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ORAÇÕES PLUVIAIS…

1 – Reza-se para pedir a deus que modifique o estado de secura que provocou, deixando agora cair chuva…
… Mas sendo deus perfeito, por definição conceptual divina, não podia ter criado uma imperfeição – a seca danosa.
Então, se criou uma imperfeição, não é deus. Do qual, concomitantemente, não há nada a impetrar…
Se a seca não for uma “imperfeição” para deus, então, também não há nada a reclamar da entidade divina…

2 – Deus é imutável, por definição conceptual, pois que não faz sentido que esse agente universal ande a percorrer o mundo à procura de informações e coisas, nem se conceba que se transmute para alcançar o que quer que seja.
Portanto, deus foi, é e será, esteve, está e estará, sem se poder acrescentar mais nada. Imutável.
Mas, então, os cristãos, com destaque óbvio para os católicos, não podem rezar, impetrando a benesse divina, pois que isso seria admitir, ipso facto, que o seu deus teria que mudar a sua atitude, fautora de seca, para uma outra, fautora de chuva, o que contraria o conceito dum deus intrínseca, inextricável e conceptualmente imutável.
A reza do piedoso povo cristão implica a admissão que deus é mutável, de fautor de seca para fautor de chuva, o que contraria, antiteticamente, a sua imutabilidade conceptual; se pegarmos, primeiro, pelo conceito, então, deus é imutável, logo não há chuva a reclamar, pois que teria que modificar, adrede, as condições naturais…

3 – Claro que o bom povo cristão, armado em arguto, mas, no fundo, imbuído de necedade larvar, costuma contornar, cavilosamente, a “relação” deus-humanidade, alegando que aquele pseudocandidato a coisa criou-nos, mas deixou-nos em livre curso, redundando a responsabilidade, apenas, cá para a gente…
Ora, se o povo utiliza expressões tais como: “Se deus quiser”, “Deus queira”, “Graças a deus”, não se pode, por concomitância, alegar que tal figurão celestial nos deixou em livre curso, pois que se está a admitir a intervenção divina…
Sendo assim, também não há chuva a impetrar, pois que tudo é «graças a deus» e «se deus quiser», logo, deus é que sabe e já tem tudo destinado há uns séculos atrás…
Acrescida e analogicamente, também não se pode pedir mais nada a deus…

Está clara a minha demonstração sobre a inanidade prática e teórica do conceito inventado de deus e suas implicações pluviais e outras?

ADENDA
Dizem os crentes, como já referi, que deus nos deu livre curso e, portanto, seríamos livres para venturas e desventuras, eximindo-se a criatura celeste a mais responsabilidades e ficando, os crédulos, mais tranquilos espiritualmente…
… Mas não ficam…
… Por causa do seguinte quesito:
– Será que deus também deu “livre curso” às forças naturais, geradoras de catástrofes???!!!
Se sim, também não há nada a reclamar de deus…
Se não, é um patifório cruento e incomparável… extensível, logicamente, à primeira hipótese… João Pedro Moura

Perfil de Autor

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- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa

- Sócio fundador da Associação República e laicidade;

- Sócio da Associação 25 de Abril

- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;

- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida

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- Colaborador do Jornal do Fundão;

- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»

- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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