Colónia (In)Dignidade
A Argentina expulsou para o Chile Paul Schaefer, de 83 anos, um antigo nazi depois pastor evangélico e fundador de um culto cristão sinistro, para que este possa ser julgado por crimes de pedofilia e tortura cometidos durante o regime de Augusto Pinochet. Schaefer está fugido da justiça chilena desde a emissão de um mandato para a sua captura em Agosto de 1996 para responder a múltiplas acusações de pedofilia, sendo depois condenado em 2004 juntamente com 22 pessoas responsáveis pela colónia fundada por Schaefer em 1961.
Schaefer foi capturado há uma semana na localidade de Tortuguitas, perto da capital argentina, Buenos Aires, após seis meses de investigação da polícia local.
Paul Schaefer, um paramédico no exército de Hitler, pastor evangélico depois da guerra, fugiu para o Chile em 1961 depois de ser acusado de abusar sexualmente de dois rapazes no lar que fundou, supostamente para auxiliar os orfãos de guerra.
Aí, sob os auspícios de Augusto Pinochet, com quem colaborou entusiasticamente, nomeadamente na tortura artística de opositores do ditador, ao som de Mozart e Wagner, fundou a Colonia Dignidad, «um estado dentro de um estado» como se lê num relatório do Congresso chileno, cercado de arame farpado e cercas eléctricas, onde floresceu o seu culto cristão, envolvendo muitos exorcismos de demónios e demonização do sexo. Excepto, claro, o imposto abusivamente pelo próprio Schaefer aos jovens do culto…