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Galileu no Teatro Aberto

Infelizmente este artigo chega tarde de mais. Já não posso aconselhar uma peça que saiu recentemente de cena.

Ainda assim, não gostaria de deixar passar a oportunidade de elogiar a excelente interpretação que o Novo Grupo fez da peça de Bertolt Brecht, a respeito da vida desse incontornável cientista.

Como é natural a peça também foca o importantíssimo papel que a Igreja teve no atraso científico, tecnológico e cultural da sociedade. Ao longo do texto, é muitas vezes equacionada a oposição entre uma sociedade rica e desenvolvida e uma Igreja forte e poderosa.

Mas Bertolt Brecht foi mais longe, sendo mais profundo, na minha opinião. Optou por contrapor o obscurantismo (representado, naturalmente, pela religião) com tudo o que de reconfortante pode ter, à liberdade, com todos os desafios e lutas inerentes, associando-a ao conhecimento, à lucidez, à racionalidade. À verdade.

E creio que essa oposição é o coração de todo o seu texto.

Se porventura a peça voltar a estar em cena, não percam a oportunidade.

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