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Mês: Abril 2007

8 de Abril, 2007 Carlos Esperança

México – escândalo e crime

No México, a congregação religiosa «Irmãs de Maria» dirige uma instituição de ensino, onde as regras pedagógicas estão mais próximas das de um campo de concentração nazi do que das de uma escola.

As restrições às visitas de familiares faziam parte do processo educativo, na «Vila das Meninas», um internato de 3.000 adolescentes que frequentavam o ensino secundário e o bacharelato confiadas à devota vocação pedagógica das freiras.

As sevícias exercidas levaram algumas jovens a perder o andar e a fala e a contraírem graves perturbações de natureza psicológica.

Os professores que denunciavam a natureza repressiva e o comportamento demente das freiras eram imediatamente despedidos.

Mais do que a incúria do Estado que se demite de acompanhar os estabelecimentos de ensino particular, a miséria, o analfabetismo e o temor reverencial à Igreja conduzem a indizíveis níveis de sofrimento e humilhação das crianças de países pobres.

Notícia 1; Notícia 2; Notícia 3; Notícia 4 DA/Ponte Europa

6 de Abril, 2007 Carlos Esperança

Uma questão de prudência

TRADIÇÃO

O Patriarca Policarpo cumpriu ontem o ritual de lavar os pés, tal como Jesus o fez aos apóstolos – segundo a ICAR.

Os escolhidos deste ano foram 12 pessoas, entre estudantes e ex-alunos, da Universidade Católica de Lisboa, confiante nos hábitos higiénicos da clientela seleccionada.

É uma sorte (para o Patriarca) que os apóstolos não tivessem o hábito de tomar banho completo.

6 de Abril, 2007 Carlos Esperança

Páscoa, milagres, relíquias e carbono 14

A ICAR mantém o Cristo morto, por masoquismo, para sofrer a Quaresma, e enche de júbilo os créus, que se alambazam em comidas, com a certeza de que o patrão ressuscita na Páscoa.

Enfrascam-se os devotos, indiferentes ao peso e ao colesterol, ansiosos por assistirem ao número, todos os anos repetido, da Ressurreição.

Para matar o ócio, o Vaticano vai servindo missas, procissões, homilias e orações numa fúria beata que afaste o rebanho do pecado. Para aumentar a panóplia de engodos, serve milagres de JP2 ao público e beatifica-o.

Dos muitos milagres que o taumaturgo obrou, escolheram o de uma freira que também era tremente a Deus e se curou, graças à intercessão do cadáver do polaco.

A ICAR esconde milagres provados: a impunidade do homicídio do chefe da Guarda Suiça, da mulher e de um soldado (o Vaticano atribuiu o assassínio do casal ao último, que se suicidou com a mesma pistola e uma bala de calibre diferente). Milagre!

JP2 opôs-se à extradição do arcebispo Marcinkus que os tribunais italianos queriam julgar pela falência fraudulenta do Banco Ambrosiano. Milagre! Já eram dois.

Só a ciência prejudica a ICAR. Os restos mortais de Joana d´Arc, fartos de aliviar moléstias e de curar devotos, constam de uma costela humana enegrecida, uma tíbia de gato e fragmentos de pano de uma múmia com a idade compreendida entre os séc. VII e III anteriores à nossa era.

O carbono 14 faz pior às relíquias da ICAR do que o CO2 ao aquecimento global.

6 de Abril, 2007 jvasco

Ateísmo na Blogosfera

  1. «Mas comparem as duas Páscoas. Numa Deus comete atrocidades, por culpa Dele o Faraó não pode libertar os Judeus, e no fim mata os filhos inocentes de uma data de gente. Na outra os homens cometem atrocidades, Deus é um primogénito inocente, e por culpa dos homens é torturado e morto na cruz. Em ambas mata-se carneiros.

    Parecem contraditórias, mas une-as algo profundo, algo que define a religião Judaico-Cristã. O Amor. Não parece amor, mas o Amor Divino não é como o amor humano. O Amor que chacinou os primogénitos do Egipto não foi o amor dos namorados. O Amor que condena ao inferno quem não acreditar em torturar inocentes para redimir os culpados não é o amor que os pais sentem pelos filhos.»Páscoas Felizes», no Que Treta!)

  2. «Concordo que conhecimento e fé são distintos, mas não que se complementem. O bife e as batatas fritas complementam-se. Ou a flauta e o violino, ou as calças e a camisola. A fé e o conhecimento são o gato e o rato. Ou se separam, ou há chatice. Tanto uma como outro pretende legitimar que se aceite algo como verdade, mas muitas vezes indicam precisamente o contrário. O conhecimento diz que num sistema que não troca energia com o exterior a entropia não diminui. A fé diz que há um deus que, se quiser, faz com que a entropia diminua num sistema isolado. Isto não é complementaridade. É contradição. Ou se rejeita o conhecimento acreditando que isto é possível, ou se rejeita a fé como uma hipótese refutada. Este é apenas um exemplo entre muitos. Em geral, ou se tem fé, ou se compreende. Não há complementaridade. Quem tem o bife, quer batatas, mas ninguém precisa de ter fé naquilo que já compreende…» («Fé e Conhecimento», no Que Treta!)
  3. «Os piedosos irmãos Kaczynski decidiram promover um discurso abertamente anti-semita, ao mesmo tempo que planeiam «proibir» a homossexualidade e impedir os homossexuais de trabalhar na função pública (tendo mesmo já começado pelo ensino)[…]

    Ainda no âmbito da sua «Revolução Moral», os católicos gémeos anunciaram que o divórcio será terminantemente proibido e será novamente equacionada toda a legislação que possa conduzir à igualdade entre o homem e a mulher.[…]

    Finalmente, e como se não bastasse, e ao mesmo tempo que se tornou obrigatório o ensino da religião católica em todas as escolas do país, foi decidido que nas aulas de ciências, e a par do evolucionismo, fosse ensinado também o «criacionismo», proclamado como um teoria científica perfeitamente válida.» («Dois Conceitos Inseparáveis», no Random Precision)

5 de Abril, 2007 Ricardo Alves

ARL no Rádio Clube Português

Hoje, às 17 horas e 30 minutos, uma delegação da ARL estará no Rádio Clube Português para uma entrevista de trinta minutos.

As frequências locais do RCP podem ser consultadas aqui. É também possível ouvir a emissão na internete.

5 de Abril, 2007 Ricardo Alves

A secularização da sociedade portuguesa(5): a idade da razão

A idade da razão

O gráfico seguinte mostra a evolução da percentagem de alunos inscritos em Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) entre o 5º e o 12º anos de escolaridade (os dados referem-se ao ano lectivo de 2004/2005).
Fica claro que, à medida que os jovens se emancipam da tutela dos encarregados de educação, aumenta a percentagem de alunos que não querem ter aulas sobre religião. No 5º ano de escolaridade, 71% do total de alunos frequenta EMRC. No 12º ano, restam apenas 6%. A maior queda dá-se entre o 9º e o 10º anos, por uma razão óbvia: a partir dos 16 anos, a escolha de frequentar aulas de religião passa a ser dos alunos. Enquanto no 9º ano, quando a escolha de frequentar EMRC ainda é dos pais, a percentagem de alunos inscritos em EMRC é de 39%, essa percentagem cai para 15% no 10º ano, quando a escolha passa a ser dos alunos.

Às portas da universidade, 94% dos alunos não querem estudar «Religião e Moral Católica». É uma percentagem esmagadora, que demonstra que as famílias católicas têm dificuldade em transmitir a sua religião aos filhos, que parecem mais interessados na sociedade secularizada que os rodeia.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]