E de volta à informação.
«No outro post (aqui) escrevi que a informação numa sequência de elementos, por exemplo uma molécula de ADN, é determinada pelo número de tipos diferentes de elementos e pelo número de elementos na sequência. Isto é verdade para especificar sequências em geral.
Mas se queremos transmitir uma sequência em particular podemos reduzir a quantidade de informação. Por exemplo, o número e, base dos logaritmos naturais, é uma dízima infinita não periódica: 2.718281828459… Mas pode ser especificado como (imagem tirada da wikipedia)
No outro extremo podemos imaginar uma sequência infinita aleatória. Esta só pode ser codificada com uma quantidade infinita de informação, porque não se pode codificar aquela sequência aleatória de forma mais concisa.
Isto revela o antagonismo entre especificidade e informação. Algo que possa ser especificado de forma concisa pode ser codificado com pouca informação, e algo que tem mais informação não pode ser especificado de forma tão concisa. Daí o contra-senso na exigência criacionista. Citando Jónatas Machado:
«O melhor que os evolucionistas conseguem é dizer que a complexidade especificada contida no DNA surge por mutações aleatórias e selecção natural.[…]
As mutações benéficas são raras, não são seleccionáveis e não acrescentam informação complexa e especificada ao genoma.»
Quanto mais especificado menos informação. Por isso é claro que as mutações não podem ao mesmo tempo aumentar a especificidade e a informação. As mutações acrescentam informação precisamente por serem aleatórias e não específicas. O que aumenta a especificidade é a selecção natural, que o faz à custa de reduzir informação eliminando preferencialmente as variantes com menor desempenho na luta pela reprodução.
O problema não está na teoria da evolução, mas na contradição que é o conceito criacionista de informação especificada.
Para saber mais sobre a constante e»
——————————–[Ludwig Krippahl]