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O Código da Vinci e as mulheres

O código da Vinci (trailer promocional aqui)

A estreia esta semana do filme baseado no livro de Dan Brown tem sido precedida por veementes protestos de praticamente todas as religiões institucionais, inclusive aquelas para as quais não é blasfémia a negação da virgindade do mitológico Cristo ou para as quais é indiferente a forma como a Opus Dei é retratada.

De facto, mesmo em países islâmicos o filme é polémico, tendo sido proibido em países inesperados como o Egipto, Jordânia e Líbano.

Esta proibição parece à primeira vista deveras estranha, já que não se percebe como o filme pode ser ofensivo ao islamismo. Especialmente considerando que para o islamismo, uma religião que teve a sua origem no cristianismo, o Cristo é apenas mais um profeta e, como os múltiplos casamentos de Maomé indicam, não há qualquer obrigação dos profetas serem celibatários. Assim como é obrigação dos crentes combater os «sistemas» de fé concorrentes, como pode ser apreciado neste texto de um site oficial do governo do Egipto ( o Supreme Council of Islamic affairs integra o Ministery of Awkaf).

Na realidade, a oposição ao filme por parte de cristãos e muçulmanos tem a ver simplesmente com o facto de que o livro levanta questões, essas sim blasfémias execradas por estas religiões misóginas, sobre o papel das mulheres nas respectivas religiões.

Uma das razões do sucesso do livro tem a ver exactamente com a recuperação do papel da «deusa», a «heresia» pagã que mais trabalho deu ao cristianismo erradicar dos territórios conquistados. Em boa parte através da fabricação do culto mariano…

Aproveitando o fascínio despoletado pelo livro de Dan Brown, a autora do livro «Faith and Feminism: A Holy Alliance», Helen LaKelly Hunt, organizou um site, HerCode.org, em que são abordadas e contestadas a misoginia e a discriminação das religiões instituídas em relação às mulheres.

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