Aquele dia
Comemorou-se, no passado dia oito, o Dia Internacional da Mulher. Noventa e cinco anos depois de ter sido proposto, por Clara Zetkin, na 2ª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, continuamos a ter uma data que nos lembra que ainda não atingimos a paridade.
As religiões têm muita responsabilidade nesta discriminação. E não precisamos de ir para um país islâmico ou do chamado terceiro mundo para ver como as mulheres são tratadas. Há uma semana passada, neste nosso país civilizado, vimos um padre a disparar contra quem usa métodos contraceptivos; às portas de Lisboa pratica-se a excisão do clitóris; o aborto continua a ser crime e toda uma estranha moralidade defende o modelo tradicional da família em que a mulher tem de cuidar é dos filhos e do marido.
O ideal seria não ter um dia para comemorar a mulher.