Certamente que todos recordam a reunião em Agosto da União Astronómica Internacional (UAI) onde foi proposta uma nova definição de planeta. Esta nova definição, que resultou na «despromoção» de Plutão para planeta-anão, não foi aceite unanimemente pela comunidade científica, e já existe numa petição assinada por mais de 300 astrónomos contestando esta nova definição.
A polémica em torno da definição de planeta, embora presente desde a descoberta de Plutão, foi catapultada com a descoberta de um corpo maior que Plutão por Michael Brown, do Caltech. Esse corpo recebeu a designação provisória 2003 UB313, designação atribuída automaticamente de acordo com as regras da UAI.
No entanto, como existiam dúvidas sobre se o UB313 seria classificado como planeta, a UAI não autorizou um nome «comum», já que como planeta deveria ser nomeado a partir do panteão de deuses greco-romanos. Brown chamou-lhe Xena para consumo interno – em homenagem à série televisiva Xena, A Princesa Guerreira – e embora o nome tenha «pegado» nos media internacionais, não era um nome aceitável pela UAI de forma que Brown submeteu dia 6 de Setembro o nome oficial Éris.
O nome foi aceite há 2 dias e assim Éris – a deusa grega da discórdia, famosa na mitologia grega via guerra de Tróia – é o nome oficial do planeta-anão anteriormente conhecido como Xena. O nome proposto para a lua de Éris, Disnomia – a filha de Éris que simbolizava a desordem civil e falta de lei – foi igualmente aceite. Lucy Lawless (Lucy sem lei), a Xena da série televisiva, é assim homenageada de forma indirecta.
Vale a pena ler sobre o tema este artigo de Phil Plait, um astrónomo que, como muitos outros cientistas nos Estados Unidos, segue atentamente os dislates e a guerra anti-ciência dos dominionistas cristãos. Plait desmistifica no Huffington Post mais um ataque acéfalo dos devotos cristãos, neste caso uma diatribe imbecil de um devoto criacionista que vê nos nomes escolhidos por Brown um manifesto político óbvio, isto é, mais uma manobra dos ateus e «canhotos» cientistas para criticarem Bush e a guerra do Iraque…
Estreou ontem, e felizmente fui ver.
O filme é lindo e aconselho-o vivamente a todos.
O sofrimento causado por preconceitos religiosos (hindus) e o impacto que estes têm entre as viúvas é algo que o filme foca com grande proeminência, e é o meu pretexto para deixar neste espaço este conselho.
…cá está a minha contribuição.
A uma causa que deveria merecer muito mais preocupação do que aquela que existe. O silêncio dos media e a indiferença das pessoas são quase criminosos.
Por favor, não deixem de tomar contacto com esta causa.
Não deixem de divulgar esta mensagem:
É com a maior preocupação que a associação cívica República e Laicidade (R&L) regista aqui o facto grave de, uma vez mais, o princípio da não confessionalidade das cerimónias oficiais do Estado ter sido violado.
Desta vez, a situação ocorreu, no passado dia12, numa freguesia rural do Concelho de Faro, durante o acto oficial de inauguração de uma nova escola pública: a cerimónia, presidida pelo Primeiro Ministro da República e onde, entre outras individualidades oficiais, também participou a Ministra da Educação, envolveu a bênção católica das instalações (cf. reportagem nos noticiários da SIC).
Este facto é tanto mais grave quanto é recente a criação da legislação que esclarece os termos, assumidamente não confessionais, por que se deve reger o protocolo do Estado ? uma legislação que surgiu, aliás, na sequência de um reparo da associação R&L ? e ainda pelo facto de ser o próprio Governo da República, ao seu mais alto nível, a vir dar ao país um péssimo exemplo da sua não aplicação.
14/set/2006 Luis Mateus (presidente) Ricardo Alves (secretário)
O Papa B16 farta-se de dizer que as pessoas, particularmente na Europa, andam surdas à voz de Deus. Para além de ele falar demasiado baixo e se ter remetido à clandestinidade, não falta ao Papa a vontade de castigar os ímpios, punir a blasfémia e extinguir os que defendem a laicidade.
De forma velada condena o Islão mas enaltece-lhe o ódio ao laicismo. Quer disputar-lhe o mercado mas aproveita para ameaçar os países democráticos com o islão que – diz o Sapatinhos Vermelhos -, teme a indiferença religiosa do Ocidente. E acrescenta que «há muitos povos de religião islâmica que podem viver estes sentimentos perante o laicismo e a secularização do Ocidente», virtudes que B16 igualmente abomina.
Enquanto, às claras, usa a linguagem dúbia e hipócrita, de forma discreta influencia os políticos que se ajoelham e põem de rastos perante o último ditador vitalício europeu.
Durão Barroso, católico assumido (certamente iniciado durante a fase maoista) nomeou – segundo um pio escriba do Diário as Beiras, de 12/09 -, uma enorme porção de beatos para os grupos de trabalho de Biologia e Genética, Direito e Ciências Sociais, Filosofia e Teologia, Ética e novas Tecnologias.
Não se percebe para que quer a União Europeia um grupo de trabalho para a Teologia, a menos que esteja a decorrer um ensaio duplo-cego para saber qual é o Deus verdadeiro.
O que assusta, depois da insistência em Rocco Buttiglione para comissário europeu, é a quantidade de católicos fundamentalistas que D. Barroso nomeou para estas comissões.
Os mais tenebrosos e devotados saprófitas do Vaticano são: Carlos Casini, presidente do Movimento Pró Vida italiano e membro da Academia Pontifícia «Provita», um polaco, chefe do departamento de ética da Faculdade de Medicina da Universidade de Dublin, o eslovaco Josef Glasa da Universidade de Bratislava e a teóloga alemã Hill Haker professora de filosofia moral da Faculdade de Frankfurt.
Deus dorme mas o Papa existe. Para desgraça dos homens e mulheres livres.
Às vezes gostava que as grandes igrejas fossem menos previsíveis…
A sinopse do filme Jesus Camp, de que este vídeo é apenas um trailer, indica que «Um número crescente de cristãos evangélicos acredita que está a decorrer um renascimento da América em que a juventude cristã tem de assumir a liferança do movimento conservador cristão. O filme Jesus Camp segue Levi, Rachael, Tory e mais algumas crianças no campo de verão Kids on Fire em Devil’s Lake, North Dakota, dirigido por Becky Fischer, em que crianças tão novas como miúdos de 6 anos são ensinados a tornarem-se dedicados soldados cristãos do exército de deus.
O filme segue as crianças no campo à medida que estas aperfeiçoam os seus dotes proféticos e são ensinadas em como retomar a América para Cristo. O filme dá uma visão inédita sobre o intensivo campo de treino que recruta crianças cristãs renascidas para tomarem um papel activo no futuro político dos Estados Unidos».
O filme foi visualizado por David Byrne, que partilha no seu blog as impressões sobre o mesmo. Basicamente conta que no campo cristão as crianças são ensinadas que a evolução é uma mentira «irracional» vendida por malvados ateus humanistas seculares; que a prática do aborto tem de ser parada de qualquer forma; que os cristãos têm de formar um exército para derrotar as influências ateístas; que os cristãos têm de se unir para garantir que os juizes e políticos apropriados, isto é, fundamentalistas, sejam escolhidos e finalmente que o aquecimento global é uma mentira. Basicamente as crianças são ensinadas a desconfiar de tudo o que os malvados e ateus cientistas dizem, o que não está longe da última homilia de Ratzinger…
Fischer diz ainda às crianças que devem estar dispostas a morrer por Cristo e estas concordam obedientemente. Byrne, que indica ter Fischer usado o termo mártir, consegue imaginar as crianças assim doutrinadas a transformarem-se em bombistas suicidas em tudo análogos aos correspondentes fundamentalistas islâmicos.
O trailer é arrepiante e permite de per se partilhar as preocupações de Byrne: que estes fundamentalistas cristãos, muito bem organizados, querem transformar os Estados Unidos no equivalente do Irão ou Arábia Saudita (onde consideram a proibição de mulheres em Meca, nomeadamente perto da Kaaba).
Por outro lado o filme deixa-me a dúvida sobre até quando conseguirão estas crianças aceitar o mundo real antes de recorrerem à violência? Depois de uma lavagem cerebral tão completa, estas crianças ficam com uma visão do mundo completamente deturpada, veêm-se como legítimos soldados de Cristo, numa guerra justa contra os ateus, os abominados humanistas seculares e os pecadores em geral.
Podem ouvir aqui a jornalista Michelle Goldberg, que investigou estes grupos dominionistas – os fanáticos nacionalistas cristãos – e descreveu o que encontrou no livro Kingdom Coming: The Rise of Christian Nationalism. O livro, que descreve como estes fundamentalistas cristãos, cada vez em maior número, acreditam que a Bíblia é literalmente verdadeira – já que é a «palavra» de Deus e querem impor leis baseadas na Bíblia, isto é, querem que os Estados Unidos sejam uma teocracia governada por essa verdade, é aterrador.
Quer o livro quer o filme mostram bem que não há grande diferença entre os fundamentalistas cristãos e os fundamentalistas islâmicos…
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.