Rapsódia em religião menor
Morrer por um mito
Alison Mallinder, Testemunha do Jeová, morreu devido à sua recusa em receber uma transfusão de sangue ou quaisquer produtos derivados numa cirugia no Royal Hallamshire Hospital em Inglaterra. Allison só informou os médicos das restrições impostas pela seita a que pertence na véspera da histeroctomia a que se submeteu e, não obstante os avisos médicos, decidiu prosseguir a intervenção.
Jesus Cristo, rei da Polónia
Quarenta e seis deputados polacos, 10% da câmara baixa do parlamento deste país, submeteram uma proposta de lei que fará de um mito, a que chamam Jesus Cristo, o rei deste país. A proposta, apoiada pelo partido de extrema-direita LPR (Liga das Famílias Polacas), pelo conservador PiS (Lei e Justiça) e pelo PSL (Partido dos Camponeses) será apreciada em Janeiro. O deputado do PiS Artur Gorski disse que ele os colegas «rezam na capela do Parlamento pela coroação de Jesus» que se o for fará companhia à rainha do Polónia, a semper virgo Maria, assim proclamada há 350 anos pelo rei João Casimiro.
Conto do vigário em alta nas igrejas americanas
Em 1989 a North American Securities Administrators Association, a associação mais antiga de protecção ao investidor, descobriu que 15 000 pessoas foram ludibriadas em 450 milhões de dólares via esquemas centrados em igrejas. Os números explodiram nos últimos anos. Entre 1998 e 2001 a mesma associação descobriu serem 80 000 as vítimas de contos do vigário (literalmente) e que os montantes envolvidos atingiam quase dois biliões (americanos) de dólares.
Deborah Bortner, ex-presidente do grupo, afirma num press release que «Já vi mais dinheiro roubado em nome de Deus que de qualquer outra forma».
Guerra ao Natal: uma invenção muito lucrativa
Como há muito afirmo, a invenção e encenação de perseguições aos cristãos, para além de manter a clientela, é indispensável para assegurar às organizações cristãs um fluxo confortável de doações monetárias. Assim, a inexistente Guerra ao Natal inventada pelos fundamentalistas cristãos norte-americanos tem sido muito rentável em termos financeiros este ano. De facto, os «kits» natalícios, auto-colantes, pins e demais parafernália para combater uma ficção, vendidos a um preço muitas ordens de grandeza superior ao seu valor real, venderam-se como amendoins.
Como diz o reverendo Barry Lynn, director executivo da Americans United for the Separation of Church and State. «(A guerra ao Natal) é apenas um esquema fraudulento de angariar fundos».