Más notícias para os teocratas americanos
A semana que antecede as eleições para o Congresso norte-americano e para o lugar de Governador em muitos estados, tem sido fértil em más notícias para os teocratas ( ou religious right).
Assim, Ted Haggard, demitiu-se da sua posição de presidente da National Association of Evangelicals (NAE), o lobby teocrata mais forte nos Estados Unidos já que integra 45 000 igrejas e representa um rebanho de 30 milhões de seguidores. Ted Haggard, um apoiante convicto de G. W. Bush que se reúne com o presidente ou seus conselheiros todas as segundas-feiras, é considerado o responsável pelo apoio incondicional dos evangélicos a Bush na reeleição de 2004.
Ted Haggard, um mui vocal opositor do casamento entre imorais homossexuais, que se juntou a outros influentes teocratas, James Dobson, da Focus on the Family, e Tony Perkins, do Family Resarch Council, num programa transmitido em todos os Estados Unidos para denunciar a abominação inaceitável por um bom cristão, demitiu-se por… ser acusado de ter sexo com um homem, a cujos serviços recorre mensalmente nos últimos três anos!
Mike Jones, o homem em questão, declarou a uma jornalista ter denunciado Haggard, que ulula aos microgones da sua mega igreja ser a homossexualidade um pecado abominável, porque «pensei ter de fazer o que para mim é moral e expor uma pessoa que prega uma coisa e faz o oposto às escondidas». Aparentemente Mike Jones não sabe ser essa a imagem de marca do cristianismo, em todas as suas versões…
Esta semana foi igualmente má para o presidente do oxímero Evangelismo da Ciência da Criação, Ken Hovind, o fundamentalista cristão dono do Dinosaur Adventure Land – um parque biblíco perto de Pensacola, Flórida, em que são apresentadas como verdades absolutas fantasias de que a Terra tem apenas seis mil anos, que o Grand Canyon foi formado num dia como consequência do grande dilúvio biblíco ou que os homens coexistiram com os dinossauros.
Mike Hovind, não obstante os seus protestos de que tudo o que possui não é dele mas sim de Deus e como tal não tem de pagar impostos sobre algo – para além de os seus trabalhadores serem de facto trabalhadores de Deus, logo não precisarem de mesquinhices mundanas como segurança social e afins – foi considerado culpado de fraude fiscal e arrisca-se a uma pena que pode ir até 288 anos de prisão!
Para coroar a semana, foi divulgado um inquérito que revela que afinal os americanos não são tão religiosos como os teocratas tentam vender. Na realidade, 42% dos americanos (adultos) tem dúvidas em relação à existência de Deus, uma percentagem de agnósticos ou ateístas não assumidos que subiu 8% em apenas 3 anos.
tag Aborto