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Agnóstico forte e Ateu explícito

Sou agnóstico forte.
Não creio que é possível saber ao certo se Deus existe. Não creio que nunca será possível.
Também não creio que é possível saber ao certo se o Super-Homem existe. Ou os Elfos e Sereias. Também não creio que possa ser possível um dia.
Qualquer conhecimento a respeito do mundo que nos rodeia deve estar sempre sujeito a revisão, caso os indícios e evidências o justifiquem.

Sou ateu explícito.
Acredito na inexistência de Deus, tal como acredito na inexistência de uma lata de refrigerante em órbita de Júpiter. Há boas razões para duvidar de ambas.
Se escolhermos uma definição razoável para a palavra «Deus», creio que uma avaliação racional e reflectida dos indícios a que temos acesso levará à conclusão de que Deus não existe.

O ateísmo implícito (a posição daqueles que se descrevem como agnósticos) parece-me menos sustentável que a do ateísmo explícito.
Todos nós acreditamos em proposições para as quais não existe certeza absoluta.
«Fumar faz mal à saúde» é uma crença generalizada na nossa sociedade.
Será pouco razoável acreditar que fumar faz mal? Não podemos saber ao certo se faz…
Em última análise não podemos saber, mas os indícios apontam nesse sentido. Apontam de tal forma que damos essa afirmação como certa.
Se alguém viesse dizer que «sabe» que o tabaco não faz mal à saúde, seria pouco razoável acreditar sem que esta pessoa nos desse indícios convincentes: e mais convincentes que os fortíssimos indícios que levaram a comunidade científica a alertar para os malefícios do fumo.
Sem tais indícios será razoável acreditar que o tabaco não faz mal à saúde?
Será razoável não acreditar explicitamente que faz?

Da mesma forma, nós sabemos que um corpo maciço não se pode deslocar a uma velocidade superior à velocidade da luz em circusntância alguma (deve notar-se que os indícios neste sentido são muito mais esmagadores e definitivos que aqueles que existem em relação aos malefícios do tabaco).
Grande parte dos crentes acredita que Deus pode fazer com que isto aconteça. E que indícios apresentam? Serão indícios suficientemente fortes?

Não me parece que o ateísmo implícito (ao qual chamam agnosticismo) seja mais racional que o ateísmo explícito. Perante os actuais indícios, bem pelo contrário.

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