Apocalipse now – versão islâmica
Via outro blog ateísta americano fiquei a saber não só que existe uma versão islâmica do Apocalipse como o actual presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, é um crente fervoroso na proximidade do Yawm al-Qiyamah, o dia do Juízo Final.
O dito juízo final, quando os crentes serão ressuscitados e os infiéis enviados para as profundas do Inferno, é precedido pelo Armagedão e pela volta do messias, Mahdi – para os shiitas o décimo segundo iman, uma espécie de D. Sebastião em animação suspensa, ou antes, ocultação divina, desde finais do século IX.
O Mahdi derrotará Dajjal (o anti-cristo) e estabelecerá o império de Allah na Terra. Uma versão decalcada da escatologia cristã, a única diferença, para além da identidade do messias e da versão das religiões do livro que dominará a Terra, reside em quem são os «justos» que serão arrebatados e quais os infiéis castigados.
Assim, para além dos fanáticos cristãos que rejubilam com o actual conflito entre Israel e o Líbano, temos ainda outros fanáticos apocalípticos do livro que o enunciam igualmente como augúrio vaticinado da volta do respectivo Messias.
De facto, no shiismo radical, a crença na vinda do Mahdi tornou-se um dos aspectos centrais da fé, tendo o termo Mahdaviat, «a crença e o esforço de preparação para a chegada do Mahdi», assumido proporções inimagináveis há uns escassos anos. Especialmente nos membros da Hojjatieh Society que pretendem dar uma ajudadinha a Allah no estabelecimento das condições propícias ao regresso do Mahdi.
A Hojjatieh, Hojatiyeh ou Hojatiyeh Mahdaviyeh Society, antes da revolução islâmica a Anjuman-í-Tablighat-í-Islami, acredita que o regresso do 12º imam pode ser apressado pela «criação do caos na Terra».
Fundada em 1953 essencialmente para combater os Baha’i no Irão [para os Baha’i, Mahdi é Báb o percursor de Baha’u’llah, o fundador desta variante do islamismo] esta sociedade foi banida no Irão nos primórdios da Revolução Islâmica, em 1983.
Embora a sociedade permaneça semi-clandestina, Ahmadinejad tem deixado claro o seu imenso respeito pelo Ayatollah Mohammad Taghi Mesbah-Yazdi, ligado à escola teológica Haqqani, uma escola Hojjatieh em Qom. De igual forma, desde que tomou posse praticamente todos os seus discursos estão recheados de referências à volta do 12º iman.