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A beatificação da Irmã Lúcia

ultrapassaram as três arrobas e meia os milagres da mais antiga reclusa do mundo que hoje faria 100 anos.

Os milagres são como os cogumelos, que crescem numa noite e podem ser tóxicos. A Ir. Lúcia, enclausurada em vida, logo que morreu abriu a época dos milagres ao ritmo a que tinha visões. Os crentes esperam milagres melhores que os dos primos. Curaram a D. Emília dos Santos que ficou a andar mal e logo se finou, cheia de saúde, enquanto o processo médico desapareceu da Psiquiatria dos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde esteve internada.

A Ir. Lúcia está para a Igreja Católica como a electricidade para a EDP. É uma fonte de negócio altamente lucrativa e com assinantes certos. Em vida, falava com a Senhora de Fátima acerca da política e da moral, recebeu a visita de Cristo na cela, em Tuy, e foi ao Inferno visitar o Administrador do Concelho de Ourém, que não ia à missa.

Na cela, coçava-se, sobretudo quando a sarna a atormentou, e rezava pela conversão da Rússia. Comercialmente divulgou o terço e os horrores de que Deus é capaz quando anda com a mosca que é outra forma de dizer que não está no juízo perfeito.

Como se habituou a pedir favores divinos, pagos em orações, levou o vício para a cova. Enquanto não é canonizada, peçam-lhe milagres que ganha ela e os devotos. Ela precisa de subir aos altares para alimentar o negócio da fé e os crentes para se curarem dalguma moléstia em que a bem-aventurada esteja calhada ou que a senhora de Fátima saiba.

Orem e roguem milagres. O trabalho é pouco católico e cada vez pior remunerado.

Perfil de Autor

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- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa

- Sócio fundador da Associação República e laicidade;

- Sócio da Associação 25 de Abril

- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;

- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida

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- Colaborador do Jornal do Fundão;

- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»

- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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