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A Fé, a dor e a história de Karen

A História de Karen

A Fé cresce no medo da dor, de uma morte violenta, dolorosa e sinistra.

Nas promessas das religiões encontramos uma falsa esperança que nos promete acordarmos, depois da morte, para uma nova vida, sem dor, nem sofrimento…

Karen nasceu com uma doença extremamente rara… Não sente dor. Nenhuma…

O seu sistema nervoso não têm nenhum nervo periférico a funcionar para sentir a dor.

Contorcer-se nela. Gritar e sentir o medo dela. Fugir e correr da dor. Sobreviver.

Karen deveria estar no estado de graça antes da queda no jardim do Éden.

Ela deveria viver o mais próximo que possamos imaginar do paraíso…

Nada de mais falso.

Karen quase cegou de tanto coçar a córnea dos olhos. Não têm o reflexo de fechar as sobrancelhas. Os médicos ficaram tão preocupados que tiveram que lhe coser os olhos, até que fosse mais velha e pudesse racionalizar o seu comportamento. Ficou com queimaduras de segundo grau, por uma noite se levantar da cama e ficar á frente de um desumidificador…

A dor protege-nos, é nossa amiga.

É o nosso alarme primário à nossa integridade física.

Uma herança do nosso passado evolucionário.

Com a dor não podemos. Sem a dor não vivemos.

Fará o paraíso sentido? Um lugar sem dor, nem sofrimento? Será vida?

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