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Terrorismo islâmico, blogs e telenovelas

I am born – a man chooses my name,
I am taught – to appreciate that he did not bury me alive,
I learn – what he wants me to know,
I marry – who he wants me to marry,
I eat – what he wants me to eat,
If he dies – another man controls my life
A father, a brother, a husband, a son, a man

Excerto do poema «Rantings of an Arabian Woman» da blogger saudita Mystique.

O director sírio Najdat Anzur, que dirigiu a série Al-Mariqun (Os renegados), a passar no Ramadão por algumas emissoras árabes, pretende com esta telenovela de 10 episódios tripartidos fazer passar a mensagem aos seus telespectores de que o Islão é uma religião de tolerância e diálogo. O terrorismo de inspiração religiosa é apresentado como uma ameaça global não só para não muçulmanos como para muçulmanos.

Anzur, que realizou no ano passado outra telenovela «didáctica» transmitida por algumas estações árabes durante o Ramadão, Al-Hur al-Ayn, recebeu várias ameaças de morte por parte de um grupo militante que ameaçou assassinar todos os envolvidos na produção de programas que tratem da militância islâmica assim como funcionários das estações que os transmitam.

Outra série, Preachers at the Gates of Hell, transmitida pela Abu Dhabi, dos Emirados Árabes Unidos, trata o mesmo problema, o terrorismo islâmico, com outra abordagem, neste caso mostrando como são angariados e sujeitos a lavagem cerebral os futuros terroristas en nome de Allah.

Mais sinais de mudança – e esperança – encontram-se na blogoesfera, que explode um pouco por todo o mundo árabe, e que, apesar das tentativas de repressão por parte das autoridades, é a melhor forma de criticar não só o fundamentalismo islâmico como os regimes ditatoriais ou pelo menos autoritários instalados na maioria dos respectivos países. Explosão de bloggers que se verifica mesmo em países como a Arábia Saudita.

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