Pior, é sempre possível
No actual debate sobre a despenalização do aborto, sabendo que há muito quem defenda que abortar até às 10 semanas deve dar pena de prisão, todavia aguardo ainda o momento em que alguém defenda que o uso da pílula do dia seguinte é homicídio.
Em Portugal, ainda não aconteceu. Mas, na Argentina, os bispos da ICAR local já defendem abertamente que «[se trata] (…) de um fármaco que atenta contra a vida humana, que a Constituição Nacional considera inviolável desde o momento da concepção». Já existindo portanto na galáxia católica quem defenda que usar a pílula do dia seguinte é assassínio, podemos confiar que algum católico português defenderá que existiram em Portugal, em 2005, 230 mil homicídios por ingestão de um comprimido. Este autêntico genocídio não resultou num único caso em tribunal…
(César das Neves, aceita a sugestão? Ou delega no Nuno Serras Pereira?)