anos de existência claro está, e cuidado com as cheias do deus insano e irado, afoga os peixes e todos os que não tiverem bilhete válido para a viagem na jangada de Noé. Também a competência pede a necessidade de acreditar que a Terra foi criada em 6 dias, sábado descanso que trabalho é muito, não esquecer que quem trabalhar ao sábado é punido de morte, assim se lê em Êxodo, tudo constante num livro denominado Bíblia, o qual serve de exemplo moral “obrigatória” aos Americanos, mãozinha em cima dela e jura-se por tudo e mais alguma coisa, honestidade e bom senso não é preciso.

Todos os funcionários da esquizofrenolândia são qualificados, todos são sujeitos às mais difíceis provas científicas, a Terra tem menos de 10 mil anos e um tal de designer artístico com lacunas imaginativas extremas criou tudo o que existe exclusivamente para o homem, animais são seres decorativos, estrelas igual, mulheres já interessam, procriação e loiça limpa que de resto ficam caladas e submissas, o diz Timóteo, Coríntios, Pedro, Colossenses e mais uns quantos, assim vai legislando a obra literária do designer, escritor não o era.

Contas feitas e a estupidez é muita, descriminação aos ateus, Bush é um marco histórico da D.V.C, Diarreia Vascular Cerebral, “não sei se ateus deveriam ser considerados como cidadãos nem como patriotas. Esta é uma nação sob Deus.” disse o pai e segue o filho, doença hereditária ao que se aparenta. 10% da nação sob deus acredita que a esposa de Noé, o fabricante de jangadas em tempos de chuva, a mais conhecida “Noe´s Arc”, será a Joana D´Arc. Assim corre a educação no país mais religioso do mundo desenvolvido, defende-se de unhas e dentes o que não se conhece, ateus são superiores? Nunca. Estes crentes humilham-se. Nem metade sabe qual é o primeiro livro da Bíblia, mas criacionismos e designs às marretadas e sacholadas são verídicos! Quem disse “Que se faça luz!”? Para metade dos Americanos Thomas Edison.

A irracionalidade é inflamável, a pacificidade não mora pelas terras sob deus, recentemente um pai meteu a filha no microondas a mando do designer, infernos já existem dentro dos electrodomésticos, o Tio Sam contente da vida, guerra aos infiéis, deus manda, Bush também, matem-se uns aos outros em guerras, e assim o fazem, os subservientes claro está, o Iraque não tem campos de golfe sossegados ao que parece, nem armas de destruição maciça. Deus escreve torto por linhas direitas, cowboyadas e explosões dão boas audiências e roubos de viscosidades negras fazem macias notas. Percentagens mínimas da população remam contra a maré, Sam Harris a exemplo, mas a ignorância e ganância é maior.

Os deuses não se entendem, que resolvam as quezílias com uma bilharada à melhor de 5.

Também publicado em LiVerdades e Ateismos.net