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Mês: Dezembro 2006

5 de Dezembro, 2006 Carlos Esperança

A Igreja católica e os milagres

Jesus era um pobre judeu cuja superstição da época e umas pantominas escritas no Antigo Testamento converteram em Cristo (Salvador).

Os mais embrutecidos e supersticiosos começaram logo numa histeria anti-semita, a acusar os judeus de não aceitarem o simpático charlatão como filho de Deus, tal era a ansiedade de confirmar uma profecia. É verdade que o rapaz era dado à pregação e aos milagres, um dos raros empregos do sector terciário, que muitos rapazes pobres do seu tempo tentaram com menos êxito.

Os milagres começaram por ser a prova da divindade e acabaram como demonstração da santidade. Jesus fez milagres em vida porque era o seu ofício e fonte de rendimento. Depois de morrer saiu do ramo e deixou os truques para os cadáveres dos seus devotos. O rendimento fica para os padres porque não há família que se atreva a reivindicar os direitos de autor como herança.

No Vaticano há uma repartição que adjudica e passa certificados de garantia aos milagres, que no tempo de João Paulo II se multiplicaram como cogumelos. Têm médicos avençados por todo o lado, capazes de tudo a troco de indulgências.

Há muito que se esperam milagres fora do campo da saúde porque transformar água em vinho dá cadeia. Só Jesus conseguiu ressuscitar mortos, porque os jornalistas andavam ocupados com uns escândalos em Galileia e a televisão ainda não tinha sido inventada.

Admitiu-se que o Opus Dei arranjasse milagres de jeito para S. Josemaria Escrivá, que redimissem o apoiante de ditadores, o amigo de Franco, o aldrabão que comprou o título nobiliárquico de Ballager, o sevandija que chamou porca e puta à dedicada secretária de muitos anos, Maria del Cármen Tapia. Mas, não.

Apenas a cura do cancro duma freira, que a madre superiora desconhecia que estivesse doente, e da radiodermite de um médico. Nem um olho de vidro conseguiu pôr a ver, nem a um manco pôs pernas iguais – ainda que tivesse de cortar-lhe a mais comprida -, nem a um maneta fez crescer a mão. Se como homem foi odioso, como milagreiro foi um fracasso.

A Igreja católica anda pelas ruas da amargura. Já nem nos milagres, que eram o seu forte, consegue um prodígio de jeito.

5 de Dezembro, 2006 Palmira Silva

Aborto e religião

Deveria ser consensual, bastando olhar para o mapa mundial da legislação sobre a IVG para o confirmar, que apenas razões religiosas – ou sexistas, o que vai dar no mesmo – impedem a implementação dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) da ONU e das recomendações desta organização em relação à despenalização do aborto!

Acho por isso muito divertidos os protestos dos católicos que asseveram não ser fundamentada na religião a respectiva posição pró-prisão em relação às iníquas mulheres que exibem um «comportamento profundamente leviano, promíscuo, debochado e, sobretudo, egoísta», sub-humanos que o Estado tem a obrigação de vigiar e controlar já que são potenciais «homicidas» da vida não nascida por dá cá aquela palha.

Mas depois lemos que «No «não» [à despenalização do aborto] pode estar muita gente. No «sim» também. Mas no «sim» não haverá católicos. Mesmo que pensem o contrário, que vão à Missa e que comunguem todos os dias (pérola encontrada via Arrastão). E, obviamente, todo o empenhamento da sucursal nacional da Igreja de Roma no movimento pró-prisão não tem nada a ver com religião!

Mas claro, os fundamentalistas católicos (e volto a frisar a palavra fundamentalistas, não me refiro aos crentes normais) não encontram paradoxos nestas posições já que ululam defender «valores radicados na natureza mesma do ser humano», verdades fundamentais indispensáveis à consciência colectiva dos Estados em que se inserem, nomeadamente consideram ser dever do Estado impor esses «valores morais universais e absolutos» na letra da lei. E apenas os «fanáticos» ou «fundamentalistas» ateus não reconhecem a «superioridade moral» do catolicismo e se obstinam em lutar contra as «leis divinas» e a criminalização dos «pecados»!

Como bramia o padre de Santos, nos tempos idos das minhas aulas de catequese, em resposta às perplexidades de uma criança de 6 anos sobre as inconsistências biblicas e contradições morais encontradas na teoria e na praxis católica, as mulheres têm de ser vigiadas e controladas porque são «fracas de espírito» e «atreitas» às tentações do Demo.

E o padre ululava serem obra do Mafarrico as minhas afirmações infantis de que se algo é errado intrinsecamente, então é sempre errado fazê-lo e não percebia porque alguns comportamentos podiam ser errados ou perfeitamente correctos dependendo de quem os fazia ou das circunstâncias! De facto, a duplicidade moral católica, a proibição de tudo e mais umas botas às raparigas – como assobiar ou andar de bicicleta no adro da igreja – não porque fosse errado per se, apenas porque «parecia mal» uma fêmea fazê-lo, não me convenciam!

Esta duplicidade moral misógina indissociável do catolicismo está subjacente à argumentação dos que ululam serem pró-prisão porque «o que está em causa e o SIM autorizará, é que a grávida possa decidir, sem qualquer justificação ou outra motivação, abortar». Isto é, o aborto pode ser errado ou não dependendo das circunstâncias, ou seja, da motivação feminina para o fazer.

A grande questão, ganem os que não reconhecem competência moral para esta decisão à «fraca de espírito» mulher, é que as mulheres fazem «abortos pelas mais fúteis razões». Ou seja, não são contra o aborto quando decidido por quem de direito, a classe médica, ou em caso de violação – a mulher não teve «culpa» da gravidez, isto é, só as levianas, promíscuas, debochadas ou egoístas devem ser punidas – são apenas contra o aborto por decisão (fútil e egoísta) da mulher!

Como afirmou recentemente Ana Vicente, investigadora e membro do movimento leigo «Nós Somos Igreja», «as religiões servem de obstáculo ao desenvolvimento e ao empoderamento das mulheres». E o que está em questão no referendo é simplesmente a recusa católica em reconhecer direitos às mulheres, «inadmissíveis exigências» reinvidicadas por «feministas radicais»!

De facto, durante séculos fomos educados para a intolerância, para o radicalismo e em particular para a misoginia ou preconceitos contra as mulheres. Dogmas religiosos foram pacientemente secularizados como peças estratégicas para a preservação de sistemas ideológicos e, especialmente, para a preservação do poder (e concumitante fausto) da Igreja.

O facto de alguns (muito poucos) ateus serem pró-prisão – e, curiosamente, só conheço ateus, nunca conheci uma única ateia pró-prisão – reflecte apenas este condicionamento. Condicionamento que se traduz na convicção masculina de que têm os homens direito a fazer julgamentos de valor em relação aos comportamentos femininos. Nenhum ateu pró-prisão me convenceu de que a sua posição não é simplesmente uma posição sexista, especialmente porque consideram que um embrião não tem valor intrínseco, isto é, só tem um valor que se sobrepõe aos mais elementares direitos humanos in utero. E consideram serem legítimos os abortos realizados por motivos não fúteis – um adjectivo exclusivamente utilizado no feminino cá no burgo!

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5 de Dezembro, 2006 Ricardo Alves

Rushdie: «A religião foi o maior erro da raça humana»

Foi um prazer assistir à conferência-debate com Salman Rushdie, Cláudio Torres e Anselmo Borges em Santa Maria da Feira, na sexta-feira.
Rushdie defendeu bastante bem a posição ateísta, e repetiu várias vezes, sem que ninguém o contradissesse, que os deuses foram criados à imagem dos homens (e não o contrário). Recordou que muitas mitologias têm um momento em que os deuses desaparecem e os homens têm que assumir as suas responsabilidades, e que entrámos nesse momento histórico a partir do Renascimento, e mais concretamente a partir do Iluminismo. Elaborou um pouco à volta do tema, recorrente nas suas entrevistas recentes, de que provavelmente nascemos com um sentido ético que nos leva a perguntar o que está certo e o que está errado, e que pode portanto levar à religião. E foi bastante claro, após as perguntas do público, sobre aquilo que nos separa dos crentes e dos seus «companheiros de estrada» clericais: não confiarmos nos sacerdotes das religiões para responder a perguntas sobre ética. Quanto ao outro uso da religião que Rushdie mencionou (explicar as origens do mundo e da humanidade), hoje já quase ninguém o leva a sério.
Politicamente, Rushdie denunciou as teses huntingtonianas do «choque de civilizações», explicando que o «mundo muçulmano» é muito diverso e está muito dividido, por exemplo entre sunitas e xíitas. Defendeu vigorosamente que apenas quando o Islão for reinterpretado, como Averróis tentou fazer no seu tempo, poderá evoluir. E recomendou a leitura de «Identity and Violence» de Amartya Sen para uma compreensão de como temos muitas pertenças, da nacionalidade e da região ao clube de futebol e à religião. Mencionou igualmente Richard Dawkins («The God delusion») para esclarecer onde sustenta o seu ateísmo.

De um modo geral, ignorou as perguntas do público.
4 de Dezembro, 2006 Carlos Esperança

Pinochet à beira da morte

Depois de o ex-espião russo Aleksandr Litvinenko ter morrido envenenado por uma substância altamente radioactiva, o polónio 210, teme-se que o ex-ditador chileno, Augusto Pinochet, tenha a mesma sorte depois de lhe ter sido ministrada a extrema-unção.

O polónio 210 terá sido fornecido pelos serviços secretos de Moscovo enquanto os «santos óleos» para a unção foram da responsabilidade da ICAR e sintetizados, pela primeira vez, pelos alquimistas do Vaticano.

Normalmente os pacientes não resistem a estes venenos, pelo que se espera, para breve, o fim do devoto católico, amigo do Papa JP2 e da hóstia.

4 de Dezembro, 2006 Ricardo Alves

A ICAR não participa em «campanhas de tipo político»?

O bispo do Algarve da ICAR anunciou no sábado a constituição de uma comissão que coordenará os movimentos anti-escolha na região, com vista ao referendo sobre a despenalização da IVG. Segundo o bispo Manuel Quintas, esta comissão, que «resulta da união da diocese do Algarve a um grupo de leigos», tem a sua origem numa ideia do próprio bispo e irá «sensibilizar paróquias» e coordenar «a nível da diocese».

Entretanto, na Guarda, o bispo local da mesma ICAR anunciou que fará catequeses específicas sobre o aborto em todos os domingos anteriores à campanha, e que a nota pastoral da CEP será comentada em todas as homilias da região, enquanto em Coimbra o bispo Albino Cleto garantiu «todo o seu apoio» aos movimentos que defendam uma cultura adversa à liberdade da mulher.

Na Madeira, o conselho diocesano da mesma igreja com sede em Roma organizará «acções concretas (…) para dar a conhecer o verdadeiro sentido do voto: “Não” ao aborto; “Sim” à Vida», naquilo que se assume ser uma «campanha de esclarecimento».

No dia 19 de Outubro, a conferência episcopal portuguesa desta mesma igreja afirmara: «Nós, os Bispos, não entramos em campanhas de tipo político»…
3 de Dezembro, 2006 Carlos Esperança

Agradecimento

O Diário Ateísta, ao assinalar o 3.º aniversário, recebeu amáveis referências na caixa de comentários e várias mensagens nos endereços dos colaboradores.

Aos primeiros apresentamos os nossos públicos agradecimentos, aos outros fizemo-lo pessoalmente.

A todos prometemos continuar a trilhar os caminhos do ateísmo.

3 de Dezembro, 2006 Palmira Silva

SIM ao referendo do aborto


Como lembrou Helena Matos no Público de ontem «Por tudo isto votarei sim a 11 de Fevereiro. Mas não considero que o caso fique aqui encerrado. Em política como na vida as responsabilidades devem ser pedidas a quem de direito. E esta situação aberrante em que nos encontramos tem responsáveis. São eles António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa. Sobrepondo-se à Assembleia da República, estes dois líderes acordaram na realização dum referendo que não só não resolveu problema algum, como criou vários. Algum dia quer um, quer outro terão de ser confrontados com isto.»

De facto, é aberrante que um país supostamente laico continue no século XXI com uma lei com as teias de aranha da cristandade medieval que ornamentam a nossa. E como recordou Helena Matos aos de memória mais curta, esta situação inadmissível num estado de direito deve-se apenas à beatice dos dois líderes dos maiores partidos nacionais que criaram esta situação por a Assembleia da República ter decidido o que as suas «consciências» católicas não aceitavam: que fosse deixado ao livre arbítrio das mulheres algo condenado pela Igreja!

Por outro lado, apenas quando a alteração à anacrónica lei que temos é mencionada, há unanimidade em torno da necessidade de mais e melhor educação sexual, mesmo por parte dos pró-prisão. Porque também nestas matérias a memória é curta, convém recordar a (pseudo)polémica levantada há cerca de ano e meio pelo movimento MOVE àcerca da disciplina de Educação Sexual. Mais concretamente, e como referi à data, uma campanha difamatória contra a Associação para o Planeamento da Família, APF, que incluiu uma petição que circulou célere na Internet e onde, entre outras coisas, se exigia a suspensão de supostos programas de educação sexual em curso nas escolas, promovidos pelo Ministério da Educação em parceria com a APF.

O slide que ilustra este post foi descoberto pela Shyznogud «numa das muitas apresentações de powerpoint que o MOVE disponibilizava». E retrata exemplarmente o que motiva os pró-prisão para as suas campanhas terroristas! Que não tem remotamente algo a ver com defesa da vida!

Porque convém não esquecer que a campanha caluniosa – que boicotou a introdução da disciplina de Educação Sexual nas escolas – foi lançada por associações ultra-conservadoras, nomeadamente a Associação Juntos pela Vida, as mesmas que hoje ululam merecerem prisão as mulheres que decidirem interromper uma gravidez não desejada.

E porque o referendo se aproxima e os pró-prisão, com a Igreja Católica a liderar os movimentos, estão, como seria apenas expectável, ultra mobilizados para o terrorismo do costume, é uma boa notícia saber que já têm blog o Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim – que integra membros do movimento católico «Nós Somos Igreja» – e os Médicos Pela Escolha.

O Movimento pela Despenalização da IVG já está na blogosfera há uns meses, aliás vale a pena ler este post que relata em primeira mão as tácticas terroristas da Igreja Católica nacional. Uma lista dos blogs nacionais a favor da despenalização da IVG está a ser compilada pelo Daniel Oliveira no Arrastão. Se algum dos nossos leitores souber de algum não indicado, deixe a hiperligação nas caixas de comentários (neste momento reféns de um alucinado cristão pró-prisão que, sem grande surpresa, as utiliza para debitar o seu veneno e como tal os comentários estão sujeitos a aprovação).

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3 de Dezembro, 2006 Palmira Silva

Valores cristãos

James Dobson e a «cura» de Ted Haggard. Bill Mahler comenta aqui os resultados das últimas eleições americanas em que os republicanos perderam muitos «votos morais».

Uma sondagem do Barna Group descobriu, para grande consternação dos teocratas americanos, que «Os grandes líderes cristãos americanos são desconhecidos do grande público, mesmo entre cristãos» enquanto Denzel Washington é não só conhecido por praticamente todos os americanos como apresenta quase um pleno de aprovação – em contraste com os baixissimos níveis favoráveis aos cinco líderes escolhidos.

Fazendo soar todas as campainhas de alarme, o presidente do grupo evangélico, George Barna, interpretou os resultados como indicando que «o cristianismo está a perder o seu poder na cultura americana» indicando ainda que «os cristãos estão mais sintonizados para questões de cultura e divertimento que para questões de fé» e conclui que tal acontece «porque mesmo os líderes mais importantes da comunidade cristã têm ressonância limitada com a população». E, horror dos horrores, «Estes números indicam que milhões de cristãos dedicam mais da sua energia mental à literacia cultural que à literacia bíblica».

Diria que, infelizmente, as conclusões do evangélico estão longe da realidade, e demasiados americanos na população em geral demonstram que de facto o cristianismo não perdeu o seu poder, político especialmente. Basta olhar para o item «Os evangélicos pensam diferente» em que Barna indica que em relação à população em geral os evangélicos brancos apresentam maiores níveis de aprovação de G. W. Bush e uma visão mais negativa de Bill Clinton, por exemplo. Em relação à literacia bíblica basta pensar na percentagem de americanos que acredita piamente nas patetadas criacionistas para confirmar que não só impera nesta faixa da população como a iliteracia cultural é de facto a sua imagem de marca. Aliás, carpem que «Nós [os cristãos] estamos sob ataque do segmento inteligente e instruído da sociedade»!

Por outro lado, são os que apresentam um maior nível de aprovação dos «grandes líderes cristãos» escolhidos por Barna, onde se incluem aberrações como o reverendo Doomsday (dia do juízo final) Tim LaHaye – co-autor da série apocaliptica «Left Behind», fundador da American Coalition for Traditional Values, da Coalition for Religious Freedom, da organização anti-feminista Concerned Women for America e do Institute for Creation Research – e James C. Dobson, fundador e presidente da maior organização teocrata americana e uma das mais radicais, – a organização fundamentalista Focus on the Family – que comparou a investigação em células estaminais embrionárias com as experiências nazis conduzidas com pacientes vivos, durante e antes do Holocausto.

Não sei exactamente qual o objectivo do preocupado evangélico com este artigo, provavelmente tentar mudar os hábitos televisivos dos cristãos norte-americanos, o que não deve ser difícil dada a quantidade de redes cristãs de televisão onde os delírios dos referidos lunáticos podem ser apreciados ao vivo e a cores.

Como nota de curiosidade, uma das sondagens produzidas pelo Barna Group, que publica anualmente o relatório «State of the Church» em que analisa o estado da nação em relação ao cristianismo, foi retirada da página do grupo por pressão das organizações cristãs que não queriam pública essa informação.

A sondagem tão execrada pelos teocratas indicava que, contrariamente ao que é ululado por todos os flavours do cristianismo que se reclamam os grandes defensores da moral e bons costumes e da «família», a taxa de divórcio nos Estados Unidos apresenta os valores mais elevados nos cristãos conservadores e os valores mais baixos entre… ateus e agnósticos! Assim como a taxa de aborto apresenta o seu máximo entre… católicos!

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