Uma sugestão
O site noticioso israelita «Haaretz.com» relata que Miriam Shear, uma judia americana de visita a Israel, foi repetidamente agredida por um grupo de fanáticos judeus ultra-ortodoxos, simplesmente porque, quando viajava num autocarro em Jerusalém, se recusou a dar o seu lugar a um homem e a mudar-se para os bancos traseiros.
Foi no dia 1 de Dezembro de 1955 que Rosa Parks que viajava num autocarro em Montgomery, no estado norte-americano do Alabama, se recusou a levantar-se para dar o seu lugar a um passageiro de raça branca.
O seu posterior julgamento e condenação por «desobediência civil» despoletou o mais famoso movimento de resistência contra a segregação racial nos Estados Unidos, liderado por Martin Luther King, Jr.
Mais de 50 anos depois desta atitude incrivelmente corajosa de Rosa Parks, estão pelos vistos muito longe de, por esse mundo fora, terminarem estes abjectos comportamentos de segregação e discriminação e esta imbecil persistência na intolerância e no preconceito, sejam em razão da raça, da religião, do sexo ou até da orientação sexual.
Por isso, não posso deixar de me dirigir às deputadas Maria do Rosário Carneiro e Teresa Venda, da bancada do PS, que têm conseguido evitar o agendamento por parte da maioria parlamentar de que fazem parte de qualquer forma de solução legislativa que reconheça efectivamente os direitos dos homossexuais e possibilite o seu casamento, e a quem faço uma pequena sugestão:
– Que dêem um pulinho até Jerusalém, que façam uma viagem de autocarro e se sentem nos bancos da frente.
Talvez aprendam qualquer coisa!…
(Publicado simultaneamente no «Random Precision»)