Sudão
Num país martirizado pelo genocídio que tarda em ser reconhecido, surgem agora notícias de incursões do grupo ugandês Lord’s Resistance Army (LRA), que atacou sábado passado a aldeia Rajaf, no estado Bahr el-Jebel, matando sete mulheres e crianças, ferindo oito e ainda raptando quatro aldeões.
O LRA é um grupo rebelde que opera no norte do Uganda, liderado pelo auto-proclamado profeta Joseph Kony, que deseja derrubar o governo e instituir no país um governo estritamente baseado nos dez Mandamentos bíblicos. Estes guerreiros em nome de Deus são conhecidos na área pelas atrocidades que cometem, nomeadamente o rapto de crianças para escravatura sexual ou para treinar como futuros guerrilheiros.
Entretanto na véspera do ataque à aldeia sudanesa, a primeira dama do Uganda, a senhora Museveni, juntou-se a centenas de virgens ugandeses a quem afirmou que «Foram todos criados à imagem de Deus e Deus concedeu-vos a capacidade de auto-controle.». A iniciativa, organizada por várias igrejas e movimentos como o americano «True Love Waits», destinava-se a promover a abstinência e o sexo só depois do casamento, e ostentava cartazes em que se podia ler: «Os preservativos são completamente ineficientes».
O pastor Martin Sempa, um advogado muito vocal da abstinência, afirmou que a iniciativa pretende «resistir» ao ataque das campanhas que apelam ao uso de preservativos, promovidas no âmbito de agendas de grupos de «homossexuais e peritos ocidentais que não sabem como a epidemia da SIDA se propaga em África».