Instruções papais
A intolerância e discriminação da Igreja de Roma atingiu o seu zénite sob o papado de Ratzinger. Assim, após séculos de acolhimento de braços abertos, espera-se para breve uma instrução papal que formalizará a interdição aos homossexuais de ingressarem em seminários. Esta instrução surge após uma revisão da política da Igreja em relação à homossexualidade ordenada pelo finado João Paulo II na sequência do escândalo da pedofilia nos Estados Unidos, envolvendo padres católicos. Aparentemente foi ao actual Papa que o nosso opinador de estimação, J.C. das Neves, foi beber a sua inspiração para equivaler a homossexualidade ao crime de pedofilia! Mesmo para uma instituição que considera a homossexualidade uma «desordem intrínseca» parece um pouco forte esta declaração implícita de que, contrariamente aos seus colegas heterossexuais, os padres homossexuais não só são incapazes de manterem os votos de celibato como são intrinsecamente predispostos a cometer actos criminosos.
Espera-se ainda que inicie brevemente uma inspecção aos 229 seminários católicos americanos, uma Visita Apostólica que tem como fim examinar se existe «evidência de homossexualidade» nos mesmos.
Considerando que uma percentagem significativa do clero americano é homossexual, mais de 25% segundo algumas estimativas, e que existem seminários designados por «seminários lavanda» com uma população estudantil quasi exclusivamente gay, a medida pode ser um tiro no pé de uma instituição com cada vez mais dificuldade em atrair recrutas, pelo menos no mundo ocidental!