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«Juntos contra o novo totalitarismo»

Um grupo de escritores e intelectuais em que se incluem, entre outros, Salman Rushdie, Ayaan Hirsi Ali, Taslima Nasreen, Ibn Warraq, Caroline Fourest e Bernard-Henri Lévy, publicou ontem um Manifesto intitulado «Juntos contra o novo totalitarismo». Nele, os autores afirmam que o mundo se encontra «face a uma nova ameaça totalitária global: o islamismo», e que a resposta passa pela «promoção, para todos, da liberdade, da igualdade de oportunidades e dos valores laicos», valores esses que consideram universais.

O Manifesto foi publicado no jornal dinamarquês Jyllands-Posten e no jornal satírico francês Charlie-Hebdo e faz referência à crise desencadeada pela publicação das caricaturas de Maomé. Distancia-se das análises que insistem no «choque de civilizações» ou no antagonismo entre «Ocidente» e «Oriente», respondendo-lhes que assistimos, isso sim, a uma «luta global que confronta democratas e teocratas». Dado que ainda recentemente insisti que a clivagem é entre laicistas e clericais, não posso deixar de concordar. O Manifesto critica também o «relativismo cultural», que define como a aceitação de que «homens e mulheres de cultura muçulmana deveriam ser privados do seu direito à igualdade, à liberdade e aos valores laicos em nome do respeito pelas culturas e tradições». A terminar, os autores expressam o desejo de que «o nosso século seja um século de Iluminismo e não de obscurantismo». É um desejo que, evidentemente, partilho.

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