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A religião não foi culpada?

Os atentados de 11 de Setembro de 2001 não teriam existido num mundo sem religião. Sem a crença na vida para além da morte, aqueles terroristas não teriam sido convencidos a suicidar-se. Sem acreditar que estavam a contribuir para a glória de «Deus», não teriam aceitado, de consciência aparentemente tranquila, massacrar outras pessoas. Se não fossem muçulmanos, não teriam odiado homens e mulheres que só diferiam deles por serem cristãos ou judeus.

Tudo isto deveria ser óbvio, porque a vantagem que a religião confere às sociedades sempre foi a coragem e a imunidade moral, obscurecendo o bom senso e a própria realidade. Só a crença no além e a autoridade ética do clero têm permitido, ao longo dos séculos, que os soldados marchem para a guerra em ordem e aparentemente sem medo.

A Al-Qaeda insiste em recordar-nos que nos devemos converter ou morrer. É irracional? Sim: a religião é irracional.

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