28 de Novembro, 2006 jvasco
Galileu no Teatro Aberto
Infelizmente este artigo chega tarde de mais. Já não posso aconselhar uma peça que saiu recentemente de cena.
Ainda assim, não gostaria de deixar passar a oportunidade de elogiar a excelente interpretação que o Novo Grupo fez da peça de Bertolt Brecht, a respeito da vida desse incontornável cientista.
Como é natural a peça também foca o importantíssimo papel que a Igreja teve no atraso científico, tecnológico e cultural da sociedade. Ao longo do texto, é muitas vezes equacionada a oposição entre uma sociedade rica e desenvolvida e uma Igreja forte e poderosa.
Mas Bertolt Brecht foi mais longe, sendo mais profundo, na minha opinião. Optou por contrapor o obscurantismo (representado, naturalmente, pela religião) com tudo o que de reconfortante pode ter, à liberdade, com todos os desafios e lutas inerentes, associando-a ao conhecimento, à lucidez, à racionalidade. À verdade.
E creio que essa oposição é o coração de todo o seu texto.
Se porventura a peça voltar a estar em cena, não percam a oportunidade.