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Ratzinger acaba com concerto de Natal

O conhecido e afirmado desprezo de Ratzinger pela música moderna foi a razão invocada para a abolição do concerto de Natal do Vaticano. O concerto, introduzido por João Paulo II, cujo objectivo é a angariação de fundos para a construção de igrejas em Roma, viu assim a sua última edição no ano passado. Edição que envolveu a polémica com a brasileira Daniela Mercury, cuja participação foi cancelada devido à sua posição pública de apoio ao uso de preservativo como medida profiláctica da SIDA.

Ratzinger já tinha expresso a sua opinião de que a música pop é um «culto da banalidade» que «já não é mais apoiada pelo povo» e o rock uma «expressão de paixões elementares» um «contra-culto que se opõe ao culto cristão» pelo que a decisão não surpreende ninguém. Como se pode ler no La Stampa, o actual Papa «prefere Mozart e Bach a música pop e assim a tradição foi cancelada. Outro exemplo do legado moderno e colorido de João Paulo II desapareceu».

Aliás mais «concessões» à modernidade estão prestes a desaparecer. As mais importantes as «concessões» à execrada e ateia ciência, área onde a ICAR já demonstrou querer impor os seus anacrónicos e imbecis ditames. Para além da determinação em boicotar e exercer pressão política para impedir a investigação em células estaminais, qualquer que seja a sua origem, muco do nariz – rico nas ditas – ou embriões, temos ainda as anunciadas conclusões do seminário sobre evolução, que diria irem ser debitadas numa linguagem dúbia – que «sossegará» os cristãos mais esclarecidos, que lerão, erradamente, nas entrelinhas que afinal o Vaticano não regrediu para a Idade Média, mas simultaneamente darão alento aos fundamentalistas.

E, como já há muito prevíamos, o marketing subliminar que tenta apontar como culpado dos males da Igreja, nomeadamente a pedofilia no seu seio, o Concílio Vaticano II e os brandos costumes que permitiram, por exemplo, o abandonar das tradições centenárias de celebração da missa, está a dar os seus frutos. Nomeadamente no que respeita às alterações na liturgia introduzidas pela Novus Ordo Missae de Paulo VI que estão a ser revogadas sem grande alarido.

Ratzinger já tinha pedido condenado os excessos litúrgicos, condenação que clarificou nalguns pontos pedindo aos padres que não se utilizassem guitarras durante a missa e no último dia de Agosto admoestou os padres por «encenarem» as liturgias:

«A liturgia não é um texto teatral e o altar não é um palco. Há muitas maneiras de se celebrar Deus e de se adornar o altar mas é importante que um padre não se esqueça o que a liturgia é e se torne meramente um actor num espectáculo».

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