O Satanismo é uma Religião?
De acordo com o Dicionário Livre, há vários tipos de satanismo na nossa sociedade (quem diria…):
-Satânicos revoltosos, revoltando-se contra o cristianismo na sociedade moderna, com a visão tradicional cristã do satanismo.
-Satânicos filosóficos, também conhecidos por satânicos modernos, que não adoram Satã ou qualquer demónio, mas ao invés procuram inspiração nos vários deuses “negros” e mitos, ou no arquétipo de Satã. A auto-divinização surge nalguns membros deste movimento.
-Satânicos religiosos, também conhecidos por satânicos tradicionais, que acreditam num “Principe das Trevas” (um nome mais genérico que Satã), que adoram, e de acordo com o qual vivem as suas vidas.
No que respeita ao primeiro e ao terceiro tipo, estamos conversados: são religiões com as suas mitologias e as suas crendices. São religiões mais inofensivas do que o cristianismo, mas só mesmo devido à sua menor dimensão.
No que respeita ao segundo tipo, é uma estranha mistura entre uma perspectiva filosófica e um conjunto de rituais simbólicos e esotéricos. Quando li em mais pormenor a perspectiva filosófica, considerei-a um pouco bizarra, e, mesmo tendo concordado com alguns pontos, discordei de muitos outros. Mas coloca-se a questão: será este satanismo uma filosofia (bizarra, mas) ateia, ou será uma forma de religião? Este debate também decorreu na Sociedade Terra Redonda (servidor com problemas no momento em que escrevo), e foi muito animado. Foi inconclusivo. Quem considera, como eu, que a descrença numa entidade superior e na metafísica caracteriza um ateu, considera qualquer satanismo uma religião. Considera que um satânico nunca será ateu. Quem considera que o ateísmo é apenas a descrença numa entidade superior, considerará que estes satânicos também são ateus.