Criacionistas contra Dawkins
«No passado dia 1 surgiu no site criacionista «Creation Ministries» um artigo intitulado «Dawkins and Eugenics, a leading high priest of evolution reveals its ugly side». Este artigo acusa o «ateu fanático» Dawkins de defender que não há bem nem mal, de concordar com Hitler, e promover a eugenia, citando o que Dawkins escreveu no Sunday Herald do dia 19 de Novembro:
«I wonder whether, some 60 years after Hitler’s death, we might at least venture to ask what the moral difference is between breeding for musical ability and forcing a child to take music lessons. Or why it is acceptable to train fast runners and high jumpers but not to breed them.»
Terrível. Estes ateus são piores que o bicho papão. É claro, não parece tão terrível se lermos o resto do parágrafo, que os criacionistas não citaram. Dawkins continua:
«I can think of some answers, and they are good ones, which would probably end up persuading me. But hasn’t the time come when we should stop being frightened even to put the question?»
Afinal parece que Dawkins não considera a eugenia uma boa ideia. O que ele propõe é que se ponha de parte o terror inspirado pelo nazismo e não se tenha medo da pergunta: se pudermos influenciar o património genético dos nossos filhos, devemos fazê-lo ou deixá-lo à sorte?
Numa crítica cinco vezes maior que o artigo criticado, os criacionistas acusam Dawkins e os ateus de não terem valores, de defender a eugenia, e tiram uma citação do contexto para dar uma ideia completamente diferente do que o autor pretendia. Isto revela um atributo curioso dos criacionistas. Apresentam-se como defensores da Verdade, mas têm muito pouco respeito pela verdade.»
——————————–[Ludwig Krippahl]