Juramento religioso em tomada de posse
Na Grécia, os seis deputados do Synapismus (um pequeno partido de esquerda) e dois do PASOK (socialista) ausentaram-se do parlamento durante a cerimónia de tomada de posse do novo Presidente da República, Carolos Papoulias, em protesto contra a oração que é tradicionalmente proferida nesta ocasião pelo líder da igreja grega, o arcebispo Christodoulos.
Segundo um comunicado do Synapismus, «as instituições religiosas são legitimadas pelo povo e não pelos dirigentes religiosos» e os juramentos religiosos «conduzem ao modelo teocrático de Estado».
A Igreja Ortodoxa Grega (IOR) tem estado envolvida, nos últimos meses, em vários escândalos de corrupção, que têm atenuado a tradicional complacência popular com a igreja do Estado. Num desenvolvimento indubitavelmente positivo, o PASOK aprovou recentemente, em congresso partidário, uma resolução prevendo a separação da Igreja do Estado. Em 2001, quando estava no poder, este partido rejeitara uma emenda constitucional nesse sentido.
Deve recordar-se que, com a possível excepção de Malta, a Grécia é o país mais clerical da União Europeia. A IOR é um ramo do funcionalismo público, a criação de novos locais de culto «heterodoxos» depende da autorização da IOR, e existe uma lei contra a blasfémia que ainda é usada (como notou o João Vasco). A Igreja que a Constituição considera «predominante» foi afrontada pelo poder político uma única vez, quando em 2001, sob pressão da União Europeia, os bilhetes de identidade emitidos a partir dessa data deixaram de referir a religião de origem do seu portador. Sendo estes documentos de identificação vitalícios, a esmagadora maioria da população grega ainda possui documentos de identificação oficiais referindo a religião.
Segundo um comunicado do Synapismus, «as instituições religiosas são legitimadas pelo povo e não pelos dirigentes religiosos» e os juramentos religiosos «conduzem ao modelo teocrático de Estado».
A Igreja Ortodoxa Grega (IOR) tem estado envolvida, nos últimos meses, em vários escândalos de corrupção, que têm atenuado a tradicional complacência popular com a igreja do Estado. Num desenvolvimento indubitavelmente positivo, o PASOK aprovou recentemente, em congresso partidário, uma resolução prevendo a separação da Igreja do Estado. Em 2001, quando estava no poder, este partido rejeitara uma emenda constitucional nesse sentido.
Deve recordar-se que, com a possível excepção de Malta, a Grécia é o país mais clerical da União Europeia. A IOR é um ramo do funcionalismo público, a criação de novos locais de culto «heterodoxos» depende da autorização da IOR, e existe uma lei contra a blasfémia que ainda é usada (como notou o João Vasco). A Igreja que a Constituição considera «predominante» foi afrontada pelo poder político uma única vez, quando em 2001, sob pressão da União Europeia, os bilhetes de identidade emitidos a partir dessa data deixaram de referir a religião de origem do seu portador. Sendo estes documentos de identificação vitalícios, a esmagadora maioria da população grega ainda possui documentos de identificação oficiais referindo a religião.
Esperemos que os políticos gregos tenham a coragem de empreender a indispensável laicização do Estado grego.