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A blasfémia do peditório

Respondendo ao artigo do Blasfémias, intitulado «Sintomático», que versa sobre um texto do Diário Ateísta, venho esclarecer uns pequenos pontos.

Primeiro – o que acho vergonhoso não é o acto em si de solicitar contribuições voluntárias aos paroquianos, mas sim o facto de ser uma divisão de uma estrutura mais vasta, a ICAR, que está longe de viver em dificuldades económicas e que tem dinheiro mais do que suficiente para poder fazer face às despesas das suas sucursais.

Segundo – pior do que a situação anterior, é o facto de a prestação determinados serviços, nomeadamente casamentos, baptizados e funerais, só ser feita mediante o pagamento da côngrua. Ou seja, as coisas funcionam como que sob coacção: se não se pagar a contribuição voluntária, há que procurar outro sacerdote. É o que se passa em Lamego.

Terceiro – sou a favor da liberdade. Portanto, quem estiver disposto a doar o que quer que seja às suas igrejas, está no seu pleno direito desde que esses negócios não sejam contra a lei ou os bons costumes.

Quarto – a cobrança dos impostos é feita em nome da colectividade para que o Estado, em nome do Povo que legitima o seu poder, possa prosseguir políticas de interesse colectivo e não apenas de um grupo social.

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