O ateísmo activo e optimista de Onofre Varela
«Não construí a sociedade que herdei, não estou satisfeito com ela, nem me satisfaz a ideia do previsível futuro que vejo a ser esboçado por aqueles que assumiram a responsabilidade de gerir os povos, nem pelo clero que, paralelamente a tal gestão, pretende influenciar destinos pela via mitológica. É da realidade da época e do meio em que vivo, e dos sentimentos que essa realidade em mim despertou, que nasceram a curiosidade, a ira, a calma e a ansiedade que me incendiaram paixões. Foi sobre isso que escrevi, com a convicção de que fui honesto comigo, e de que usei a crítica com o devido respeito à religiosidade de quem crê.»
(Onofre Varela, nas páginas finais de «O Peter Pan não existe – Reflexões de um Ateu»; a apresentação do livro em Lisboa será já na quinta-feira.)