Tiro no pé do Senhor dos dislates
O governo de Israel fez saber que não assinará o contrato que permitiria a construção do Galilee World Heritage Park, um parque temático cristão que os teocratas evangélicos americanos liderados por Pat Robertson pretendiam construir nas margens do mar da Galileia (na realidade um lago), em terrenos oferecidos pelo governo de Israel.
Tradicionalmente os teocratas evangélicos norte-americanos são os maiores apoiantes e defensores de Israel nos Estados Unidos. A razão para tal, como não poderia deixar de ser, encontra-se na Bíblia, mais concretamente no Antigo Testamento, que indica que Israel foi dado aos judeus por Deus e, segundo estes fundamentalistas cristãos, para se efectivar o regresso de Jesus é necessário que os judeus controlem Israel e que estes se convertam ao cristianismo.
O projecto deste parque temático tinha merecido algumas críticas exactamente pela segunda condição que os fanáticos cristãos consideram necessária para o regresso do mito, nomeadamente Yossi Sarid, um antigo ministro e membro do Knesset (o Parlamento israelita), afirmou ter algumas reservas em relação aos «religious right» americanos e em relação a este projecto já que «Não estou entusiasmado com esta colaboração porque não tenho desejo de ser carne para canhão para os evangelistas. Como judeu, eles acreditam que eu tenho de desaparecer antes de Jesus fazer a sua segunda aparição. Como não tenho planos de me converter, como um israelita e um judeu, considero que isto é uma provocação».
O ministro do Turismo israelita, que afirmou anteriormente não ser um teólogo e como tal não estar interessado na agenda dos turistas mas sim na sua presença (e nos dólares que certamente deixariam no país), declarou através do seu porta voz, Ido Hartuv, que o governo de Israel considera inaceitáveis as declarações recentes de Pat Robertson sobre o castigo divino de Ariel Sharon por este ter devolvido territórios aos palestinos e como tal não assinaria o contrato, prestes a ser fechado, com Pat Robertson.