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Mês: Maio 2004

14 de Maio, 2004 Carlos Esperança

O ministro José Luís Arnaut foi a Fátima rezar na procissão das velas

Fé de ministro

«José Luís Arnaut foi a Fátima rezar na procissão das velas. Acompanhado por familiares e pelo governador civil de Santarém, Mário Albuquerque. Ocupavam a primeira fila na colunata sul do santuário, de vela na mão como qualquer peregrino. Tem muito por que rezar o ministro adjunto do primeiro-ministro. Por um Euro 2004 sem problemas e uma boa classificação da equipa nacional? Pela vitória nas europeias? Não foi possível saber. O ministro também tem direito ao recato nas suas manifestações de fé». Transcrição integral do Diário de Notícias de hoje (site indisponível).

Comentários:

1 – Fora melhor que um ministro não ocupasse a primeira fila. A ICAR sempre respeitou a hierarquia;

2 – «de vela na mão como qualquer peregrino». Onde é que a ia levar?

3 – Suspeito que foi pedir ajuda para melhorar o português periclitante que tem usado (sobretudo em relação ao verbo haver). Rezar não prejudica mas a gramática também faz falta.

13 de Maio, 2004 Carlos Esperança

A fé está em alta



À medida que se perdem os valores aumenta a fé.

A ociosidade e a oração dão-se as mãos.

13 de Maio, 2004 André Esteves

O kitsch religioso da semana

Esta maravilhosa obra educativa faz parte de um conjunto de diodoramas que podemos encontrar em Catholic Supplies.

Confesso que não percebo nada de futebol. Mesmo nadinha… Pior, não suporto futebol.

A única coisa boa que encontro, nas pessoas que gostam de futebol, é que algumas ainda vão mantendo o hábito da leitura, pelos jornais desportivos… Mesmo assim, quando metemos conversa, e puxamos o assunto para uma questão mais prosaica…

Aiii! (Insira um expletivo cortante aqui.)

De maneira, que me encontro sem palavras para descrever esta… “coisa”.

Até me pergunto, porque é que este género de produtos não se encontra com mais frequência no nosso país. As vantagens moralizadoras às criancinhas, são por demais evidentes. Nos EUA, o ambiente da escola anda à volta do desporto. Todas as escolas têm equipas de estudantes, que participam em Ligas regionais. É uma maneira de se reflectirem as hierarquias da sociedade para dentro da escola.

Mas também têm negros reflexos… O ambiente competitivo, as praxes, o culto dos heróis e a corte de raparigas à volta das equipas gera muita da cultura que temos visto, aplicada nas prisões do Iraque…

Qual é a semiótica desta “coisa”?

Pah! É melhor teres Jesus no lado da tua equipa…

Assim sempre vences. És um vencedor pela vontade divina… Com Jesus não podes perder…

(Aonde é que já ouvi isto?)

O horrível, são as pequenas mensagens subliminaress… Se forem á página original, descobrirão que Jesus está sempre a jogar na equipa do rapaz (ou pelo menos assim aparenta..). Ou seja, subliminarmente: As raparigas são umas fracas… Não deviam jogar futebol… Porque Jesus não quer saber delas na sua equipa. Só quer vencedores!

É razão para se dizer: Um lugar para cada um. Cada um no seu lugar…

13 de Maio, 2004 Carlos Esperança

A Modéstia No Vestir: É preciso preparar o futuro



A Modéstia No Vestir:

Normas Marianas

“Oh Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós.”

Não pode considerar-se decente um vestido cujo decote desça mais do que dois dedos abaixo da base do pescoço, que não cubra os braços pelo menos até ao cotovelo, e que não chegue um pouco abaixo dos joelhos.

Além disso, são impróprios os vestidos de tecidos transparentes. …Palavras

do Cardeal Vigário do Papa Pio XI.

1. Ser Mariana é ser Modesta sem compromisso. Seja “como Maria”, a Mãe de Cristo.

2. Os vestidos ou blusas Marianas hão de ter mangas compridas ou, pelos

menos, até ao cotovelo, e as saias devem chegar abaixo dos joelhos.

12 de Maio, 2004 Carlos Esperança

O presidente da Câmara de Viseu foi a Fátima agradecer a cura das hemorróidas

O Diário As Beiras (site indisponível) noticia na última página de 12 de Maio que o Dr. Fernando Ruas, presidente da Câmara de Viseu e da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, chegou ontem ao início da noite a Fátima, após uma caminhada de quatro dias para cumprir uma promessa feita por um amigo.

O amigo e vereador da Câmara de Viseu, António da Cunha Lemos, alarmado com as hemorróidas do seu presidente, no final do verão passado, prometeu que iriam os dois a pé a Fátima.

O Dr. Ruas, que não duvidará das virtudes da Cova da Iria, no que diz respeito às hemorróidas, optou, à cautela, por fazer uma cirurgia que lhe deixou a parte terminal do aparelho digestivo na perfeição. Mas, nem por isso se furtou à promessa.

Se é verdade que o bisturi do cirurgião possa ter ajudado na cura, não terão sido despiciendas as orações do seu vereador e as próprias, sobretudo no alívio pós-operatório. Com um pouco mais de convicção talvez as orações dispensassem a cirurgia.

«Na recta final da viagem, cerca das 19H45, o autarca social-democrata disse que o percurso a pé de Viseu a Fátima “não foi pêra doce”, mas que correu muito bem».

Para além de já se saber que são rectos e santos os caminhos que conduzem a Fátima pode concluir-se que são benfazejos para as moléstias do recto, como pode testemunhar o pio edil de Viseu.

Assim, caro leitor, se sofre de hemorróidas, não falte ao 13 de Maio em Fátima.

12 de Maio, 2004 Carlos Esperança

Paulo III, o pontífice que aprovou a regra dos jesuítas



Sobre a Ordem dos Jesuítas sabe-se muito. Do seu imenso poder, das suas riquezas fabulosas, dos ódios que cultivaram e suscitaram, das boas e más relações que mantiveram com sucessivos papas. Mas pouco se diz sobre o piedoso pontífice que aprovou tão piedosa Ordem ? Paulo III.

Paulo III, o pontífice que aprovou a regra dos jesuítas, não era um exemplo de virtudes. Inundou a cristandade de jubileus e indulgências, era obsessivo por dinheiro, lutou por terras e dignidades, criou e vendeu cargos eclesiásticos, não esquecendo o barrete cardinalício para dois netos seus ainda bem jovens. Claro que tinha sido escolhido papa por ter sido o aspirante que mais compensações financeiras ofereceu aos eleitores.

Nesse tempo até o Espírito Santo, que é suposto iluminar os cardeais, era subornável.

12 de Maio, 2004 André Esteves

O rei e a sua coroa…

“É difícil encontrar no mundo outro lugar onde a mão de Deus e do homem tenham trabalhado em tanta sintonia…”

Dias Loureiro, presidente do Congresso Nacional do PSD

Só gostaria de fazer notar aos leitores do blog «Diário de uns Ateus», familiares com as acções da «mão de deus» na ilha da Madeira, que a legislação brasileira não permite a expatriação de nacionais para o cumprimento completo das suas penas, mas que em contrapartida, a lei brasileira permite, a pedido das autoridades do país onde o crime se deu, pôr o fugitivo em tribunal, para ser outra vez julgado pelos seus crimes e cumprir pena por eles no Brasil.

As autoridades relevantes neste caso, são as do governo regional da madeira, dos sucessivos governos da républica e do ministério público.

Estes são os factos, simples e concretos.

11 de Maio, 2004 Carlos Esperança

A bíblia será um livro recomendável?



O Evangelho de Marcos tem cerca de 40 versículos explicitamente anti-semitas, o de Lucas 60, o de Mateus cerca de 80 e o de João, cujo ódio aos judeus era particularmente intenso, 130, a que podem acrescentar-se cerca de 140 de Os Actos dos Apóstolos, o que dá cerca de 450 na contabilidade organizada por Daniel J. Goldhagen.

11 de Maio, 2004 André Esteves

O problema dos patos bravos islâmicos e alguma esquerda sem raízes

No passado dia 15 de Abril, foi difundido pelos meios de comunicação social europeus, uma cassete, alegadamente de Bin Laden, em que propunha uma «trégua» com os países europeus…

O interessante, é que a mensagem incluía, uma clássica análise de esquerda da luta dos países árabes com as multinacionais e falava da Europa como esses «nossos vizinhos a norte do mediterrâneo». Toda a mensagem foi deliberadamente calculada para seduzir uma certa população europeia de esquerda.

E que esquerda… Parte dela, politizada para uma potencial vitória da URSS, na guerra fria, e outra, jovem e ingénua, partidária de um multi-culturalismo básico. São estes os joguetes, com que o pretenso futuro sultão da grande nação muçulmana, Bin Laden conta ao despejar a sua propaganda maligna na fita magnética.

Desde que, em jovem, entrei em contacto, com os movimentos da esquerda tradicional, que tenho sentido um certo desapontamento. Desde as «massas» comunistas que cultuam o proletariado (por ironia, hoje os partidos comunistas, reduzem-se à militância das suas células intelectuais), ou da esquerda betinha, que entrando numa militância de moda (é as roupas Che Guevara, os lencinhos palestinianos), se preparam para quando acabarem o seu curso universitário, mergulharem anónimos nas maiorias socialistas e sociais democratas… Coisas da vida e do labirinto de ratos que está montado… mas, são esses a que Bin Laden apela, e não sem razão.. pois a demografia assim o exige.

Essa esquerda ingénua, esqueceu as suas profundas raízes. Esqueceu os valores do livre-pensamento, do ateísmo, da luta pela responsabilidade, independência e liberdade individual, de organização espontânea e militância universal.

De certa maneira, é fácil de compreender. Muito do que nós somos é em reacção a algo. Quem é que já enfrentou, vivo, uma ditadura religiosa sistemática na Europa? Quem é que já enfrentou pessoas, com uma educação cortesã de manipulação e engano? Juntem a isso uns MBA’s, umas fortunas obtidas pelo despotismo e corrupção, com uma ambição desmesurada e a prática sistemática de uma autoridade tribal e religiosa.

Não é algo a que estejamos habituados. Mas já o encontramos nas nossas raízes profundas.

Reencontra as raízes, junta-te a um ateísmo militante, espontâneo e anti-autoritário.

É na pluricidade de militâncias que reencontramos o nosso centro. Longe de visões monolíticas e ingénuas.

Reclama-te a ti próprio da manipulação dos outros.

11 de Maio, 2004 jvasco

Juramento Jesuíta

“Eu declaro e prometo que combaterei incansavelmente, secreta ou

abertamente, sempre que tiver oportunidade, todos os hereges,

protestantes e liberais, como é meu dever, para extirpá-los e

exterminá-los da face da terra, e que não pouparei nem sexo nem

idade nem condição, e que destruirei, enforcarei, ferverei,

estriparei, esfolarei e enterrarei vivos estes infames hereges;

rasgarei os estômagos e os ventres de suas mulheres e esmagarei a

cabeça de suas crianças contra a parede, para aniquilar sua

execrável raça” (do “Juramento dos Jesuítas”)