E se o Papa fizesse o Lisboa-Dakar?
5 Quilómetros de estrada em terra foram asfaltados no Brasil, na ligação à Fazenda Esperança, para que um tal de Ratzinger não sinta o mínimo desconforto de uma viagem exigente em estrada mal tratada. O pedido em forma de obrigação veio do Vaticano, e os responsáveis pelo lugarejo aquiesceram a tal intransigência com toda a nobreza do servilismo católico, dedicando as suas atenções ao assunto primário de não empoeirar os veículos clericais que passarão no local.
O Brasil obteve a visita nobre da cabeça do polvo católico, que debitou uns quantos dejectos imorais, levados posteriormente pelos tentáculos clericais às massas leigas e sedentas por falsos moralismos. Aquilo que tipicamente se define como evangelização.
Num país que já acumulou mais de 183 mil mortes motivadas pela SIDA, nada melhor que levar ao palco principal a voz primária da defesa dos direitos dos vírus, e consequentemente inimigo dos preservativos, esses monstros que impossibilitam a livre proliferação desse indefeso organismo. Os vírus também serão filhos de deus.
Enquanto no Brasil 250 mil mulheres são internadas, por ano, em Hospitais devido a problemáticas de saúde causadas pelo aborto clandestino, políticos investem dinheiro e unem esforços para resolverem as problemáticas da terra que indignifica a passagem daqueles que investem tempo e dinheiro em diarreias verbais de criminalização e humilhação feminina.
Enquanto políticos se preocupam com que não exista uma única poeira que suje as vestes travestis de Ratzinger, os problemas acontecem, e pior ainda, são exponenciados dramaticamente pelas defecações clericais.
Sabendo que o Raly Lisboa-Dakar tem mais de 9000 quilómetros, maioria dos quais em péssimas condições de circulação rodoviária, o que aconteceria se Ratzinger decidisse fazer o trajecto no seu papamóbil?
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