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Uma sondagem curiosa

No passado dia 30 de Agosto, o jornal Le Monde publicou uma sondagem feita à população francesa de origem turca ou africana (em França, esta última é sobretudo magrebina). Alguns dos resultados da sondagem (ver em pdf) são muito curiosos.
  1. Cerca de 20% dos respondentes declaram-se «sem religião», uma percentagem que não anda longe dos 28% na população francesa em geral. Atribuindo a diferença às famílias francesas que já são ateias ou agnósticas por tradição, a percentagem de pessoas que abandonam o Islão será portanto muito semelhante à percentagem de pessoas que abandonam o catolicismo. É, sem dúvida, uma boa notícia.
  2. Entre aqueles que se declaram muçulmanos, 21% praticam regularmente (um mínimo de uma ou duas idas por mês à mesquita), uma percentagem que não andará muito longe da percentagem de franceses católicos praticantes.
  3. Ao nível dos preceitos individuais, 23% dos muçulmanos declarados assumem que bebem vinho (nem que seja «de vez em quando»…), 27% confessam que nunca rezam, e, embora 81% declarem querer fazer a peregrinação a Meca, apenas 2% a fizeram.
  4. Quanto ao casamento, mais de metade dos pais muçulmanos (57%) acha que os seus rapazes devem decidir com quem se casam, e 47% tem a mesma opinião para as filhas. A mistura pode avançar.
  5. Finalmente, a laicidade é um conceito «positivo» ou «muito positivo» para 82% dos muçulmanos franceses, 65% não estão de acordo com a frase «a laicidade é um obstáculo à liberdade religiosa», 82% estão de acordo com a frase «em França, é a laicidade que permite a pessoas de convicções diferentes viverem juntas» e 59% defendem que os símbolos religiosos não têm lugar na escola pública.

Pode portanto concluir-se que o processo de integração dos muçulmanos em França está a decorrer a bom ritmo. Existem sem dúvida fanáticos, mas são uma minoria.

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