5 de Setembro, 2006 Carlos Esperança
Abaixo o proselitismo
No dia em que a clericanalha deixar de baptizar crianças de fralda, doutrinar crianças em idade escolar e atormentar velhos em fase terminal, deixo de denunciar as mentiras e crimes das religiões.
Quando, em vez de curarem paralíticos e cancerosos, os cadáveres apodrecidos do catolicismo fizerem crescer membros amputados e crescer o cabelo aos calvos, calo o ridículo da ICAR e os escândalos dos seus padres.
Se um Papa se revelar uma pessoa de bem e deixar de interferir na política dos países democráticos, deixo de denunciar o antro do Vaticano e os crimes que aí se cometem.
Se o dinheiro pilhado aos pobres e o ouro deixado cair nos santuários, por multidões de infelizes e desesperados, for posto ao serviço dos milhões de refugiados, deixo de apontar a cupidez e o luxo dos bazares da fé e de me indignar com os tesouros reunidos no Vaticano.
Quando a clericanalha deixar de aterrorizar crentes com o castigo eterno, as fogueiras perpétuas, o choro e ranger de dentes para quem seja avesso ao incenso e sofra náuseas com a hóstia, abandono o Diário Ateísta e dedico-me a outras causas.
Mas, enquanto os prelados exibirem anelões e passearem as mitras, os mullahs apelarem ao ódio e ao martírio e os rabis clamarem que são donos da Palestina, farei minhas as palavras dessa grande mulher e escritora, George Sand:
«Há cinquenta anos que trago em mim uma maldição que hei-de repetir até à hora derradeira, maldita, maldita, três vezes maldita seja a intromissão dos padres na família».