O tema central do cristianismo é a culpa, é intrínseco à sua natureza enquanto religião de salvação – sem falta ou pecado não é necessária uma salvação. Mas é no mínimo curioso que quando se trata de assumir as suas culpas em tempos recentes os cristãos parecem estranhamente ausentes e lacónicos nos seus comentários.
Em vez de falarem do que fizeram nos últimos cento e poucos anos (já nem vou mais longe) preferem presentear o mundo com conversa de café, normalmente centrada sobre uma palavra que não compreendem: amor. E não o conhecem porque ja diluíram tanto essa emoção no seu discurso que ela foi reduzida a um nada filosófico e prático. Uma espécie aura difusa com que rodeia sua face pública no mundo moderno.
Esta emoção por natureza nobre foi reduzida a uma patética sombra, um simulacro e resultou em dois conceitos confusos que são a bandeira do cristianismo. O primeiro é a caridade, que em vez de ser encarada como último recurso passa a ter uma conotação de respeito e de valor que deve ser promovido – a piedade e medo que movem tais acções destroem todos os laços que a caridade pudesse ter com a ideia de solidariedade. O segundo conceito é a confusão que os cristãos tentam estabelecer entre amor e ódio. Apesar de impregnarem a sua linguagem com a palavra amor as suas acções revelam apenas um ódio cego a tudo o que é diferente da sua vivência.
É neste ponto do ódio que volta a entrar a culpa. A culpa que os cristãos até hoje não assumem porque preferem estar embrulhados num falso conceito de amor, como podem admitir erros se ainda se escondem por detrás de uma máscara? (que acima de tudo serve para ocultar a sua deformidade moral de si próprios)
Como adoradores da dor e do martírio que são não duvido que, se o movimento iniciado no século das luzes chegar a bom termo, virão a pedir desculpas e proclamar a sua bondade ao admitir erros do passado. Não sei se será no meu tempo mas se for adianto já o seguinte: não perdoo! Não desculpo as atrocidades morais que a hierarquia comete todos os dias! Não perdoo os crentes que sao cúmplices de tal situação e que com a sua presença e apoio ajudam à perpetuação do passado! Se não for no meu tempo fica de qualquer forma o meu testemunho e a minha opinião sobre as atitudes cristãs, que os Homens de amanhã nao se deixem levar por mentiras auto-condescendentes.
G. W. Bush usou pela primeira vez o veto presidencial para rejeitar legislação aprovada no Congresso norte-americano. A legislação em causa pretendia expandir as restritas leis que governam o financiamento da investigação em células estaminais embrionárias, restrições impostas pelo próprio Bush em 2001 e que limitam a investigação nesta área a 71 linhas de células.
Para a esmagadora maioria dos americanos, entre 70% e 75% de acordo com as últimas sondagens apoiam a investigação em células estaminais embrionárias, este é um assunto incontroverso, claramente do domínio científico e não político, especialmente considerando os promissores resultados na cura de doenças e situações actualmente incuráveis.
No entanto para Bush, considerado o pior presidente da História dos Estados Unidos, este assunto é uma forma de manter o apoio daqueles que constituem a sua base irredutível de sustentação: os fundamentalistas cristãos. Assim, a decisão presidencial foi a conclusão de uma crónica de um veto anunciado, especialmente agora que Bento XVI fez saber, pela voz do cardeal Alfonso Lopez Trujillo, que os cientistas que trabalhem em células estaminais, assim como os políticos que aprovem leis permitindo a investigação em células estaminais, poderão ser automaticamente excomungados, vincando sem margens para dúvidas a posição do Vaticano numa área que não lhe diz minimamente respeito, aliás que está nos antípodas da sua competência – a ciência.
Bush defende que a utilização de alguns dos embriões excedentários da reprodução medicamente assistida em investigação é imoral. Na voz do seu porta-voz Tony Snow que, adoptando o mantra ilógico e irracional dos activistas anti- aborto, referiu-se à prática como assassínio (de meia dúzia de células indiferenciadas). Mais concretamente, o porta-voz de um presidente que acredita na legitimidade de uma guerra «preventiva» que já matou centenas de milhares de pessoas, que enquanto governador do Texas assinou um número recorde de execuções, declarou que a oposição de Bush à lei se deve ao facto de que «ele pensa que o assassínio é errado».
As declarações de Tony Snow fizeram-me recordar o terrorista verbal James C. Dobson, fundador e presidente da maior organização teocrata americana e uma das mais radicais, que comparou a investigação em células estaminais embrionárias com as experiências nazis conduzidas com pacientes vivos, durante e antes do Holocausto.
A posição de Bush é claramente (excepto para os fanáticos cristãos) uma piada hipócrita: dezenas de milhares de embriões excedentários são destruídos anualmente em clínicas de fertilidade sem qualquer prurido e sem qualquer propósito.
Se de facto Bush considera que esta destruição é um assassínio não deveria perder o seu tempo com minudências como o financiamento de ciência: deveria fechar imediatamente todas as clínicas de fertilidade no país, prender os «assassinos» que lá trabalham e acusar todos os casais que recorrem a fertilização in vitro como assassinos em massa!
De facto, e não contabilizando os embriões imediatamente destruídos após uma fertilização in vitro com sucesso, existem mais de 400 000 embriões excedentários congelados e, não obstante o financiamento federal para casais que resolvam «adoptar» esses embriões, apenas 182 destes foram alguma vez «adoptados». Não é muito complicado concluir qual será o fim último desses embriões: a destruição.
Assim, como apontou o senador democrata do Iowa, Tom Harkin, que classificou o veto presidencial como «uma vergonhosa exibição de crueldade, hipocrisia e ignorância»:
«Se [destruir um embrião] é assassínio, porque razão o presidente permite que a prática continue? Onde está a indignação?»
Claro que uma posição destas ditaria o fim político de Bush (e possivelmente arruinaria as hipóteses de os republicanos ganharem as próximas eleições) pelo que o cristão renascido, com grandes fanfarras de defensor intransigente da vida(?), e na boa tradição hipócrita do cristianismo de apenas manter as aparências, limita-se a interferir em algo que nunca percebeu o que é, a ciência, e uma ciência que poderia salvar a vida ou melhorar as condições de vida de muitos milhões de pessoas.
Os maníacos de Deus nunca deixaram de o procurar. Em tempos recuados, convencidos de que Deus era como o lince da Malcata, que fugia da civilização e do urbanismo, os anacoretas procuravam a solidão dos montes, viviam em grutas e dedicavam-se à contemplação mística.
Nunca se soube se Deus ficava maravilhado com a demência dos créus e o exotismo da resposta às depressões. Os trogloditas insistiam no silêncio e no abandono do mundo. Era, sobretudo, a luxúria que procuravam esconjurar. Alguns viraram santos por bizarra decisão pontifícia, outros morreram sós, sem terem visto Deus nem um simples anjo que lhes levasse um pouco de juízo.
Mais tarde a seita organizou-se e o poder era exercido pelo clero secular enquanto os frades e freiras, em conventos separados, que acidentalmente comunicavam por túneis, se dedicavam ao ócio e à oração.
Não haveria objecções se a livre vontade estivesse na origem de tão insólitos modos de vida. Muitas vezes, porém, foi o regime de propriedade e o direito sucessório que empurrou para as pias grilhetas jovens na flor da idade e do desejo, entregues a Deus para as poupar ao amor e ao incómodo da divisão de heranças.
A perversidade religiosa encontrou sempre na privação da liberdade a forma de agradar a Deus e na renúncia ao prazer o caminho para o Paraíso.
Os Estados, pusilânimes, receosos da força do clero, nunca verificaram se os conventos eram supermercados da fé ou cárceres privados para salvação das almas.
Note-se que a referência ao ópio, que na época de Marx era uma droga de aristocratas e burgueses ociosos, significa apenas que a religião é o escape, a fuga à «miséria real» disponível para as classes «oprimidas». Ao designar a religião como um «protesto» contra essa miséria e como «coração de um mundo sem coração», Marx demonstra até alguma compreensão pelo fenómeno religioso (senão mesmo simpatia). Nitidamente, se se tivesse que completar a série de metáforas usadas por Marx, facilmente se escreveria que a religião não é causa de opressão, mas sim consequência; que não é a doença, mas sim o seu sintoma.
Continuemos com a Introdução à Crítica da Filosofia em Hegel.
Na sequência do seu raciocínio (perfeitamente lógico atendendo às premissas) Marx argumenta portanto que a crítica da religião não é um fim em si próprio, mas apenas um primeiro passo para que o homem se liberte das suas «cadeias». De certo modo, pode dizer-se que Marx subordina a crítica anti-religiosa à luta política socialista, não reconhecendo à primeira mais do que um valor instrumental. No Terceiro Manuscrito Económico e Filosófico (concretamente no capítulo «Propriedade Privada e Comunismo»), Marx é ainda mais claro sobre o carácter secundário da alienação religiosa.
Fica explícito, no trecho anterior, que a «alienação económica» é o caso geral, enquanto a «alienação religiosa» é o caso particular. Marx parecia acreditar que a segunda decorria da primeira. Não concebia, aparentemente, a operação recíproca: que as estruturas eclesiais e a cultura religiosa pudessem ser causa primeira de opressão e de alienação, e que determinassem, pelo menos em parte, a economia. Não se aceita portanto, no marxismo, que o laicismo seja tão ou mesmo mais importante do que o socialismo.
[Publicado previamente no blogue Esquerda Republicana.]
No Próximo Oriente os livros sagrados continuam a matar. Israel vê a terra prometida por Jeová ameaçada por milhares de mísseis que os beatos do Corão recebem de países esquizofrénicos cujos habitantes se viram para Meca cinco vezes ao dia.
Os judeus subvertem a ética, o direito internacional e a sensatez na resposta às pias provocações islâmicas. O Islão só conhece o ódio, a mesquita e o livro que Alá ditou ao estúpido pastor Maomé que levou vinte anos a decorá-lo entre Medina e Meca.
A administração americana estudou o Antigo Testamento e tem à frente um presidente que fala com Cristo, qual deles o mais ignaro, e acredita nas fantasias bíblicas.
É desolador ver Beirute, Bagdade e Damasco, cidades cosmopolitas, há cinquenta anos, reduzidas a escombros e orações. O Profeta é um energúmeno que os crédulos evocam, Alá uma santa besta, que rivaliza com o Deus apocalíptico, e os crentes padecentes do ódio, fanatismo e morte. Jeová está armado até aos dentes e não pára a ofensiva.
A Europa, dividida entre o servilismo ao pastor evangélico Bush e a tradição humanista, fala a várias vozes e capitula em diferentes tons. No Vaticano, o Sapatinhos Vermelhos debita lugares comuns e disfarça o anti-semitismo com orações.
Como combater o racismo, a xenofobia e o nacionalismo, se a fonte desses males se encontra nas páginas falsificadas dos livros sagrados?
Se fosse possível apagar as religiões sem magoar os crentes, despejar Deus na sanita sem o barulho do autoclismo, erradicar o tribalismo da humanidade e fazer de prosélitos gente civilizada, o mundo caminharia para um novo patamar de progresso e bem-estar.
Assim, são milhares as crianças sem lágrimas e sem braços, com feridas na alma e olhos desorbitados pelo medo, que vão aprendendo com o barulho das bombas e os estilhaços que lhes dilaceram o corpo, o ódio que hão-de cultivar e transmitir, a exaltação da morte que arrasa nações e destrói os povos.
Maldito seja Deus.
Duas organizações islamistas, a Al-Ghurabaa e a Saved Sect, foram ilegalizadas pelo governo do Reino Unido. Ambas as organizações são consideradas herdeiras do Al-Muhajiroun, que se dissolvera em 2004 por ordem do seu líder, o clérigo extremista Omar Bakri (conhecido por se referir aos autores do 11 de Setembro como «os dezanove magníficos», autoexilou-se no Líbano no verão de 2005). Omar Bakri, que alegadamente continua a controlar as organizações referidas, formou-se na Irmandade Muçulmana e no Hizb-ut-Tahrir, e é famoso pela propaganda do ódio e pelas suas declarações de apoio verbal ao terrorismo («Os seculares dizem que “o Islão é a religião do amor”. É verdade. Mas o Islão também é a religião da guerra. Da paz, mas também do terrorismo. (…) Maomé disse mais: “Eu sou o profeta que ri quando mata o seu inimigo”.»).
Hoje, 18 de Julho, completam-se 70 anos sobre o golpe de Estado que ensanguentou a Espanha e que, de algum modo, iniciou a carnificina que o nazi/fascismo prolongaria até 8 de Maio de 1945.
Na sarjeta da história jazem José Sanjurjo, Emilio Mola y Francisco Franco, os generais que derrubaram o Governo constitucional da Segunda República, de que era presidente Manuel Azaña e primeiro-ministro Santiago Casares Quiroga.
Já no dia anterior tinha havido tentativas de sublevação mas foi no final do dia 18 que se iniciou a guerra civil que havia de deixar um rasto de sangue, com centenas de milhares de assassínios e incontáveis feridos, entre espanhóis.
O requinte dos fuzilamentos nos campos de touros e o garrote, como instrumento de tortura e morte, foram a imagem de marca da ditadura de Franco que Hitler, Salazar e Mussolini apoiaram. Era o catolicismo jurássico personificado nos quatro ditadores.
É a memória sinistra de Franco, um católico amigo da missa e da hóstia, que, estátua a estátua, tem vindo a ser derrubada em Espanha. É tarde para julgar os cúmplices mas é tempo de divulgar a verdade sobre o mais baixo e inculto dos três generais, que acabou por tomar o poder.
A Espanha de hoje é o paradigma de um país livre e democrático, rico e culto, que sob as cinzas da infâmia soube erguer a tolerância e o diálogo. Sobre os escombros de uma sublevação fascista, apoiada pela Espanha católica e pelo clero rural e beato, há um país novo que se impõe pela sofisticação urbana e cultura democrática.
Zapatero é o ícone desta Espanha moderna que renasceu das cinzas dos horrores e se transformou num Estado de direito, progressista e civilizado, enquanto a Conferência Episcopal sente a nostalgia do ditador Franco que morreu com milhares de hóstias e um milhão de mortos e exilados.
Algo que nunca deixará de me espantar e irritar profundamente é a forma como os prosélitos em nome de Deus mentem descaradamente, especialmente para impor as suas anacrónicas «morais» sexuais.
De facto, ao longo de toda a História do cristianismo a única moral «absoluta» cristã que nunca se alterou é a que estabelece que os fins justificam os meios, e um dos meios banalizados pelo cristianismo é a mentira. O pejorativo maquiavélico – que tal como o pejorativo epicurista reflecte o ataque da Igreja em relação a filosofias «blasfemas», no caso de Maquiavel a sua contestação da autoridade «divina» dos governantes e a sua sugestão inédita da separação entre Estado e Igreja – para ser realista deveria assim ser «católico» ou «cristão»!
Um dos exemplos mais flagrantes é a grosseira mentira propalada pelo cardeal Alfonso Lopez Trujillo, responsável pelo Conselho Pontifical da Família, que afirmou no documentário «Panorama – Sex and the Holy City», verberando que se apoiava em estudos «científicos», que o HIV é suficientemente pequeno para passar através de um preservativo. Se pensarmos que um vulgar balão é cheio com hidrogénio, H2, ou hélio, He, simplesmente as espécies químicas de menores dimensões existentes – ou azoto, oxigénio e dióxido de carbono se for cheio com ar, moléculas igualmente muito pequenas – e que o HIV é muitos milhões de vezes maior, é chocante pensar como a Igreja propala uma mentira tão descarada!
Mentira exponenciada pelas afirmações do prelado de que «os preservativos podem mesmo ser uma das principais razões para a disseminação do HIV/SIDA», ecoando o que a conferência dos bispos da África do Sul, um dos países mais flagelados pela doença, tinha afirmado uns anos antes. Não é assim de estranhar que tenham propalado o boato que os preservativos estão contaminados com o HIV!
Numa religião cuja imagem de marca é a pregação ululante de que as profundas dos Infernos é o castigo inevitável para os homens e mulheres livres que não se submetem aos seus ditames, o medo, instalado pela mentira e pela força, das armas ou das câmaras de tortura e fogueiras, sempre foi a arma favorita dos cristãos para propagar e manter a fé.
Dos Estados Unidos de Bush chega-nos a informação que as tácticas cristãs de intimidação continuam em toda a sua «glória e esplendor».
Mais uma vez, as mentiras descaradas têm a ver com sexo, a obcessão de todos os fanáticos cristãos, que acreditam piamente ser a gravidez a punição divina para esta prática «infame» e pecado a fuga a essa punição. A ciência que tanto execram permite que as mulheres escapem a este castigo divino, pelo que os prosélitos de Deus envidam todos os esforços para combater programas de educação sexual e de informação sobre contraceptivos e simultaneamente ululam que um embrião ou feto sem consciência de si nem do meio ambiente, sem sistema nervoso para sentir dor, é um ser humano de plenos direitos, animado pelo «sopro» divino na união dos gâmetas, pelo que o seu abortamento é um assassínio!
Como a esmagadora maioria das pessoas que dão uso aos neurónios tem dificuldade em ver um ser humano num amontoado de células – que não incluem os ditos, ou conexões entre eles no caso dos fetos – estes prosélitos envidam todos os esforços em transpor para a letra da lei como crime o que consideram «pecado» e quando tal não é possível, mentem para tentar aterrorizar, especialmente adolescentes, a não abortar.
Assim, supostos conselheiros em centros de informação sobre a gravidez, financiados com o dinheiro dos impostos de todos os americanos, mentem às adolescentes a braços com uma gravidez indesejada que os procuram, informando-as falsamente que o aborto aumenta o risco de cancro de mama – um dos centros contactados chega ao cúmulo de dizer que o risco aumenta 80% – infertilidade e doenças mentais.
Como afirmou Henry Waxman, eleito pela Califórnia para a Câmara dos Representantes, que integra a comissão democrata que investigou como são gastos os muitos milhões de dólares de dinheiro federal entregues pelo Compassion Capital Fund a estes centros:
«Centros de aconselhamento à gravidez são quase todos organizações pró-vida cujo objectivo é persuadir [pela mentira] adolescentes e mulheres com gravidezes não desejadas a escolher a maternidade ou a adopção».
Até agora não foi possível contactar a porta-voz do Departmento de Saúde e Serviços Humanos, que financia os centros.
As religiões são instrumento do nacionalismo e o rastilho de guerras. Se pertencessem à esfera privada e fossem usadas para conforto individual, à semelhança dos placebos, que deixam felizes os doentes convencidos do valor terapêutico de substâncias neutras, não havia perigo.
Infelizmente, a associação de numerosos interessados na conquista do poder transforma as religiões numa arma ao seu serviço, num produto que exige o combate à concorrência e aos que desmascaram a fraude.
A humanidade tem evoluído no sentido de assegurar direitos, liberdades e garantias aos cidadãos, o que desola e enfurece os avençados do divino. Os padres aprofundam, nos seminários, o estudo da vontade do seu Deus e, quando os soltam, partem diplomados a vigiar e promover a fé.
Os clérigos são obstinados na promoção das suas verdades e intolerantes para as alheias. Recitam o catecismo como os papagaios articulam sons e debitam, frenéticos, preces e sermões.
Por todo o Planeta, multidões de parasitas de Deus vivem da pregação e dos ofícios pios como ilusionistas. Alguns, à força de persuadir incautos, acabam eles próprios convencidos de que é verdade a mentira que promovem. Mas o efectivo perigo resulta da conquista do poder e dos meios que usam para converter os outros.
As guerras religiosas aí estão para o demonstrar. Hoje, como sempre, Deus é das piores desgraças que assolam a humanidade.
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