24 de Fevereiro, 2004 Carlos Esperança
Não há religiões tolerantes. Há crentes que, apesar da religião, conseguem ser
Bernardo Sanchez da Motta escreveu: Desculpe-me, Carlos Esperança, mas a sua forma de ver o Islão é extremamente redutora. Se você não consegue sequer vislumbrar a tela complexa do Islão actual, então não me parece que o seu comentário ao véu tenha muito fundamento ou credibilidade.
Por acaso sabe em que termos o Corão menciona o uso do véu pelas mulheres? Terá o Carlos perdido um pouco do seu tempo para ver EXACTAMENTE como o Corão define essa questão? A sua ideia de Islão vem dos “taliban”?
Ou está apenas a deixar a sua mente ser levada pela “pseudo-intelectualidade” dos preconceitos que os mass media impoem à mente “massificada” dos nossos contemporâneos?
A minha resposta:
Não sendo o véu uma imposição do Corão, não deixa de ser uma arma que os fundamentalistas islâmicos usam para desafiar o carácter laico do Estado francês.
Pode argumentar, caro leitor, que o Islão já foi tolerante. Mas prove-me que o Islão é capaz de:
– Renunciar à sharia;
– Permitir aos crentes que o abandonem;
– Defender a liberdade de ter qualquer religião e a de não ter;
– Pedir perdão pela fatwa contra Salman Rushdie;
– Enfim, se é capaz de renunciar à pena de morte, poligamia, discriminação da mulher e outros anacronismos e consentir, nas suas escolas, símbolos cristãos, judaicos ou ateus.
Não basta haver crentes tolerantes, é preciso que o carácter fascista das religiões seja erradicado.