Os novos planetas do Sistema Solar
A inclusão de novos planetas no nosso Sistema Solar, eventualmente oficializada na próxima semana, quando terminar a 26ª Assembleia Geral da International Astronomical Union, pode vir a ter consequências inesperadas.
Via o blog de ciência Pharyngula, descobri uma caricatura fabulosa dos criacionistas americanos, mas que pode reproduzir fielmente o que se passa na cabeça de alguns alucinados cristãos. No post em questão, uma imitação tão fabulosa dos argumentos IDiotas que enganou a maioria dos leitores, o escriba, um biólogo, recuperou a argumentação IDiota em relação à evolução agora para discutir geocentrismo versus heliocentrismo. Assim, tal como os IDiotas, pretende não perceber que o que está em causa no aumento da única população celestial reconhecida pela comunidade científica é simplesmente a definição de planeta, ou seja, como já referi, discute-se semântica e não ciência.
Mais, assume que a controvérsia em relação à definição de algo tão «fundamental» como planeta, significa que toda a física, nomeadamente a astrofísica está em dúvida e que o geocentrismo bíblico – aliás como toda a colecção de dislates do «livro», mitos da criação inclusive – vai em breve ser reconhecido como a «verdade absoluta» sobre o tema.
Ou seja, na mesma linha do que se passa na evolução, transforma, na boa maneira fundamentalista, uma questão de clarificação de uma definição na admissão por parte da comunidade científica de que as suas teorias, nomeadamente o heliocentrismo, são um nonsense contraditório.
Os criacionistas queixam-se amargamente que as teorias científicas estão em constante mutação (algo que por uma razão que nunca percebi irrita profundamente todos os fundamentalistas) e que os cientistas debatem infindavelmente entre si a interpretação dos factos, sendo as teorias aceites por consenso e não assentam, como deveriam, numa verdade absoluta «externa»!
O autor do post, recorrendo à verdade absoluta externa, a Bíblia, constante e imutável (reflectindo o pensamento neolítico dos alucinados que a debitaram ) que indica claramente que a Terra foi criada no 1º dia e o Sol apenas no 3º, deixa alguns conselhos para os cientistas: que expliquem em torno de quê a Terra orbitou nos três primeiros dias da Criação e que … larguem os telescópios e olhem para o céu, para confirmarem que é o Sol que orbita a Terra e que o heliocentrismo está errado!
E, que dada a controvérsia em torno de definições, que indica existirem dúvidas legítimas sobre o heliocentrismo, sugere que, tal como em relação à evolução, os livros de texto americanos passem a indicar no futuro que o heliocentrismo é uma teoria, não um facto.
Simplesmente brilhante!