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Mais peditório

Depois de ter comentado a carta enviada pelo padre da minha freguesia, pedindo o pagamento da côngrua, chega a notícia de que, em Lamego, o pároco de Lazarim e Lalim fez o mesmo se bem que em moldes um pouco distintos.

Da carta enviada aos paroquianos constava o seguinte: «como nem todas as famílias têm cumprido os deveres de pagamento da côngrua, devem as mesmas procurar um outro sacerdote que as sirva. Nomeadamente em serviços de casamento, baptizado e funeral». Podendo ainda ler-se que só «cumprindo com o pagamento da côngrua o cristão poderá ter direito à prestação dos serviços do seu pároco».

Resultado? A população não gostou, especialmente porque o padre Agostinho Ramalho sugere o «mínimo a pagar de côngrua de 20 euros, esteja reformada ou ganhe o dia». Por exemplo, um agricultor disse que «a fé em Deus não se paga» e que tem quatro filhos «que, de vez em quando, lá fazem uns trabalhos, conforme pede o senhor padre. Por cabeça tenho de dar 20 euros, é muito dinheiro».

O padre, por seu lado, não compreende as razões do descontentamento já que a «a carta apenas tem como objectivo chamar a atenção dos paroquianos para os seus deveres cristãos e morais» e que, apesar do que está escrito, «se alguém não pagar por falta de dinheiro, não vai ficar privado do serviço religioso».

E para que é que Agostinho Ramalho quer o dinheiro? Primeiro, para que «todos os paroquianos possam viver alegres na paróquia» e, depois, para o seu rendimento porque, coitadinho, não tem outras fontes de rendimento a não ser umas aulitas que dá no Centro de Promoção Rural de Lamego. Que pena tenho eu do senhor padre que, pobrezinho, não paga impostos sobre o que recebe, que tem cama, mesa e roupa lavada, que tem um horário de trabalho flexível. É triste…

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