Café sem descrentes
A dona de um café perto de Birmingham, no Alabama, proibiu as reuniões de um grupo secular de ateus, agnósticos e afins no seu estabelecimento. O «Universist Movement» alega perseguição cristã enquanto que a proprietária do «Cool Beans» diz que apenas quer manter o seu negócio.
Mel Lipman, presidente da «American Humanist Association», afirma que «já não está tudo bem quando se discrimina com base na raça ou na orientação sexual, mas é perfeitamente válido que alguém diga que nunca votaria num ateu para a Presidência».
De acordo com o fundador do «Universist Movement», Ford Vox, o problema surgiu quando se encontrou com a proprietária do café, Amy Anderson, para discutir a realização da reunião no «Cool Beans». Depois de ela ter perguntado em que é que o grupo acreditava, de acordo com Vox, retorquiu dizendo que não estava à vontade com aquilo porque ela é cristã.
Por seu turno, Amy Vox responde que o que o «Universist Movement» alega não é «exactamente verdade». Depois de ter chamado o advogado, afirmou que é política da casa verificar qualquer grupo com mais de 10 pessoas que se queira encontrar no seu estabelecimento, que tem lugar apenas para 30. Para além disso, ela retirou os «flyers» do grupo porque era contra uma citação de um artigo do «New York Times» que caracterizava os adeptos do movimento como sendo «especialmente presunçosos e matreiros».
«O meu primeiro pensamento foi que isto podia ser um sinal vermelho – este grupo podia ser desestabilizador se se encontrassem», afirma Amy Anderson. «Além disso, o próprio número pode ser desestabilizador, independentemente de serem afáveis e bons clientes».
As convicções de determinado grupo não são razão suficiente para a recusa de prestação de serviços, assim como a raça, o sexo ou orientação sexual. É especialmente mau que num país que se afirma como o defensor da Democracia se assista a tantos atropelos à Liberdade com base na religião.