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Imagens da História

Depois das reacções assoberbadamente fundamentalistas ao romance comercial de Dan Brown e de algumas manifestações de religiosos contra peças de teatro (será que as palavras ‘romance’ e ‘teatro’ já não vêm no dicionário?), aqui fica uma pequena amostra do infame constrangimento que durante séculos foi aplicado por Roma à Europa, e que ainda há quem ouse defender, em pleno século XXI: a censura. Neste caso o imprimatur do livro de Galileu, “Sidereus Nuncius”, publicado em 1610 e dedicado a Cosimo II de Medici, em que divulga algumas das descobertas feitas com a sua luneta.

«Os Excelentíssimos Senhores Cabeças do Concelho dos Dez, que abaixo assinam, tendo recebido certificação dos Reformadores da Universidade de Pádua por notificação dos Senhores encarregues desta questão, ou seja, do Mui Reverendo Inquisidor-Mor e do circunspecto Secretário do Senado, Giovanni Maraviglia, sob juramento, que no livro intitulado SIDEREUS NUNCIUS etc. de Galileu Galilei não há nada contrário à Santa Fé Católica, aos Princípios ou bons costumes, e que é digno de ser impresso, dão-lhe licença para que possa ser impresso nesta Cidade.

Escrito no primeiro dia de Março 1610

M.Ant. Valaresso
Nicolo Bon                                à Cabeça do Concelho dos Dez
Lunardo Marcello

O Secretário do Mui Ilustre Concelho dos Dez,
Bartholornacus Cominus

1610, a 8 de Março. Registado no livro na p. 39

Ioan. Baptista Breatto
Coadjunto da Congregação para a Blasfémia»

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