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Mês: Julho 2005

27 de Julho, 2005 Mariana de Oliveira

A resposta

Para o arcebispo Paul Joseph Cordes, presidente do Conselho Pontifício «Cor Unum» (que coordena as instituições de assistência da Igreja Católica), Ratzinger constitui uma «resposta de Deus» à expansão do secularismo.

De acordo com a entrevista de Cordes, «o secularismo do assim chamado primeiro mundo preocupou profundamente João Paulo II», ainda que originado «de uma terra firmemente arraigada na tradição cristã». Por isso é que, num seu discurso, o ex-papa disse que «a experiência da aparente ausência de Deus pesa não só sobre os ausentes ou os mais afastados, mas é geral. A corrente espiritual da consciência actual tem uma influência profunda também sobre os membros activos da Igreja… Por este motivo, o Bom Pastor se vê obrigado a deixar espaço no mundo e na Igreja sobretudo à luz que procede da fé, na operante presença de Deus».

O arcebispo daí segue dizendo que «o novo papa é certamente a resposta de Deus ante este perigo do secularismo. Não só faz referência a isso o nome que elegeu», mas também «expressou claramente seu pesar pela falta de referência a Deus no Preâmbulo do Tratado constitucional europeu».

De facto, B16 configura-se como uma bela resposta ao secularismo: foi sucessor de Torquemada na Congregação para a Doutrina da Fé, não se cansa de referir a importância das raízes cristãs da Europa, escreveu a famosa declaração «Dominus Iesus», considera a música rock um «contra-culto que se opõe ao culto cristão», considera as mulheres como divinamente predestinadas à dominação masculina ou considera imorais o adultério, a masturbação, a pornografia, a prostituição e os actos homossexuais.

27 de Julho, 2005 jvasco

Crimes atribuídos às religiões e ao ateísmo

O argumento é recorrente: se é verdade que as cruzadas, a inquisição, o terrorismo religioso, a caça às bruxas e outras que tais implicaram muitas mortes, também é verdade que houve várias mortes provocadas por regimes políticos que eram ateus(quase sempre comunistas).

O argumento é tão recorrente quanto disparatado.

A razão é óbvia: a esmagadora maioria das mortes provocadas por tais regimes, não o foram em nome do ateísmo. Foram-no em nome de um regime, que, por acaso, até era ateu.

Se nós considerássemos essas mortes como imputáveis ao ateísmo, às mortes imputáveis à religião não nos poderíamos limitar a contabilizar as referidas: qualquer morte, ao longo da história, imputável a um regime que afirmasse uma determinada religião seria imputável a essa religião. Isto quer dizer que todas as mortes políticas até há pouco mais de cem anos seriam imputáveis à religião!
Não me passa pela cabeça culpar o cristianismo por todas as mortes que os reis cristãos provocaram – e isto corresponde a muitas mortes na Europa! – e nesse sentido não faz sentido imputar ao ateísmo as mortes provocadas por facínoras que até eram ateus.

Mas é diferente atribuir ao cristianismo as mortes provocadas por reis cristãos – mortes provocadas devido aos interesses do monarca a quem acontecia ser cristão – e as mortes ocorridas na inquisição, nas cruzadas, na caça às bruxas ou no terrorismo religioso – assassínios cometidos em nome da região.

Aqui é que a porca torce o rabo, e os crentes não o podem negar: não existiram (que se saiba) assassínios em massa em nome do ateísmo.

Em resumo: ocorreram muitos crimes e assassínios pela parte de regimes afectos a uma religião, tal como ocorreram muitos crimes e assassínios pela parte de regimes ateus, e é ridículo imputar quer os primeiros à religião, quer os segundos ao ateísmo.
Por outro lado, ocorreram muitos crimes e assassínios em nome da religião, mas quase nenhuns em nome do ateísmo. Isto é algo que o ateísmo tem a seu favor.

27 de Julho, 2005 Palmira Silva

Criacionismo 0 – Bom senso 1

Os criacionistas americanos estão indignados com a direcção do Zoo de Tulsa, Oklahoma, após esta ter revogado a autorização de uma exposição sobre a criação biblíca ex nihilo do Universo (Terra incluída) em seis dias.

O criacionista local que propôs a exibição em alternativa à ateísta explicação científica, que apresenta impunemente «blasfémias» como a evolução biológica e muitos milhões de anos para a idade da Terra, afirma que a decisão é uma violação dos direitos constitucionais dos contribuintes de Tulsa. Especialmente porque garante que o Zoo já presta homenagem a outros deuses uma vez que tem nas instalações uma estátua de … um elefante! Uma estátua de um elefante no recinto dos elefantes de um zoo só pode ser mesmo uma homenagem ao deus hindu Ganesha e face a esta exibição descarada dos símbolos de outra religião só mesmo a perseguição anti-cristã justifica a proibição da exibição!

Para os acéfalos criacionistas a discriminação anti-cristã é mais acentuada pelo facto de existir uma versão «religiosa» alternativa das origens da Terra: um globo de mármore com a inscrição índia «A Terra é a nossa mãe. O Céu é o nosso pai». Assim o Zoo promove o ateísmo através da exibição científica, o hinduismo com os elefantes e o panteísmo com a inscrição índia. Nesta perspectiva se considerarmos que é um Zoo, isto é, que exibe animais, promove também o xamanismo…

De facto não há paciência para esta mania da perseguição cristã!

26 de Julho, 2005 Carlos Esperança

Prisão perpétua para assassino de Theo van Gogh

O homicida Mohammed Bouyeri foi hoje condenado a prisão perpétua por um tribunal de Amsterdão pelo assassinato de Theo van Gogh, realizador de cinema holandês, que denunciou os maus tratos a que as mulheres são sujeitas no Islão.

O devoto agradeceu a Deus a boa acção que julga ter praticado «em nome da sua religião».

Dados os seus 27 anos é natural que as 70 virgens que o esperam no Paraíso se façam velhas e feias e que sejam desfrutadas por outra santa besta desfeita em pedaços após um sangrento suicídio.

A alimária ainda declarou que, se fosse libertado, estaria preparado para cometer um crime idêntico.
Não sei o que mais nos pode estarrecer, se a maldade de Deus ou a boçalidade dos crentes.

26 de Julho, 2005 Palmira Silva

Combate ao terrorismo

O primeiro ministro australiano John Howard e um líder islâmico, o Sheik Mohammed Omran, estão envolvidos numa guerra de palavras em que ambos se acusam mutuamente de incitamento ao ódio.

Howard criticou Omran por este ter declarado numa entrevista à televisão australiana ABC que Osama bin Laden «é de facto um bom homem» e que «os ataques de Londres são responsabilidade dos americanos». Nesta entrevista Omran reconhece ainda ser amigo de Abu Katada, o líder espiritual da Al Qaeda na Europa e outro «bom homem», que já tinha defendido no passado.

Howard considera ainda que é uma obrigação dos líderes religiosos «não incitar ao ódio, não pregar a intolerância, e esta é uma responsabilidade que os líderes islâmicos na Austrália carregam pesadamente».

Como resposta o piedoso clérico, que não reconhece a existência de terrorismo islâmico e como tal não se considera obrigado a pregar contra algo inexistente, afirmou numa carta aberta que considera inflamatórios os comentários de Howard em que este admite a possibilidade da existência de bombistas suicidas (muçulmanos, claro) na Austrália.

Acho que o primeiro ministro australiano é demasiado optimista ( e ingénuo) quando pede a colaboração dos líderes religiosos islâmicos no combate ao terrorismo… Especialmente se considerarmos que às portas das mesquitas de Sidney são efectuadas campanhas de recrutamento de jovens pelo grupo radical Hizb ut-Tahrir, (o mesmo a que estava ligado o estagiário do Guardian) liderado na Austrália por Wassim Doureihi.

O grupo, que descreve como mártires os bombistas suicidas e que advoga abertamente a destruição dos ideais ocidentais e recentemente ligado ao massacre de Londres, realizou na passada sexta-feira um (segundo) encontro de admissão reservada, cujo teor foi certamente muito longe do pretendido por Howard. Já que os folhetos que distribui reclamam que «a guerra ao Islão foi redespoletada» e que o ataque de Londres está a ser usado para «pressionar os muçulmanos para uma submissão cega ao Ocidente».

26 de Julho, 2005 Palmira Silva

Despedimentos com justa causa

Num passado não tão distante o Sabbath cristão que tornava o Domingo o dia do «Senhor» era imposto pelos governos sobre os respectivos cidadãos: todas as lojas estavam fechadas, qualquer tipo de comércio era proíbido e esperava-se que os cidadãos consagrassem o domingo a actividades religiosas, nomeadamente a indispensável ida à missa. A separação Igreja-Estado permitiu que tal interferência estatal terminasse nos países ocidentais. Mas algumas pessoas pretendem recuperar os «bons velhos tempos» em que o cristianismo era imposto pelos respectivos governos. E nem todos são americanos: em Inglaterra o movimento liderado por Michael Schluter «Keep Sunday Special», apoiado por 500 igrejas, é extremamente activo na defesa da família que, segundo Michael Schluter, a manutenção da inviolabilidade do «Dia do Senhor» implica.

Aparentemente os tribunais britânicos não partilham a devoção ao Senhor deste movimento e infligiram uma derrota pesada para o seu piedoso intuito. Um devoto cristão, Stephen Copsey, que foi despedido por se recusar a trabalhar ao domingo, perdeu ontem no Tribunal de Apelo a última hipótese de receber a pretendida indemnização de 65 000 libras (cerca de 100 000 euros), merecida compensação pelos danos que tão injusto e herege despedimento provocaram.

Também em Inglaterra um estagiário do prestigiado diário The Guardian foi despedido por motivos religiosos, mas que neste caso não têm a ver com o respeito pelo Sabbath no dia do Sol (ainda a influência do mitraista Constantino). De facto, Dilpazier Aslam, 27 anos, foi despedido na sexta-feira depois de recusar afastar-se da organização radical islâmica Hizb ut-Tahrir, banida na maior parte dos países da Europa. Aslam considera levar o Guardian a tribunal por tão inusitada acção, mas, tal como Stephen Copsey, diria que vai ter uma certa dificuldade em convencer os tribunais da sua pretensão e obter a condenação do seu ex-empregador!

25 de Julho, 2005 Carlos Esperança

Guerra à civilização

«O cristianismo e o islão não estão em guerra» – lembra o Papa Ratzinger, e tem razão. A guerra é entre a fé e a civilização, entre o Corão e a liberdade, entre a louca devoção a Alá e o ódio intenso à democracia.

O cristianismo compreende o islão, são faces da mesma moeda. O sonho do Vaticano é transformar a Europa e, se possível, o mundo num imenso califado submetido ao Papa, a regressar aos jejuns, a encher as igrejas, a frequentar os sacramentos e a transformar o direito canónico em fonte do direito civil.

O Papa, este inquisidor autoritário, considera ditaduras as formas de Governo que ignorem a lei de Deus, um código vago e violento, de cuja chave se considera detentor, e que procura impor através de uma multidão de clérigos prontos para a jihad católica, à semelhança, aliás, do que pensa e pratica o fundamentalismo metodista.

Só os Estados secularizados açaimaram os exércitos de padres, freiras, monsenhores, cónegos, bispos e cardeais, receosos de arriscar o bem-estar em batalhas de resultado incerto.

Na Europa, América e África pululam agremiações de duvidosa virtude e reconhecida raiva à laicidade. Legionários de Cristo, Focolares, Comunhão e Libertação, Carismáticos, Regnum Cristi, Neocatecumenais, Opus Dei e outras matilhas de Deus, ávidas de proselitismo, famélicas do Paraíso.

A América do Sul, para onde o Vaticano exportou e refugiou próceres do nazismo, tem sido o campo de treino dos mais agressivos movimentos católicos que apoiaram e sustentaram execráveis ditaduras e combatem as tímidas tentativas democráticas de libertação das sotainas.

A separação da Igreja e do Estado é nos países sul-americanos uma tarefa urgente e difícil que tem no Opus Dei o principal adversário e nos seus padres e membros uma corja vigilante a impedir a modernização, o progresso e o laicismo.

A superstição e a ignorância são aliados naturais do poder clerical. Os poderosos encontram na ICAR o instrumento de dominação dos pobres e os cúmplices na manutenção das desigualdades.

25 de Julho, 2005 jvasco

A prova que ainda nos falta apresentarem

De entre as várias «provas» que os crentes nos vão apresentando, de entre as várias «provas» que os grandes teólogos foram escrevendo ao longo da história às quais temos tido acesso, não há uma que não seja um conjunto de falácias gritantes, um mero jogo de palavras, ou, na melhor das hipóteses, nenhuma destas, mas ainda assim refutável (por se assentar numa falácia subtil e não em várias grosseiras, por exemplo).

No entanto, ainda nunca me tinha sido apresentada esta brilhante «prova» da existência de Deus, portanto aqui fica ela:

Hipótese: Deus existe

Prova:
1- Se a prova existe, a hipótese é verdadeira.
2- A prova existe: é a que está a ser lida.

De 1 e 2 se conclui que Deus existe.
QED

Devo dizer que esta «prova» é mais sólida do que muitas das outras que me têm sido apresentadas.

PS- A ideia não é minha

25 de Julho, 2005 Carlos Esperança

O momento Zen da Segunda-feira

João César das Neves (JCN) raramente poupa os leitores à homilia do Diário de Notícias. Hoje usou como título as palavras habituais do charlatão que criou a religião de que é prosélito: «em verdade, em verdade vos digo».

Desta vez,o pretexto foi mais um filme bíblico, neste caso baseado no «Evangelho segundo S. João». É uma das quatro histórias que deram origem à cisão do judaísmo, impregnada de fulgor anti-semita que a concorrência recente levou ao exagero e à demência.

JCN aproveita para debitar aquelas frases estúpidas que os crentes atribuem a Deus e que julgam ter um conteúdo profundo. Eis um exemplo deplorável de indigência mental: «Eu vim a este mundo para proceder a um juízo: de modo que os que não vêem vejam, e os que vêem fiquem cegos» (Jo 9, 39). JCN acha que isto é profundo e se trata de uma mensagem divina.

JCN exulta e exalta-se com a subserviência da realização às patranhas bíblicas. «A produção segue fiel e simplesmente o texto do Evangelho» – afirma. Acresce que acredita no que diz, beato desvairado que não se contenta em buscar o Paraíso para si, mas pretende servi-lo, ao domicílio, aos incréus.

Diz JCN: «Cristo não tem um discurso contemporizador e tolerante, mas intenso e decisivo. Ele exorta, divide, condena, arremete». Isto é uma acusação de um devoto, que poderia dizer de tais dislates um inveterado ateu?

Depois cita de novo o vendedor das ilusões: «Se não crerdes que Eu sou, morrereis nos vossos pecados” (Jo 8, 24). “A obra de Deus é esta: crer naquele que Ele enviou” (Jo 6, 29). Livra! Ameaçador, chantagista e assustador – um vendedor da banha da cobra a impor-se pela violência.

JCN, na sua devota superstição termina a homilia desta segunda-feira com estas palavras: «Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus. E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à Luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3, 17-19).

Vejam como nos julga e ameaça este papa-hóstias e adorador de todos os biltres que chegam a Papas da ICAR.

24 de Julho, 2005 Palmira Silva

Ditadura segundo o evangelho

Segundo o Cardeal Rosalio Castillo Lara a Venezuela está a viver em ditadura, sob o jugo do «mais nefasto governo na história da Venezuela» e acha que a situação se pode resumir à oração «pede a Deus que nos liberte deste flagelo».

A igreja católica venezuelana, que perdeu boa parte da sua credibilidade junto ao governo a partir de 11 de abril de 2002, quando a sua hierarquia participou activamente no golpe de Estado que derrubou, por algumas horas, o presidente Chávez, fala num processo revolucionário em curso naquele país, nomeadamente no fim anunciado das liberdades democráticas, e da promoção da tão combatida«cubanização» da Venezuela.

As declarações do piedoso prelado inserem-se no espírito do último livro do finado João Paulo II, «Memória e Identidade», em que este afirmava que não aceitar os ditames dos Evangelhos é uma nova forma de totalitarismo. Assim, qualquer regime político não sujeito às leis de Roma seria ditatorial. Não importa que Hugo Chávez tenha sido recentemente ratificado nas urnas, para desespero da mui democrática e católica oposição que promoveu a tentativa de golpe de estado, procurando nas ruas aquilo que não conseguiu nas urnas. Para a Igreja católica a definição de democracia é tão só o acatamento dos seus ditames anacrónicos.

Aliás, a História da América latina está recheada de ditaduras democracias católicas apoiadas entusiasticamente pela Igreja Católica. Nomeadamente a ditadura democracia militar na Argentina apoiada ostensivamente pela delegação da ICAR local, «salvando» assim a Argentina do comunismo internacional.

Suponho que dentro em breve ouviremos protestos semelhantes da «elite» católica em relação ao governo da Argentina, também pela inusitada e «ditatorial» reacção do governo de pedir a substituição do bispo das Forças Armadas, António Baseotto, dizendo que deixaria de lhe pagar o salário respectivo se tal não acontecesse. Acção classificada pelo porta-voz do Episcopado, Jorge Oesterheld, como «um passo para a discriminação e um atropelo à liberdade religiosa».

Tudo porque o indignado prelado proferiu umas «justas» palavras sobre o ministro da Saúde, muito pouco catolicamente a favor do uso de métodos contraceptivos não «naturais», o famigerado e pecaminoso preservativo entre eles, e da despenalização do aborto. Assim foi certamente exagerada e ditatorial a supracitada reacção às declarações do bispo que o ministro merecia «ser atirado ao mar com uma pedra de moinho ao pescoço», uma prática corrente na ditadura militar, em que se atiravam os presos políticos ao mar, a partir dos aviões navais. Aliás, de acordo com as declarações ao canal Plus de França do general Benito Bignone, ditador da Argentina entre 1982 e 1983, uma prática aprovada pelos bispos da Igreja Católica argentina, que concordavam com a política da última ditadura militar de torturar e silenciar os «desaparecidos» opositores políticos. Certamente possuídos pelo demo para atentar contra tão católico regime. E contra o demo todas as acções são legítimas!

Como o comprovam os relatos de diversos sobreviventes dos campos de concentração da ditadura democracia católica, que indicam a presença de padres da Igreja Católica nas salas de tortura, que participavam activamente nas torturas e interrogatórios, certamente para despistar e exorcizar possessões demoníacas nos prisioneiros.