Loading

Mês: Janeiro 2006

17 de Janeiro, 2006 lrodrigues

As Duas Metades

Segundo a «Reuters», um estudo de um sexólogo italiano descobriu que os casais que possuem um aparelho de televisão no quarto de dormir têm relações sexuais com metade da frequência que os casais que não o têm.

Segundo consta, mal foi divulgada esta notícia o Vaticano (onde, como é sabido, se encontram os mais reputados especialistas em sexologia do mundo) decidiu aconselhar todos os padres, bispos, cardeais e até o próprio Papa, a colocar nos seus quartos de dormir dois aparelhos de televisão:

O primeiro destina-se a eliminar metade do desejo sexual dos ilustres clérigos; o outro aparelho serve para eliminar a segunda metade…

(Publicado simultaneamente no «Random Precision»)

17 de Janeiro, 2006 Palmira Silva

Incêndio destrói memorabilia de Hemingway

All thinking men are atheists Ernest Hemingway

Um incêndio destruiu completamente na sexta-feira a estalagem na ilha Bimini, Bahamas, onde estava instalado um museu dedicado a Ernest Hemingway e o bar «The Compleat Angler». O bar foi um dos pontos de paragem do escritor americano durante as épicas pescarias que o inspiraram para a escrita da obra que lhe valeu o Nobel, «O Velho e o Mar».

16 de Janeiro, 2006 Carlos Esperança

Vaticano contra o matrimónio

Vaticano contra a «destruição» do matrimónio»

Poucos dias depois de Bento XVI ter manifestado a sua preocupação pelo futuro da «família fundada sobre o matrimónio», num discurso dirigido às autoridades de Roma, o Cardeal Alfonso Lopez Trujillo, presidente do Conselho Pontifício para a Família, veio a público afirmar que a legalização das uniões de facto e dos casamentos homossexuais «destrói a família» – anuncia a Agência Ecclesia.

Não se percebe como pode a legalização das uniões de facto e dos casamentos homossexuais destruir a família.

Não se vê como as famílias organizada nos moldes mais convencionais possam ficar em perigo com as uniões de facto que já se encontram parcialmente legalizadas e, muito menos, com os casamentos homossexuais cuja legalização é um acto de justiça para numerosos cidadão excluídos dessa possibilidade.

As alterações que a ICAR abomina não retiram direitos a ninguém, apenas os alargam a quem deles estava arredado.

O Vaticano não é contra a destruição do matrimónio – como afirma -, é, sim, contra o matrimónio, que nega aos numerosos funcionários espalhados pelo mundo, obrigados à clandestinidade afectiva, à perversão sexual e à renúncia à felicidade.

16 de Janeiro, 2006 jvasco

Esclarecendo equívocos

«Foi, é claro, uma mentira o que você leu sobre minhas convicções religiosas, uma mentira que está sendo sistematicamente repetida. Eu não acredito num Deus pessoal e eu nunca neguei isso, sempre o expressei claramente. Se existe algo em mim que pode ser chamado de religioso, esse algo é a admiração ilimitada pela estrutura do mundo tão longínqua quanto a nossa ciência pode revelar.»
Albert Einstein

16 de Janeiro, 2006 Mariana de Oliveira

Ateísmo no «Le Monde»

O número 15 do «Le Monde des Religions», de 03 de Janeiro, é dedicado ao ateísmo. «Quem são eles?» e a «História da descrença e do ateísmo» é o que se pode ler na capa.

De acordo com um estudo sobre a importância do ateísmo na Europa apresentado nesta publicação, 8 por cento dos belgas não acredita em Deus e, em França, a percentagem é de 14 por cento e é o país com o número mais elevado de ateus.

15 de Janeiro, 2006 Palmira Silva

Bachelet presidente do Chile

Os primeiros resultados da segunda volta das eleições chilenas dão a vitória certa a Michelle Bachelet: com 67,3% dos votos apurados Bachelet vai à frente de Sebastián Piñera por quase sete pontos percentuais!

A cruzada anti-Bachelet e a campanha de Piñera e seu teólogo centrada no ataque ao ateísmo de Bachelet não tiveram sucesso! O povo chileno escolheu Bachelet!

15 de Janeiro, 2006 Palmira Silva

Cruzada STOPP


A STOPP é um projecto da associação fundamentalista católica «American Life League», cujo único objectivo é eliminar a Planned Parenthood, a abominável organização que, para além de tudo o mais, é acusada de difundir «valores humanistas», nomeadamente os do Manifesto Humanista II.

Para os devotos católicos envolvidos o humanismo é uma filosofia execrável, que deve ser combatida por todos os «bons» cristãos, especialmente quando ligado a abominações como o aborto, que a organização pretende seja criminalizado sem excepções, sejam violação, perigo de vida para a mãe, etc.. Ou seja, um organização que segue à letra as emanações do Vaticano, não só em relação ao aborto, proibido em todas as circunstâncias, mas também em relação à contracepção, no que se inclui os famigerados contraceptivos.

Assim, a última guerra dos fanáticos cristãos em relação à Planned Parenthood, PP, tem a ver com uns porta-chaves à venda na organização, considerados blasfemos e ofensivos pelos cristãos. Cada porta-chaves contém um preservativo na sua base plástica, já de si uma blasfémia, mas de acordo com os fanáticos pró-vida ofendem as «pessoas religiosas», como o porta-chaves retratado, que mostra a mais reproduzida parte do tecto da Capela Sistina, mas em que Deus dá um preservativo a Adão.

Continua mistificante para mim a prepotência dos fanáticos cristãos que bramem acusações de ofensas inadmissíveis a propósito dos mais banais não factos e por outro lado se acham no direito (divino) de impôr a todos, de qualquer forma, as suas anacrónicas «verdades absolutas». E não se apercebem que a sua recusa em admitir que alguém não pense (ou aja) como eles, para além de intolerante, ultrapassa todas as fronteiras do ofensivo.

14 de Janeiro, 2006 Carlos Esperança

Fátima – charlatanismo à solta

Há profissões exóticas. Vice-postulador da causa da beatificação/canonização dos pastorinhos é uma delas.

O padre Luís Kondor é uma espécie de mendigo junto da Prefeitura para a Causa dos Santos, um escritório do Vaticano destinado a promover bem-aventurados a beatos e santos.

É um pesquisador do sobrenatural que, à semelhança do geólogo que busca rochas nas entranhas da Terra, anda à cata do insólito com dedo da Providência, através do mundo católico.

O padre Kondor dedicou a vida à pesquisa de milagres para dois pastorinhos imolados pela fome, ignorância e falta de assistência médica. Demorou a descobrir um na pessoa de D. Emília, uma coxa curada à custa de orações e que morreu oportunamente, pouco depois, sã que nem um pêro.

Beatificadas as crianças, um feito inédito, com o mesmo zelo com que outrora a ICAR exumava cadáveres para queimar réprobos, logo o padre Kondor se lançou à procura de novos milagres para aproveitar um destinado à elevação a santos das pobre e infelizes crianças que a morte surpreendeu ou foi conveniente levar.

Com um novo milagre em vias de certificação canónica, na área dos diabetes, temos o padre Kondor a cumprir as previsões e a arremessar aos altares dois infelizes mandados apresentar prematuramente no Paraíso.

Agora resta a dúvida sobre a veracidade dos milagres. Se são verdadeiros, quem merece uma venera é Deus, desde que se apresente decentemente ataviado no Palácio de Belém.

Se são falsos, urge desmantelar a rede de falsários, cujos tentáculos vão de Fátima ao Vaticano, e evitar que a superstição faça esportular o óbolo aos mais desesperados, num interminável embuste com milhares de vítimas que jamais se queixam.

13 de Janeiro, 2006 jvasco

Presidenciais e Religião

A Visão colocou a seguinte pergunta aos 6 candidatos presidenciais: «Professa algum credo religioso? Se sim, qual?». As respostas foram:

Cavaco Silva – Não respondeu às perguntas da Visão
Mário Soares
Sou agnóstico, como se sabe. Mas também é do conhecimento público que tenho participado activamente no diálogo entre religiões.
Manuel AlegreSou agnóstico.
Jerónimo de SousaJá professei, agora não.
Francisco LouçãNão.
Garcia PereriraNão, mas respeito profundamente quem o tenha, qualquer que ele seja.

Notas:

a) Como é óbvio, o sentido de voto não deve ser condicionado pela religião (ou posição religiosa) do candidato. Importa saber se o candidato presidencial defende a separação entre a Igreja e o estado, qual a posição face à lei da liberdade religiosa, as suas opiniões a propósito do episódio dos crucifixos, etc.

b) De salientar a maturidade, a este respeito, do eleitorado português (antes existisse a mesma maturidade em relação a outras questões…) – apesar dos ateus e agnósticos serem uma pequena minoria, 5 dos 6 candidatos não temem tornar pública a sua «falta de fé» (coisa que certamente alguns candidatos fariam se o eleitorado
religioso fosse penalizar severamente esse posicionamento).
Sobre este assunto, ver o infeliz exemplo dos EUA onde um Presidente é praticamente forçado a usar abundantemente expressões religiosas nos seus discursos.