Homo-reprovação
A Conferência Episcopal Espanhola divulgou um documento, redigido aquando da «Jornada de Familia y Vida 2004» e das comemorações do dia da Sagrada Família, onde, uma vez mais, reprova o «comportamento homossexual» e pede aos católicos que se posicionem claramente contra o projecto de lei do governo que aprova os casamentos homossexuais.
Os sacerdotes espanhóis, desta forma, continuarão a sufragar a doutrina da hierarquia católica que diz, por exemplo, que «a inclinação homossexual, ainda que não seja em si mesma pecaminosa, deve ser considerada como objectivamente desordenada».
A nota episcopal afirma que a homossexualidade «é uma tendência, mais ou menos forte, para um comportamento intrinsecamente mau do ponto de vista moral. É o comportamento homossexual o que é de per si eticamente reprovável». Mas os bispos acalmam as hostes dizendo que «haverá de julgar com prudência a sua culpabilidade». Entretanto, há que notar que a ICAR entende que o pecado se faz por actos ou pensamentos portanto, a não ser que os homossexuais não pensem a sua sexualidade, não têm salvação possível.
Apesar da Conferência Episcopal considerar que estes indivíduos «têm os mesmos direitos que as demais pessoas», continua a entender que, no que diz respeito à equiparação da união homossexual ao casamento, «a duas pessoas do mesmo sexo não lhes assiste nenhum direito de contrair matrimónio entre elas». Portanto, descodificando, os únicos direitos que são comuns a todos são o direito à castidade e à abstinência.
Ora bem, se a Igreja não quer que os homossexuais se casem de acordo com os seus ritos, o problema é com aquela instituição e com os seus membros. O que a ICAR não deve fazer é impor as suas convicções e a sua moralidade a um Estado laico e à lei. Não é de estranhar, então, que se diga que «não se pode praticar o catolicismo e a homossexualidade ao mesmo tempo». Ah, e não nos podemos esquecer do que diz Levítico acerca dos sodomitas.