Milingo volta a chocar o Vaticano
Ainda há uns dias, a propósito da ligeireza com que a Igreja Católica encara a dissolução de alguns casamentos, dizia o Carlos que «Quando o arcebispo Emmanuel Milingo se casou, sob os auspícios do reverendo Moon, o Vaticano envidou esforços para que o prelado zambiano rompesse o matrimónio com a esposa, María Sung, e regressasse ao múnus e à obediência a Roma. E conseguiu»
Na realidade, parece que o Vaticano não conseguiu! Depois de ter desaparecido do convento onde vivia em reclusão (forçada?) nos últimos anos, facto que preocupou o Vaticano, o arcebispo da Zâmbia de 76 anos reapareceu em Washington e voltou a chocar os dignitários de Roma com as suas declarações públicas.
Numa conferência de imprensa em Washington, o idoso arcebispo, que aparentemente se reuniu com a sua esposa, de quem se tinha separado pelos bons ofícios do cardeal Tarcisio Bertone, agora o número 2 do Vaticano – e pela ameaça rápida de excomunhão – disse que o seu objectivo agora era acabar com o celibato obrigatório na Igreja Católica.
«Penso que é tempo de a Igreja se reconciliar com padres casados» disse Millingo. O arcebispo disse ainda que os padres que se apaixonam «têm sido levados [pela Igreja] a serem quase casos mentais» e apelou para que os padres punidos pelo seu casamento «saiam das prisões católicas e sejam reconduzidos».
O Vaticano já se declarou chocado pelas revelações do arcebispo rebelde e informou estar a considerar medidas punitivas contra o prelado.