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Mês: Dezembro 2005

22 de Dezembro, 2005 Carlos Esperança

Mensagem de um ateu

Dirijo-me a todos os ateus e ateias, aos crentes de qualquer religião, aos agnósticos, aos homens e mulheres do meu país, independentemente da cor da pele, do estrato social e das opções sexuais. Mas dirijo-me apenas a todos os que quiserem ler este texto.

Faço-o sem a arrogância dos padres que enviam a bênção a quem não a solicita, sem a prepotência dos bispos que julgam que todos lhes devem vassalagem, sem uma câmara de televisão a conferir importância pública ao que tem relevância particular.

Sem vestes talares nem báculo, mitra, cruz, ódio ou ressentimento, sem fé no divino ou crença em milagres, sem dogmas nem outras aldrabices, saúdo os que me estimam e os adversários.

Não o faço por ser a época em que os pagãos celebravam o solstício de Inverno, que os cristãos aproveitaram para datar o nascimento de Cristo. A minha mensagem não fala do Céu, não exorta à castidade, não é moralista nem impõe quaisquer mandamentos.

Exorto-vos, caros leitores, a rejeitar o charlatanismo e a superstição mas, se isso vos faz felizes, continuem a viajar de joelhos à volta de uma igreja, a fazer o circuito das velas acesas, a contar ao padre o que não contam ao irmão ou companheiro/a e a ir a Fátima.

Desejo o melhor para todos os que referi. Cultivem o prazer de ler, ouvir música, ir ao teatro, ver cinema, enfim, gozem os prazeres da cultura. Mas, se a desgraça vos bateu à porta e uma hóstia vos alivia e se acreditam em milagres, rezem o terço, oiçam missas, beijem a pilinha do menino Jesus, persignem-se e peçam a bênção ao padre.

Ninguém tem direito a roubar a felicidade. Se a abstinência satisfaz os castos, se o jejum agrada ao masoquista e a procissão diverte o créu, não se poupem a exóticas distracções, não faltem à missa, à procissão ou à novena. Desobriguem-se e comunguem e sintam-se melhor da obstipação e das lombrigas.

O ateísmo é um caminho difícil. Ensina que não há Inferno mas tira-vos a consolação do Paraíso. É por isso que esta mensagem não vos oferece uma ideologia, um sistema filosófico ou a vida eterna.

Quero que sejam afortunados; que pensem como entenderem, sem receio de castigos; que consigam mudar de opinião sem medo das labaredas; que possam baldar-se à missa sem repreensões; que façam amor sem cismarem na eterna perdição.

Sejam felizes.

21 de Dezembro, 2005 Ricardo Alves

O regresso da luz está garantido

No hemisfério norte do nosso planeta(*), o dia de hoje será o mais curto do ano, e a noite será a mais longa do ano. A repetição cíclica destas ocorrências, desde que a humanidade dela se apercebeu, induziu muitos povos a assinalarem esta época do ano com festividades várias. E compreende-se porquê: a progressiva diminuição dos períodos diários de luz causa naturalmente angústia, e causa-la-ia ainda mais em pessoas mais directamente dependentes da natureza para a sua alimentação e aquecimento…

Em locais e épocas históricas em que a humanidade não dispunha, ainda, dos conhecimentos científicos necessários para compreender o porquê do solstício de inverno, os deuses da natureza ou os seus sucessores monoteístas (inventados mais tarde) eram invocados nesta época, como forma de assegurar que o Sol (que parecia estar prestes a cair no horizonte) se voltaria a erguer, e que a luz voltaria.

E no entanto, hoje não sabemos através somente da experiência transmitida pelas gerações anteriores que a luz voltará. Sabemo-lo de ciência certa: que os dias voltarão a alargar-se e as noites a encurtarem-se, até ao final da Primavera. Não é necessário invocar um «deus» qualquer ou celebrar o seu suposto nascimento, repetir frases de livros antigos ou sacrificar animais: o regresso da luz é um facto da natureza que a ciência nos assegura que acontecerá a partir de hoje e que se repetirá ano após ano. Só deixaria de se verificar se o eixo de rotação da Terra se equilibrasse subitamente no plano da translação em volta do Sol, ou se, mais dramaticamente, o nosso planeta saísse da sua órbita ou o Sol se apagasse rapidamente. Sabemos científicamente que nenhum destes acontecimentos se produzirá nos anos mais próximos, e que, de qualquer forma, os rituais religiosos não interferem neles. Portanto, com rituais da época ou sem eles, a luz que nestes dias escasseia e que durante tão poucas horas nos aquece os ossos não nos faltará muito em breve.
Com as certezas da ciência, desejo-vos boas festas.

(*) Os cerca de 25% de leitores do Diário Ateísta que vivem no hemisfério sul farão o favor de, durante a leitura deste texto, se imaginarem seis meses mais à frente (ou mais atrás).
21 de Dezembro, 2005 Palmira Silva

Neo-Criacionismo 0 – Ciência 1


80 anos depois: Fundamentalistas cristãos continuam a exigir que o evolucionismo seja apresentado apenas como uma teoria (no sentido não científico de palpite) não como o facto científico que na realidade é.

Na passada quinta-feira foi conhecida a decisão do juíz John Jones, um nomeado por Bush e como tal dificilmente acusável de ser um militante (esquerdista) ateu, em relação ao caso conhecido como o julgamento de Kitzmiller, o outro julgamento que agitou as guerras da evolução nos Estados Unidos. Numa decisão crucial, especialmente se considerarmos o sistema judicial americano em que decisões anteriores sobre um dado tema são utilizadas na determinação de sentenças posteriores, o juiz federal decidiu que o ensino do desenho (pouco) inteligente é inconstitucional já que viola a separação da Igreja e do Estado preconizada na Constituição americana. A decisão do juíz constitui assim uma vitória por knock-out da ciência contra os obscurantismos cristãos disfarçados de IDiotia, uma vez que não só foi banido definitivamente o ensino da IDiotia nas aulas de ciência de Dover como foi criado um precedente que permitirá que a normalidade e verdade científica sejam repostas a breve trecho em todo o país!

Que a IDiotia não passa de um subterfúgio para proselitar os estudantes é explicado pelo juíz na sua opinião de 139 páginas (pdf disponível), muito bem fundamentada e que não deixa margem de manobra ou apelo aos IDiotas, «Nós concluímos que não é [ciência] e para além disso que o ID não se consegue separar dos seus antecedentes criacionistas e como tal religiosos».

Podemos ler ainda a opinião do juíz sobre os membros do Conselho de educação que segundo ele disfarçaram os seus verdadeiros motivos (religiosos) para introduzir a IDiotia nos curricula de ciências do distrito de Dover, decisão classificada de «inanidade de tirar a respiração»: «Nós concluímos que os motivos seculares utilizados pelo Conselho não são mais que um pretexto para o verdadeiro objectivo do Conselho, que era a promoção da religião nas salas de aulas públicas».

Em relação ao velho* (e errado) argumento de que o evolucionismo é uma teoria e não um facto usado pelo Conselho de Educação na sua declaração de Outubro de 2004 que justificava o ensino da Idiotia como uma «teoria» alternativa, o juiz, evidenciando que de facto ouviu os muitos cientistas que testemunharam no julgamento e percebeu os motivos religiosos de pseudo-cientistas como, por exemplo, Michael Behe, que admitiu que a plausibilidade da IDiotia depende de se acreditar em Deus, declarou que:

«Na realidade a teoria da evolução de Darwin é imperfeita. No entanto, o facto de que uma teoria científica não consegue ainda explicar todos os pontos não deveria ser usado como pretexto para impingir nas salas de aulas de ciências uma hipótese alternativa não falseável e baseada em religião ou para denegrir propostas científicas bem estabelecidas».

As guerras da evolução nos Estados Unidos, felizmente com o final feliz que esta decisão indicia, deveriam alertar os mais complacentes para o facto que qualquer religião quando suportada pelo poder político mostra a sua verdadeira face integrista, prepotente e intolerante, tentando obrigar que as suas concepções anacrónicas e anti-científicas sejam «vendidas» a todos, via instituições públicas, como sendo «verdades absolutas».

Recordo que as guerras da evolução ameaçam extravasar para o Velho Continente, especialmente depois de Bento XVI ter afirmado que o Universo e o homem foram criados por um «projecto inteligente» e que tal só não é conhecimento comum porque algumas pessoas «enganadas pelo ateísmo que têm dentro de si, imaginam um Universo livre de propósito e ordem, como se estivesse à mercê do acaso». Perguntando falaciosamente «Quantas dessas pessoas existem hoje em dia?» e concluindo que «Essas pessoas, enganadas pelo ateísmo, acreditam e tentam demonstrar que é científico pensar que tudo é livre de propósito e ordem».

Claro que os nossos fiéis leitores crentes, que tanto se indignam com as nossas críticas das inanidades debitadas como verdades absolutas pela santa madre Igreja, não se apercebem da intolerância em relação aos ateístas que estas (e outras que abordarei brevemente) declarações da hierarquia da Igreja evidenciam. Claro que não esperaria que a Igreja demonstrasse qualquer respeito em relação à nossa forma de pensar. Contrariamente aos nossos leitores que reinvidicam que respeitemos a sua forma de pensar e nos mimam com epítetos de intolerantes, não advogo que tal aconteça já que tolerância é simplesmente «a atitude de admitir a outrem uma maneira de pensar ou agir diferente da adoptada por si mesmo». As religiões são de facto intolerantes porque não admitem nem ideias nem formas de agir diferentes das que preconizam. Basta pensar no que se passa na vizinha Espanha em relação ao casamento de homossexuais e nas guerras da interrupção voluntária da gravidez que se avizinham cá no burgo para confirmar que o catolicismo não é excepção!

*A primeira versão do «teoria não facto» foi adoptada pelo Conselho de Educação da Califórnia em 1924-1925 em resposta aos estridentes protestos dos fundamentalistas cristãos em relação ao ensino da evolução neste estado. Em 1925 o Conselho aplicou esta decisão em relação a livros de texto rejeitando aqueles que se atreviam a tratar a evolução como algo mais que uma «teoria» coloquial.

21 de Dezembro, 2005 Carlos Esperança

Vocações sacerdotais

Depois de uma maratona de padre-nossos e ave-marias um cristão chega exausto ao fim do terço. Antigamente a fé aguentava uma coroa e os joelhos suportavam a novena.

Quando as missas eram em latim, a ignorância aturava o ritual e suportava a liturgia no convencimento de que o Paraíso estava ao dobrar do amém e os paroquianos suportavam o frio do inverno e as delongas da homilia.

Depois que o vernáculo substituiu o esoterismo de uma língua morta os crentes duvidam da salvação da alma a troco da confissão e actos de contrição.

Santa Bárbara deu lugar aos pára-raios, o veterinário substituiu santa Filomena na cura das bestas, a flecha que trespassava S. Sebastião deixou de comover os créus e, para as moléstias do corpo, deixou de invocar-se a divina fauna e passou a recorrer-se ao S.N.S.

A penicilina revelou-se mais eficaz do que o pai-nosso, a aspirina um analgésico mais potente do que as orações e a vacina mais eficaz do que a divina graça. Anti-depressivos batem o exorcismo e qualquer médico de segunda é melhor do que um santo de primeira.

A água benta, com poderes comprovados por séculos de ignorância, foi ultrapassada, primeiro pelos manipulados e depois pela panóplia de drogas que os laboratórios da indústria farmacêutica puseram no mercado.

Face à exiguidade dos milagres e à falta de certificados de garantia, a clientela procura a ciência e manda passear a fé. Não admira que faltem ajudantes aos bispos e quiromantes da divina Providência.

A falta de padres, que o aluguer de brasileiros e polacos vai atenuando, é um bom sinal. O homem escreve direito por linhas tortas.

20 de Dezembro, 2005 Carlos Esperança

Espanha – A ICAR e o IVA

Em Espanha, quando o Governo permitiu os casamentos homossexuais, agitaram-se as sotainas, rugiram os prelados e todos ganiram torpes homilias contra a lei e a extensão de direitos a uma parte da sociedade que estava excluída.

O carácter facultativo da disciplina de religião católica, ministrada por empregados das dioceses e pagos pelo erário público, levou santas cavalgaduras a falar de um ataque do PSOE à liberdade religiosa.

O cumprimento da Constituição e o fim de algumas mordomias que Aznar, ligado ao Opus Dei, lhes tinha ilegalmente concedido, fizeram eminentes purpurados trocar o conforto dos paços e a melodia do cantochão pelas manifestações de rua e o ruído de palavras de ordem.

Substituíram ave-marias pela chantagem, ao breviário preferiram a ameaça, aderiram ao confronto e marimbaram-se no credo.

No entanto permanece grossa a fatia do orçamento de Estado que alimenta a gula da cáfila imensa de prosélitos do divino.

A Comissão Europeia exige ao Governo espanhol que obrigue a ICAR a pagar IVA. Esvoaçam vestes talares a caminho do Palácio da Moncloa a procurar limitar os danos.

Um pobre compra pão e paga IVA, a ICAR encomenda hóstias e está isenta; o cavador esportula o imposto pela enxada, a ICAR compra uma patena de ouro sem IVA; um casal adquire um pequeno apartamento e paga, a paróquia compra um palácio sem imposto; um operário que compra um desodorizante, para poupar a pituitária ao odor do sovaco, paga, um cónego que faz uma encomenda de incenso, não.

O serviço de jantar de má qualidade, o fato-macaco, o trajo de carnaval, a gabardina ou a fotografia da sogra, pagam IVA. Uma custódia, o turíbulo, a alva, a casula, a mitra, o báculo, uma escultura do padre Escrivá, os santinhos com a fronha de Bento XVI ou o palácio episcopal ficam isentos, para salvação da alma dos contribuintes espanhóis.

É a este abuso eclesiástico que a directiva comunitária se propõe pôr cobro.

19 de Dezembro, 2005 Ricardo Alves

Colocar os direitos individuais acima das tradições

Segundo as últimas notícias, a menina que esteve prestes a ser excisada na Guiné-Bissau conseguiu chegar a Portugal, onde se reuniu ao seu pai, um guineense que vive e trabalha em Portugal. Os familiares que dela cuidavam no seu país de origem terão estado prestes a proceder ao ritual que inclui a mutilação genital.

A excisão do clítoris é efectuada num contexto cultural muçulmano e africano. Quem a defende na Europa, fá-lo em nome do respeito pela tradição e pela «identidade cultural», afirmando supostos «direitos» das comunidades sobre os indivíduos e alegando, por vezes, a «liberdade religiosa».

Pessoalmente, há já alguns anos que concluí que o combate político dos ateus é, quase sempre, o combate por colocar as leis que garantem os nossos direitos individuais muito acima de qualquer tradição, cultura ou maioria comunitária. Portanto, se reconheço aos pais o direito de educarem os filhos nas convicções religiosas que entenderem, não lhes reconheço o direito de os mutilarem por razões religiosas.

Infelizmente, tudo indica que a mutilação genital femina é praticada em território português (sobre as mutilações genitais masculinas, menos graves mas também condenáveis, não existe a menor dúvida). O assunto é delicado, também por dizer respeito a imigrantes que vivem, muitas vezes, em condições de grande pobreza. Mas transigir com estas práticas bárbaras seria negar aos imigrantes os direitos que nos concedemos a nós próprios. Permitir que estas tradições se perpetuem é, em certos casos, racismo puro.
19 de Dezembro, 2005 Carlos Esperança

Só a mentira ofende

Alguns créus, mais preocupados com a salvação da alma do que na busca da verdade, manifestam-se ofendidos pelas opiniões de alguns ateus, particularmente as minhas.

Quando afirmo que o estalinismo foi perverso, o que evito fazer neste espaço, manifesto a profunda convicção e é o direito à opinião que exerço. Penso o mesmo do catolicismo, particularmente da Igreja de B16, igreja da contra-reforma, uma impiedosa máquina de manipulação que esmaga a liberdade, a inteligência e a felicidade.

Quando a ICAR celebra uma concordata é um roubo que perpetra, o dinheiro público que saqueia, a situação de privilégio que busca. Denunciar a capitulação do Estado que cede à chantagem, se verga ao Papa e bajula o clero é um dever de cidadania.

Se, às vezes, é vigorosa a linguagem nunca cheguei ao ponto de chamar cães a crentes, epíteto que Pio IX usou para os judeus. Aliás, impede-me a educação e o bom senso de descer aos ataques soezes que a santa madre ICAR desfere contra os ateus.

Relativamente aos epítetos com que brindo deus e a mística fauna até serão insultuosos.

Serafins, querubins e tronos; dominações, virtudes e potestades; principados, arcanjos e anjos, citados por ordem hierárquica descendente, são grupos de delinquentes em que os crentes podem acreditar e que faz parte da moral e dos bons costumes escarnecer.

Podem dizer-me que insulto essas etéreas bestas. É verdade. Trata-se de um crime semi-público. Cabe aos ofendidos apresentar queixa.

18 de Dezembro, 2005 Carlos Esperança

Maria (2)

Jesus regressou do deserto e do jejum exímio na pregação e exibiu-se, primeiro na Galileia, depois nos acampamentos à beira do Lago de Genesaré e, finalmente, em Jerusalém, cidade destinada a pregadores experientes.

Pelo caminho fez milagres, prática que andava associada à pregação, até que o boato da ressurreição de Lázaro o atingiu e colocou nos píncaros da fama e do perigo.

Pessoas supersticiosas tomavam por verdade boatos inocentes, por milagre aldrabices postas a correr, e, em breve, viram naquele exótico pregador o Cristo predito nos livros do templo.

Judas aproveitou para ganhar uns trocos, miséria de trinta dinheiros, acusando o meigo charlatão, outros usaram-no em lutas que dilaceravam tribos semitas sob o império romano.

Sabe-se que acabou mal. Mas entre a história pouco verosímil da crucificação, lapidação talvez, a alegada ressurreição e subida ao Céu, criou-se uma seita que, ainda hoje, exibe, explora e promove a fábula de Cristo.

De ti, Maria, que ficaste viúva e perdeste o filho, sabe-se que foste com o apóstolo João para Éfeso e lá morreste. Mas há aí uns charlatões que te referem em locais obscuros a aparecer a ignotas pessoas. Faz parte do negócio e tu não os podes desmentir.

Cristo passou a ícone. Ele e a cruz, sós ou em conjunto, tornaram-se presença obsessiva em locais de culto, invadiram largos, o cimo dos montes, paredes das escolas, decotes de vestidos e retrovisores de automóveis em demente proselitismo com milhões de parasitas a viver da fábula e dos milagres, antigos e recentes.

Mas o pior de tudo, Maria, são os boatos que um bando de celibatários misóginos pôs a correr sobre ti, sem respeito pela maternidade nem pelo José.

Dizem que és virgem, uma afronta que repetem desde Pio IX, um homem odioso que se reclamava representante do filho teu, como se um morto pudesse deixar procuração.

Essa atoarda não te favorece e mostra o ódio às mulheres. Dizem que o teu Jesus é Deus e humilham o José e fazem-te a afronta em nome do Padre Eterno que execra o amor, odeia a felicidade e colecciona virgens como trofeus.